31 de agosto de 2014

228 - RHEA {vídeo}

228 Carine Würch - SEMANA 13


Seguem alguns vídeos de Rhea, sua trupe, e também das suas filhas Piper e Melinda - Daughters of Rhea.

Maravilhoso ver vídeos de 2004 (Rhea com 60 e poucos anos) mostrando uma habilidade incrível e domínio corporal. Algumas vezes chamada de Rhea of Atheans | Atenas ou Rhea of Greece.

Elas são realmente uma grande inspiração!

30 de agosto de 2014

229 - RHEA

229 por Carine Würch - SEMANA 13

Ladrões. Tiros. Falta de Segurança. Roubo. Falta de Policiamento.

Falando do Brasil? Não, na verdade contando os motivos pelos quais Rhea decidiu deixar seu país para morar na Grécia. 

O que faz uma pessoa deixar sua pátria, seus amigos, seu convívio e sua história para uma experiência em outro país?

Nossa hippie bellydancer chegou num encruzilhada. Com o aumento da violência em Los Angeles, o publico noturno da cidade diminuiu as saídas, diminuindo o trabalhos nos clubes. Ela já estava com 35 anos e decidiu mudar a vida completamente! A história de como tudo isto aconteceu está numa entrevista, que postaremos em breve no Nossa Tribo & Nossa Dança.

E o seu nome???
Jamila Salimpour, minha professora de dança, me deu o nome de "Rhea" em 1968. Naquela época, ela estava colocando particular ênfase no fato de que a Dança Oriental evoluiu desde a pré-história, tempos matriarcais. Ela explicou que as deusas eram adorados naqueles tempos. Rhea era o nome de uma antiga deusa-mãe. Rhea era a esposa de Chronos (O Pai do Tempo) e mãe de Zeus. É instrutivo entender que em tempos mais antigos, o próprio tempo não foi encarado de forma linear, mas circular. Junto com a religião patriarcal veio uma compreensão do tempo linear e da morte. 

A principal razão de eu ter mantido o nome é que quando Jamila me deu o nome, eu imediatamente após, fiquei grávida após sete anos de esterilidade. Eu achava que era Kismet. Nos anos 60, estávamos todos em vivendo os nossos sonhos, e meu nome na dança e a dança em si, abriu novos sonhos para mim que antes eu não tinha ousado sonhar! 

Minhas filhas, Piper, (a mais velha) e Melinda, dançam desde que Piper tinha sete anos (quando comecei a ter aulas) e Melinda tinha apenas dois anos. 

Elas fizeram parte de várias companhias de dança que eu dirigidas, e elas viajaram comigo a partir da idade de sete até quatorze anos. O pai de Melinda estava com um circo familiar, San Francisco Mime Troupe e Melinda aprendeu acrobacia, malabarismo, equilibrar-se sobre os ombros de pessoas e outros atos de circo. 

Ela era uma performer regular com o circo desde muito cedo e ainda se apresenta com sua madrasta em um circo itinerante como dançarina do ventre, que foram insultadas pelos primeiros puritanos que tentaram afugentar os bailarinos "Hootchy-Kootchy" (apelativas) no Chicago World's Fair. 

Melinda começou a dançar comigo na minha trupe com a idade de dois anos e costumava dançar comigo todas as noites nos trabalhos em tavernas de família e tavernas turísticas em Atenas desde os nove anos, sob os olhos atentos e benignos e dos espíritos que também assistem sobre a Acrópole.

Piper passou a atuar em hotéis de luxo fora de Atenas, com apenas quinze anos de idade. Nós sempre fomos respeitadas e tratadas muito bem. 

Nós éramos as únicas dançarinas orientais treinadas em toda a Grécia.

Texto 1 

Texto 2 http://www.gildedserpent.com/articles5/rheaintervbyphaedra.htm
** Traduções livre de Carine Würch **

29 de agosto de 2014

230 - RHEA

230 por Maria Carvalho - SEMANA 13

"O Universo conspira para nos ajudar, tornando mais fácil para começar em nosso caminho destinado na vida. As tapas, estilingues e flechas veem mais tarde, depois de termos sido seduzidas e abandonadas."

Semana terminando e eu já com saudade de Rhea, mas ainda temos uns dias para aprender com ela, então hoje trarei uma passagem muito interessante do seu batismo na dança. Bem, em 1968, mais precisamente outubro, Rhea iniciava sua aulas com Jamila e logo imediatamente, em setembro de 1969, três meses após dar luz a sua filha Melina, ela subia ao palco em sua estreia.

Este primeiro show ocorreu na Taverna Athena em Jack London Square, Oakland, California e neste dia coincidiu com a noite de danças folclóricas, .... o chefe, Manolis Glimidakis, que era de Hania, Creta, viria perto do palco com os braços cruzados sobre o peito e via o show como um falcão, apoiando as costas contra um pilar grego. Foi só depois de anos que Rhea descobriu o verdadeiro motivo de seu interesse intenso. Houve um rumor (que era a verdade) que ela não raspava as axilas. No entanto, como ela tinha cabelos longos que voavam, aderindo a várias partes do corpo encharcado de suor, era difícil distinguir o cabelo debaixo dos braços de todos os outros cabelos. Anos depois, quando se mudou para Grécia em 1977, Rhea descobriria que mesmo se um grego ouve algo de alguém, eles ainda tem que ver por si mesmos.

E então, três semanas após o seu primeiro show, Jamila a enviava para outro show em Fresno, Califórnia, onde o chefe era um armênio, e não foi tão reservado como Manolis

Depois do primeiro show de três contratados, ele foi ao camarim. 

Disse, rindo, incrédulo: "Meus clientes me disseram que você não raspa debaixo de seus braços.

Ele ficou lá, obviamente esperando por negação para que pudessem  rir juntos. O que não aconteceu! A incompreensão impregnava seu rosto. "Mas por quê?", ele perguntava estupefato, Rhea menciona que podia sentir ele pensando consigo mesmo: "Talvez uma alergia?Seu rosto tornou-se apenas mais perplexo quando Rhea começou a expandir o manifesto hippie de naturalidade em todas as coisas, ele a interrompeu com quatro palavras: "eu vou pegar uma navalha".

Essa passagem da vida de Rhea é muito divertida, afinal quantas de nós subimos ao palco certas de estarmos sendo observadas pelo conjunto da obra, mas os olhos de toda plateia, ou parte dela, se pega em um detalhe fora do lugar? Não é fácil estar no holofote!!!

Neste mesmo artigo, ela comenta a relação de Jamila e suas alunas. Miss J ensinava, e bem, suas alunas a dançar, mas a arte de se encaixar ou não nos clubes noturnos da época era uma tarefa pessoal de cada um, a frase que Rhea usou para ilustrar foi: "fomos jogadas na água, tanto para afundar como para nadar".

É isso, por hoje. Vamo que vamo
Xeros e mais xeros.

28 de agosto de 2014

231 - MELINDA - Daughters of Rhea

231 por Carine Würch - SEMANA 13

A Hippie Concepção: 
Melinda Lou aka Doubie aka The Little Suitcase aka Melina de Filhas de Rhea 

A história diz que fui concebida em uma praia no norte da Califórnia, em 1968, enquanto minha mãe estava viajando em ácido e meu pai estava sob a influência de maconha. Não é novidade que método de contracepção de meus pais não funcionou naquela noite estrelada, e as forças cósmicas do universo conspiraram para me criar, criança nascida do amor dos anos 60. Eu nasci no verão de 69, e fiquei sem nome por 3 meses. Meu primeiro apelido era uma prova de passatempo favorito dos meus pais: Eu fui chamada Doubie, que é a menor ponta de um baseado. 

Dez meses depois, quando meus pais se separaram amigavelmente e eu estava igualmente compartilhada entre eles, fui chamada The Little Suitcase - basta colocar uma alça sobre minha costas que eu estava pronta para ir! Minha certidão de nascimento foi finalmente preenchida com o nome Melinda Lou, e eu estava incluído em todos os aspectos de desempenho boêmio da vida de meus pais, dormindo sobre pilhas de casacos atrás das caixas de som dos shows em Berkeley, da banda de rock do meu pai, virando cambalhotas no picadeiro quando ele era o líder da banda no Pickle Family Circus, e brincando atrás de cortinas de tapeçaria nas feiras renascentistas, onde minha mãe dançava com espadas equilibradas na cabeça como parte da trupe de Jamila Salimpour - Bal Anat

Minha infância foi cheia de amor, fumaça de segunda mão, comunas e pessoas criativas. Mesmo depois de gastar tempo demais na  Ivory Tower  -  Ivy League College e doutorado em literatura francesa medieval - duradouros valores hippie dos meus pais e extinto primal (codificado em meu DNA?) me levaram a uma vida autêntica - de espírito independente , "fora da caixa" - fazendo-me sair da Universidade e agora viver uma vida repleta de criatividade, pagando as despesas com um show de cada vez, assim como eu nasci e fui criada para fazer. 
De 1969 In Utero Belly Dance
Retrato de Robert Altman ME 

A primeira foto que eu tenho de mim mesmo, na dança do ventre está no útero. 

Estou no ventre arredondado da minha mãe,  a qual está dançando. 

É uma foto em preto e branco de 1969 tirada em Berkeley Fiddler's Convention na Califórnia. 

Minha mãe estava com seis meses de gravidez, dançando com um sorriso e os braços estendidos em um traje moeda, cercado por um público exterior radiante cheia de hippies. 

Minha irmã mais velha Piper, com 6 anos, se senta sobre os ombros de nossa mãe, suas pequenas mãos estendidas para corresponder mãe. 

Mamãe está musicalmente acompanhada pela banda folk do meu pai, o Pittsburgh Pirates, tocando "Little Egypt". 

Piper, mamãe e o ainda não nascido ser: eu, formávamos uma triumverate única, uma Pieta reconstituída para a primeira dança do matriarcado. Quando eu finalmente sai para o mundo, três meses depois, eu estava preparada para ritmos de dança do ventre, performances de improviso, música popular e rock n roll. 

Eu guardo a foto original 8X10 numa moldura de prata no meu estúdio de dança em casa e medito sobre ela com freqüência. Ele já viajou comigo desde a minha infância Berkeley para NYC para Atenas, Grécia para Wellesley College para UPenn, para a Suíça e vem em turnê comigo no meu trailer. A imagem captura exatamente de onde eu venho: o tempo, o lugar, o útero. Ele fala a todos os temas poderosos que informam a minha vida hoje: dança, performance, comunidade, o pensamento independente e o poder primordial de mãe e filhas. 

Então, aqui estamos no ponto crucial da história: Ontem à noite, depois de ensinar minhas aulas de dança do ventre, minha aluna Regan veio até mim com uma revista. "Meu pai acabou de morrer a semana de Ação de Graças", disse ela. "Eu estava passando por suas coisas Ele era um grande colecionador e recolheu muitas revistas. E achei isso. Foi a única que ele tinha deste tipo.

Ela olhou para mim com suando, antecipação de tremor. Eu me senti um formigamento, emocionada com a perda de Regan e do que ela havia encontrado. Eu estava folheando a revista Peter Max, o volume 2 de 1970 e veio na página. 

"OLHE", disse. 

Lá estava ele, o segundo de uma série de fotografias hippie preto e branco, pessoas divagando (viajando, rs), uma mulher alegremente amamentando, casais se abraçando, cães pulando - A FOTO SEMINAL DA MINHA VIDA - só, eu estava cortada! O foco da foto como impresso na revista estava no sutiã de moedas, a mãe hippie sorrindo dançando com a filha nos ombros. O umbigo, a barriga arredondada da minha mãe comigo dentro não estava no quadro. 

Mas isso não diminui o espanto, a sensação de formigamento, a incrível coincidência cósmica da coisa toda. Se Regan não tivesse minha aluna durante todos esses anos e com a oportunidade de vir ao meu estúdio em casa para dançar, ela nunca teria visto a foto original em sua moldura, ela nunca teria entendido o significado de uma única cópia da Peter Max Magazine de 1970. E eu nunca teria sabido que a foto era estava na revista hippie da década de 1960, agora um item de colecionador, e eu nunca teria buscado "Robert Altman, Fotógrafo, Peter Max" e encontrado site do fotógrafo original, e procurado "dançarina do ventre" em seu site e me encontrado novamente.

Então, é isto. 

Obrigado Robert Altman por tirar a primeira foto minha na dança do ventre. Você não me conhece, mas eu estou honrada em ser um sujeito in-utero de seu belo trabalho (capturado para sempre no belo corpo da minha mãe). 


Graças a mamãe e o papai por nunca se entregar, pois minha herança hippie vale mais do que dinheiro. 


Obrigado Regan por fazer dança do ventre comigo, por compartilhar sua história e por me dar a edição da revista Peter Max (que vale $ 88 dólares no eBay, mas muito mais para mim!) 


Obrigado pai de Regan, que ficou fascinado com hippies, mas nunca foi um. 


Como diz na última página da revista Peter Max: Volume 2 de 1970

O homem é um. Deus é um. O amor é um. 
Estamos todos os frutos de uma árvore 
E as folhas do mesmo ramo. 
Todo mundo é Deus no processo da evolução. 
Identifique-se com tudo o que vive. 
Ame toda a criação Divina. 
Ame até mesmo a folha; 
Ame os animais, ame as plantas, 
Ame tudo. 
Sinta-se que o poder 
De Deus trabalha através de todas as mãos, 
Vê através todos os olhos, 
Ouve por todos os ouvidos. 

Este é então uma bonita e excitante história que eu me amarro totalmente. Espero que você também. 

Copyright -- Essay 2006 por Melina de Filhas de Rhea
Todos os direitos reservados.


TEXTO ORIGINAL: 
** Tradução Livre Carine Würch **

27 de agosto de 2014

232 - RHEA

232 por Maria Carvalho - SEMANA 13

Rhea - a mãe de Zeus e a Vida que nos ajoelha diante das intempéries, mas não quebra quem somos!

Quando escuto o nome de uma bailarina é natural a curiosidade, afinal do que se trata? Sempre fico muiiito intrigada nos motivos daquela escolha, não tive a oportunidade de confirmar com Rhea (o farei), mas me parece que o nome vem da Deusa Grega, mãe de Zeus, ao menos é a interpretação que se faz prima facie (hoje tou gastando meu latim).

Breve conhecimento de mitologia:  deusa de origem pré-helênica, associada à cultura cretense. Filha de Urano (céu) e Gaia, o casal primordial, sendo por isso uma das Titãs, mãe de todos os deuses de primeira grandeza, entre eles Hades, Hera, Posseidon e Zeus. Era chamada de Mãe dos Deuses, relacionada com a fertilidade e nas cerimônias dos cultos e crenças religiosas.

Lendo, pesquisando e descobrindo sobre Rhea, me deparo com uma entrevista na qual ela fala de sua ida pra Grécia e patati-patata, ela menciona que é uma "daquelas pessoas engraçadas que preferem morrer de pé que viver de joelhos, e eu não poderia viver sabendo que eu realmente queria fazer algo e que eu estava com medo de fazê-lo. Melhor fazê-lo e morrer que querer e definhar."

Fiquei fritando os miolos com essa frase e a cena do jornalista assassinado pelo Estado Islâmico, pronto viajei o que que uma coisa tem com outra? Bem, as vezes de joelhos estamos numa dignidade e demonstração de coragem que nenhuma postura ereta pode superar, foi o que me passou James Foley, momentos antes de sua morte... precisava fazer essa referência e nos deixar meditando, afinal o objetivo é pensar.... pensa, pensamento!

Observo em todas pessoas que se destacam entre seus pares um composto que se repete, a necessidade de superação. Parece uma constante, um incomodo, uma pedrinha na sapatilha que nunca se move, então é natural estar sempre buscando, buscando... buscando. Cada um lutando por aquilo que muito deseja, ou ao menos que pensa desejar, e quando acontece de conseguir ou comemora ou elege outra meta e segue na busca do inalcançável. Bem, Barbara Grant, uma das alunas de Rhea e onde pude ler a mencionada entrevista confidenciava suas impressões sobre a dança e sobre a professora, sobre o povo grego e suas paixões e eis que novamente um comentário me fez parar. Dizia ela que estava muito intimidada em dançar para os gregos, mas observou que eles não eram suscetíveis a criticar a técnica, a luz brilhava em outra direção, rumo a paixão e o coração. Contudo, Rhea lecionava enfatizando postura, atitude e formação de linhas corporais. Já penso que conseguir a harmonia entre as dois, técnica e paixão, é nosso maior desafio!!!

O aprendizado que levo nas leituras de hoje e os acontecimentos do nosso dia-a-dia é que Jamila, Mish Mish, Rhea... e tantos outros de quem ainda falaremos são pessoas incomodadas com a mesmice, o comum, o mediano. Alguns pagam com a vida, em pé ou ajoelhado...a caminhada é fo-di-da para todos nós, mas como se encara o seu algoz(um sádico fundamentalista ou uma bailarina de nariz torcido pro seu trabalho) é a brutal diferença que nos distingue. 

Vamo que vamo...xeros!

26 de agosto de 2014

233 - RHEA

233 por Carine Würch - SEMANA 13

Rhea de Atenas - Instigadora de revoluções, inovadora em estilo e forma, pioneira na Dança do Ventre, uma lenda em seu próprio tempo, mestre no emocionante estilo Greco & Turco! Com seu dinamismo na dança, Rhea combina os princípios da dança grega antiga com Cabaret turco moderno. 

Suas teorias atuais da dança enfatizam a Reconciliação dos Opostos - lados direito e esquerdo do cérebro, yin e yang, princípios masculino e feminino, o céu e a terra. Por que a mudança matriarcado para o patriarcado e o que a cobra tem a ver com isto? Conjecturas instintivas de Rhea iluminarão formas que irão encantar a mente e melhorar a sua dança! Todo mundo que cruza seu caminho irá atestar: Nunca um momento de tédio com Rhea

Rhea se interessou em dança do ventre depois de ver trupe de Jamila Salimpour - Bal Anat dançando na Renaissance Pleasure Fair na área da Baía de Sao Francisco em 1968 e tornou-se um das primeiras dançarinas de espada na trupe de Jamila além de se tornar a primeira bailarina nos Estados Unidos a colocar o equilíbrio de espadas no contexto de performance. 


No início dos anos 70, Rhea ensinou e se apresentou em uma infinidade de locais da área da Baía quando o interesse em dança do ventre tinha atingido o seu apogeu, além de criar suas duas filhas, Piper e Melinda, no coração da arte. Em 1977, Rhea deixou os EUA para explorar as diversas fontes de dança do ventre no Oriente Médio. Depois de ver as estrelas, então reinantes da época, Zohair Zaki e Nagwa Fouad, e de dançar no Egito, Rhea se estabeleceu em Atenas. Ela montou um pequeno estúdio de dança à la Isadora Duncan na base da Acrópole, onde a inspiração sobre novas maneiras de transmitir a arte da dança do ventre para seus alunos, floresciam, espontâneas à sua mente. Rhea é atualmente convidada para falar, se apresentar e realizar seminários em toda a Europa e os EUA. Suas aulas são muitas vezes aumentada pelas habilidades de percussão e vocais de seu marido Ali Arsoy, um músico iraquiano com raízes curdas, armênias e do Turmequistão. Rhea e seus alunos realizam tanto show de folclore e cabaré moderno ao redor da Grécia, de acordo com o local. Rhea acolhe bailarinos e estudantes de todo o mundo para se apresentar com sua trupe.

** Tradução Livre por Carine Würch **


25 de agosto de 2014

234 - RHEA

234 por Maria Carvalho - SEMANA 13

Do Bal Anat e dos ensinamentos de Jamila Salimpour saíram grandes bailarinas, semana passada falamos de Mish Mish, nesta falaremos de Rhea.


Nos idos de 1968 ela se juntou a Miss J e sua trupe e em 1970 já era uma conhecida solista e instrutora de dança na Baía de São Francisco, mas o mundo chamava por ela e assim foi, em 1977 com sua mochila e muita disposição seguiu em uma viagem pelo Oriente Médio, onde desejava explorar diversas fontes de dança.



O lugar para chamar de lar foi Atenas, onde Rhea vive e ainda ensina a arte do encantamento pela dança.


Se você também tem este espírito aventureiro, cata a escova de dentes e se joga, no estúdio dela se acolhe alunos vindos de todos lugares do mundo... ou seja você pode estudar a dança e se hospedar, sem contar que umas férias na Grécia não vai nada mal, hein.


24 de agosto de 2014

235 - MISH MISH {vídeo}

235 por Carine Würch - SEMANA 12 


Para melhor organização do nosso acervos, tentaremos sempre fazer uma Playlist dos vídeos encontrados, ficando mais fácil para todos procurarem os vídeos em um único local.



Segue então alguns vídeos de Mish Mish.



Adicionaremos mais conforme formos encontrando!


23 de agosto de 2014

236 - MISH MISH

236 por Carine Würch - SEMANA 12

KamalaVocê se lembra de algum dos músicos e quais músicas tocavam naquela época?
Mish Mish: Claro que me lembro muitos dos músicos, mas apenas algumas peças de música: Maroun Saba, Maurice, Jamil, Adel Sirhan, Suhail Nasser, Saadoun Al Bayati, Najib Khoury, George Hyatt, Kasim, Ali Darwish, Suhail Kaspar, Hanni Nasser, Aziz Khadra, Tony Ayad, Henri, Manoush Shadeghi, John Belizikjian, Bashir, Raja, Semon Shabkie, Abdel Khalik, Ussri Esmaiele, Adel Moursi, Moustapha Sax, Reda Darwish, Ghazi Darwish, Abdulla Kdouh, Jihad Racy, Mohamid Murray. 

Algumas das peças musicais tocados para mim foram: é claro que eu muitas vezes Hamawy Ya Mish Mish (ouça aqui), mas também Nebtidi Menien El Hikaya (ouça aqui), Fatet Ganbena (ouça aqui), Ala HASB Weddad (ouça aqui), Sawah (ouça aqui), Sallam Allay (ouça aqui), Zaina (ouça aqui), Inta Omry (ouça aqui), Toubie , Tamra Henna (ouça aqui), Arousa , Leyl Ya Layali, Mashael , Sahara City.

KamalaVocê se lembra de quando a cena mudou em cerca de 1977 ou 78 com a chegada da música egípcia e dançarinos para Omar Khayam


Mish Mish: O que foi tão incrível quando os músicos egípcios chegaram, é o fato de que eles realmente tocavam peças musicais inteiras. Foi quando tudo mudou nos shows. Eu acredito que foi também o momento em que a maior parte do estilo de improvisação de dança também mudou. Algumas de nós tivemos tempo de ensaio com os músicos e somos capazes de coreografar nossos shows. Tornou-se mais profissional. 


Houve uma dançarina egípcia que trabalhava na Koko antes da chegada de Nahed Sabri. O nome dela era Sahar. Eu nunca vou esquecer, estávamos todos horrorizados com suas combinações de cores nos figurinos! Esta foi a primeira vez que que se viu laranja e verde misturados. Ela era tão bonita e diferente, e na verdade foi a primeira vez que vi uma dançarina com um show ensaiado e bem feito, assim os shows eram realizados na Europa. Isso foi tão completamente novo e estranho para todas nós. Sempre tivemos cinco partes para a dança:  aparecíamos de véu, fazíamos nossa entrada, primeiro taxim era onde retiramos nossos véus, em seguida, com música rápida novamente, era feito a dança chão, em seguida, música rápida novamente e Solo de Derbake e final. Aqueles eram espetáculos longos! O estilo egípcio era geralmente em três partes. Uma pequena entrada com véu e quase imediatamente descartado, taxim, solo de derbake e final. Às vezes, ela usava algum adereço. Essa foi a primeira vez que vi o candelabro equilibrado sobre a cabeça de alguém. 

Houve também outra dançarina antes de Nahed, que fazia uma dança estilo europeu, mais tarde apelidado de estilo egípcio. O nome dela era Suzie Ashar. Ela comprou e abriu um clube em Hollywood Boulevard perto Grauman’s Chinese Theater e chamou de Sahara. Ela era uma dançarina maravilhosa e eu me lembro agora que ela se assemelhava a Mona Said, em aparência e estatura. Seu truque era equilibrar algo como seis bastões. Um na cabeça, um no peito, um ou dois no quadril e uma em cada mão. Eu tive a oportunidade de trabalhar lá por um tempo também.

Com a chegada de Nahed, tudo pegou fogo! Ela mal falava Inglês, por isso era sempre necessário um intérprete. Felizmente, por minha causa, e de meu marido Faisal, e eu fui capaz de conhecê-la melhor, e obter alguma crítica construtiva quando ela vinha até nossa casa para visitas. Lembro-me de uma festa muito divertida que Shirin fez em sua casa pra recebê-la em nossa comunidade de dançarinos. Todo mundo estava lá (a maioria dos dançarinos que trabalhavam em LA) e tivemos um show particular. 

Seus shows eram quentes e ela também! Sendo assim muito temperamental, muitas vezes que ela não estava feliz com alguma coisa no show: a música que não era do seu gosto, ou alguém dizendo ou fazendo algo na platéia que não demonstrava respeito, como falar durante seu show. Ela, às vezes, começa a xingar em árabe e saia do palco, terminando assim o seu show. Ela era tão mimado pelos músicos e donos de boates, seus caprichos sempre eram feitos. A maioria dos músicos, na realidade, morria de medo dela. Mas todos eles me disseram que ela era a sua bailarina favorita, entre todas que haviam trabalhado.

Aqui uma pequena playist do trabalho de Nahed Sabri em filmes:


FONTE:
** Tradução livre - Carine Würch **

22 de agosto de 2014

237 - MISH MISH

238 por Maria Carvalho - SEMANA 12

Sabendo mais e mais sobre Mish Mish...   

Assim como já citamos sobre a necessidade de Jamila tornar as aparições do Bal Anat menos improvisadas e com cores de dança coreografada. Mish Mish nos narra a mesma necessidade, pelos idos de 1977, com a chega da música egípcia. 

Houve também uma dançarina que trabalhava no Koko, Sahar. Todos se escandalizaram com a vivacidade das cores do figurino, Mish Mish narra ter sido a primeira vez que tinha visto uma dançarina combinar cores como laranja e verde, além do fato de ser perceptível que o show era ensaiado.

O que me chama atenção é que Jamila já tinha começado este esquema no Bal Anat, como vimos vários post atrás, como então o show ensaiado foi causar tanta estranheza a Mish Mish?! (Teremos que perguntar diretamente a ela).

Sahar trouxe um novo estilo de show, dividido em 3 partes, entrada com véu, que quase de imediato era retirado de cena, taxim, solo de derbake no final.

Segundo Mish Mish, teria sido a primeira vez que ela viria um candelabro na cabeça de uma dançarina.

E vamo que vamo...em nossas descobertas
Xeros

21 de agosto de 2014

238 - MISH MISH

238 por Carine Würch - SEMANA 12

Continuamos na Entrevista de Mish Mish para Kamala, no Gilded Serpent

Lembro-me de ter os melhores dias da minha vida! Eu nunca fui de acordar cedo, então dormir tarde para mim era maravilhoso. Era como se eu estivesse sendo paga para fazer festa. Infelizmente, muitos de nós poderíamos facilmente ter nos tornado alcoólatras, com os clientes continuamente enviando-nos bebidas. Esta foi a pior parte em relação aos clubes, além das constantes investidas dos clientes, proprietários do clube, e músicos. Era difícil tentar manter formal e profissional, e conseguir não misturar negócios com divertimento. 

Ao contrário de São Francisco, os proprietários do clube eram bastante flexíveis com deixar-nos trabalhar em mais de um clube. Isso tornou fácil ter uma agenda cheia. O que eu mais amava sobre como trabalhar em LA, era que a maioria dos bailarinas se mantinham unidas e apoiavam-se mutuamente. 

Nós não permitiríamos que os proprietários dos clubes tirassem proveito, ou colocassem-nos umas contra os outras. Nós até entrarmos em greve e tentamos formar nosso próprio sindicato e para termos contratos com melhores condições de trabalho. Essa organização original é M.E.C.D.A. (Middle Eastern Cabaret Dancers Association).

MECDA protest at the Khayam Restaurant in Los Angeles. The owner appeared wtih his gun, but we had a police permit to picket. We asked for contracts and payment of our unpaid salaries, and fair treatment

Samrah Masoud -  Sherin Burton in front and I believe that is Nessim. Perhaps Samrah in back of Sherin on right

Samrah Masoud - Ixchel (who used to perform with me at the Fez in '73) in front of the police car

Samrah Masoud - more BDers of MECDA picketing at the Khayam. Meanwhile Majid (the owner) and two other men yelled "sharameet! and shuyu'in!"
Samrah Masoud Feiruz Aram at the demonstration against Khayam - MECDA

FONTE:
** Tradução livre - Carine Würch **

20 de agosto de 2014

239 - MISH MISH {vídeo}

Mish Mish, 1973, 
SC. Renaissance Pleasure Faire
Posted with permission from 
Pamela Sklavos-Jaque (Mish Mish)

239 por Maria Carvalho - SEMANA 12

Seguindo nossos estudos sobre Mish Mish, aliás o nome é tudo de bom... 

Lendo ontem o post da Carine aprendemos o porque do nome, super sugestivo, e hoje observo no vídeo que separei a chamada da bailarina, as coisas meio que se casam.

Divirtam-se!
Vamo que vamo



19 de agosto de 2014

240 - MISH MISH

240 por Carine Würch - SEMANA 12

Kamala: quando você começou a dança do ventre, e que foi sua professora (professoras)? 

Mish Mish: A primeira vez que vi uma trupe de dança do ventre foi em 1971 na Northern California Renaissance Pleasure Faire. Por ter uma estatura baixa, eu fiz o meu caminho até a frente do palco, no momento exato em que uma dançarina fez um giro incrível com uma espada sobre a cabeça e ao girar, empunhou a espada e terminou com um cambret, ao mesmo tempo que cravou a espada no palco, ao som da última batida da música, bem na frente de onde eu estava! Mais tarde eu descobri o nome da dançarina era Rhea, que na época estava na trupe "Bal Anat". Decidi ali mesmo, eu queria aprender esta forma de arte incrível. Comecei a estudar com Jamila Salimpour na primavera seguinte, em 1972. 

Eu aprendi muito rápido e me tornei a dançarina principal da Renaissance Faire, no final daquele ano. Aquele ano foi muito divertido! Além de dançar na Renaissance Faire, eu comecei a dançar no Casbah na Broadway, em Sao Francisco. 

Foram Fadil Shahin, dono da Casbah, e Jamila, que inventaram o nome Mish Mish, que significa, pequeno damasco doce e suculento. Hah! Ou, como já foi dito, era como diz o ditado americano "como tomate quente". Frutas, legumes ... que seja!!! Eu gostei, se encaixa, e é fica na mente. Eu gostaria de dizer que eu sou a original e não devo ser comparada com a outra dançarina em Seattle. Depois que me casei eu adicionei o sobrenome El-Atrash, para distinguir entre as duas. Eu sinto os bailarinos devem escolher seus nomes com mais cuidado e verificar se ele não está sendo usado por outro.

Eu dou crédito e graças a Jamila Salimpour pelo meu treinamento formal na arte da Dança do Ventre, eu também estudei um pouco com Samia Nasser

Estudei diversas danças: Tap, Ballet, Flamenco, havaiano, Tahitian, polinésia, e eu amava especialmente dos Balcãs e Folclore Internacional. Alguns dos grupos que eu trabalhei e e me apresentei são: Bal AnatPitu Guli ou mais tarde chamado BabaganoushAvaz com Tony Shay como diretor, e ajudou a formar o Gypsy Moor Dancers, que mais tarde seria conhecido como Hahbi Ru.

Kamala: O que você lembra sobre a cena noturna de Los Angeles árabe a partir do final dos anos 70 ao início dos anos 80? Quais os clubes que você trabalhou em? 

Mish Mish: Trabalhei em tantos clubes em LA! Eu fique lá por seis anos.  Clubes árabe: A Fez, Ali Baba, Khyam, Abu Nawas  |Persa: Dalila, Caberet Teerã, Colbeh, Sahara |Grego: Vila grega, Atenas Jardins


18 de agosto de 2014

241 - MISH MISH

241 por Maria Carvalho - SEMANA 12

O efeito dominó!


Uma pausa em nosso estudo sobre Mish-Mish. A vida é interessante, projetamos algo, mas daí vem ela....em sua acelerada forma de dizer, não se programe porque de inopino tudo pode mudar.

Então, comentei semana passada e em vários posts atrás sobre o efeito positivo da dança, enquanto me preparava para nossa conversa desta semana li este comentário da Aida Al Adawi e parei para refletir:

http://contrapposto.deviantart.com/art/Dancer-with-a-Face-60439500

"Robin Williams death is such a loss as a human being and as a great talent and inspiration. So many of us, me included suffer from serious depression. Teaching and performing for many of us is the thing that saves us from self destructing and keeps us moving forward. There are many days when I can't get up or find any motivation or self value. It is always a struggle with those of us who are ADD and may also have shades of Bipolar. We learn to get through our daily lives by creating a detailed environment ranging from putting our key always in the same place by the door to carrying around lists of what we need to do minute to minute. Unless you have had to live with this there is no way to understand how hard we have to work just getting through every day. Often people who are not ADD think it is just an excuse or that it is "over prescribed" but when you truly are it is simply a way of life that if we are lucky we are diagnosed and learn to live with. Dr. Daniel Amen, has given us many tools to help us learn to make our lives more productive. I only recently have begun to be able to read. His books show brain scans of the 7 types of ADD and provide clear explanations of all the different combinations of factors that relate to them. What an eye opener. I lost my sister to suicide in the mid 70s and my brother was murdered in the mid 90s. Both struggled with forms of ADD. Those left suffer greatly from the loss. My heart goes out to Robin Williams family. The hardest thing is that they make the choice for what they think they need to be at peace and we can't go back and help change it. We are left here in this life and as his wife said, we need to remember all the positive and beauty that he gave to all of us. But we also will have to grieve the terrible loss and hope that the next generation will have better tools to help those going through this to find the help they need to save them from this kind of pain. I am sad but I do understand the pain."

Temos oportunidade de escolher a luz, mas alguns preferem as sombras. Viver
é uma grande aventura com dificuldades mil, parece aqueles vídeo-games cheios de fases a serem ultrapassadas. Encontrar algo que lhe motive a sair da cama toda manhã é vital, isso ficará evidente quando alcançarmos o outono da existência e observarmos que a nossa vitalidade é a mesma dos 20 anos, para tanto as escolhas que fazemos hoje serão fundamentais.

Cada um com seus conflitos, dificuldades...e para todos os problemas há milhões de alternativas, é necessário estar apto a enxerga-las. Olhamos bailarinas como a Aida, que citei, e pensamos queria ser ela, dançar como ela, esquecemos que todos somos seres humanos, cada um com sua cruz  e uma longa (espero) jornada a ser trilhada.

A dança pode ser o divisor de água, quando tudo parece estar desmoronando escore o penúltimo dominó, quebre o efeito e se permita!!
Nós, ocidentais, estabelecemos que ela é puro entretenimento, parece normas do direito consuetudinário, então ninguém em sã consciência pensa em viver exclusivamente disto, antes há a medicina, engenharia, direito,...correto?! E da nossa alma quem cuida? 

Amanhã voltamos a Mish-Mish
Xerinhos quentes em todos.