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27 de fevereiro de 2015

46 - PEPER ALEXANDRIA

46 por Carine Würch - SEMANA 39


I remember this style as being invented by Masha - Tribal pose from the Masha era. Cholie use started by Masha. (Peper Alexandria).




Peper Alexandria começou sua carreira como dançarina, em Nova Orleans, indo morar na área da Baía de São Francisco durante o "summer of love". Foi apresentada a dança oriental pela Princess Aisha, uma bellydancer turca que trabalhava no Bagdad Cabaret, em San Francisco. 



Foto de quando eu era aluna de Masha Archer, 
1973, "San Francisco Classical Dance Company"

Placas sobre seios e headpiece são turcomano.
Em seguida, ela estudou com Masha ArcherJamila SalimpourEdwina NearingFatma Akef, Amina Goodyear, e Dahlena.

Ela era uma dançarina de bastão na troupe Bal Anat, em 1974. 

Em 1979, foi uma das primeiras bailarinas americanas a ir para o Egito, onde estudou Ghawazee com as Banat Mazin.

FONTEhttp://www.gildedserpent.com/art41/alexandriacostumes.htm


3 de novembro de 2014

164 - ASMAHAN

164 por Carine Würch - SEMANA 23

Escrito por Asmahan of London para o Gilded Serpent


Lynette entrou em contato comigo com a idéia de uma turnê filmada pelos famosos clubes noturnos de árabes de Londres. Iriamos até às instalações e filmaríamos onde os clubes existiam anteriormente. Eu descreveria os clubes como eram nos dias de glória. Fui uma dançarina da Califórnia, que veio a Londres para dançar nas discotecas árabes. Tive o privilégio de fazer parte desse momento maravilhoso. O que se segue é o meu artigo sobre estes clubes fabulosos, as dançarinas, músicos e cantores que fizeram esta época sensacional.

São Francisco - 1972 
Asmahan dances at Sultan's Palace
Asmahan at Sultan’s Palace, performing on a stage that was a
giant aquarium, with fish swimming beneath her feet.
Dancing on water! Ali on dumbek, and Joseph Alexander on def
Foi minha grande sorte experimentar a Dança Oriental, pela primeira vez, no Renaissance Pleasure Faire em Marin County, perto de São Francisco. O grupo de dança Bal Anat estava se apresentando com música ao vivo. O som era exótico e encantador, e estava totalmente cativada. Os instrumentos tocados eram santour, derbak, def, dehola, mismar, miswige, nai, snujs, e sistros. Era pontuado por zagareets (ululação) - que tinha ouvido falar, no filme, Lawrence da Arábia. As bailarinas dançavam em formatos coreografados e improvisados. A interação entre os dançarinos e os músicos era apaixonante, os tambores bateram em meu coração. A dançarina do final foi Galya, sua beleza e dança magnífica deixou uma impressão para vida toda. Rhea fazia uma dança com espada que gostaria de imitar. Esse show me inspirou muito, quis ser uma dançarina e dançar com música ao vivo.

Jamila Salimpour apresentava um show que ela descreveu como "pré napoleônica" (antes de influência ocidental no Oriente Médio). Ela pesquisou livros de história, usando as fotos dos dançarinos orientalistas para saber mais sobre seus trajes. Essas idéias eram uma mistura das culturas dos Beduínos, Ghawazee e Ouled Nail. Sem lantejoulas, franja bordadas, lamê, ou brilhos eram permitidos, os corpos dos bailarinos eram cobertos com Assuit, tecidos da rota da seda, jóias étnicas, bordados e moedas do Oriente Médio. Ghawazee significa "invasores do coração" em árabe.

O primeiro show em um clube árabe que eu vi foi no Casbah na Broadway, em São Francisco. O proprietário era Fadil Shahin, um cantor talentoso que tocava oud. Ele estava acompanhado por Jalal Takesh, que tocava Kanoon, e Salah Takesh que tocava derbak. Na banda também havia dois músicos que tocavam violino e nai. Rhea, apresentou seu show de dança com espada, e outros dois dançarinos fizeram o formato tradicional show, com véu, Taksim, canção, floorwork, balady e um solo de derbak.

Depois de ter aulas com Jamila Salimpour, comecei a dançar profissionalmente no Casbah, começando uma vida inteira de aprendizagem sobre a música e as danças do Oriente Médio. Seu ensino se caracterizava pelo estilo das dançarinas dos filmes clássicos egípcios: Samia Gamal, Naima Akef, e Taheya Karioka. Fadil se apresentava com músicas de Farid Al Atrash, Om Kalthoum e Abdul Halim Hafez. Eu ouvia "Abdul Halim Hafez ao vivo do Royal Albert Hall, em Londres", e ficava impressionada com a beleza da música de sua orquestra e a interação com o público.


Houve uma dançarina árabe que se apresentava no Casbah, chamada Princesa Samia Nasser. Ela era do Iraque e tinha o cabelo vermelho brilhante e pele pálida e branca. Usava trajes com bordados glamourosas e foi muito querida comigo. Ela me deu conselhos de beleza, me dizendo para não usar trajes de moedas. "Você não está realçando sua beleza" era seu constante comentário para mim.

Nosso melhor cliente naquela época, era o filho do rei da Arábia Saudita. Ele me pagou meu primeiro drinque, e costumava me dar notas de cem dólares como gorjetas, as quais economizei para o meu futuro.

Um violinista libanês, Aboud Abdel Al, que havia se apresentado em Londres e estava em uma turnê, chegou a San Francisco com alguns músicos de sua orquestra. Ele produziu um álbum de música de dança do ventre com Fadil Shahin. Os músicos foram Bashir Al Adbel, Mohammad El Berjway, George Basil, e Chazi Darwish. A música de entrada nesta gravação foi uma peça chamada "Siqa". Eu não sabia como dançar essa música, como era no estilo egípcio moderno, do qual não tinha conhecimento. Foi baseado em um passo chamado arabesque, a partir da influência do balé do Bolshoi no Cairo. Estes foram os tempos antes de vídeos - e nós nunca tínhamos visto os bailarinos do Cairo ou Beirute. Estudantes da Arábia Saudita da Universidade de Stanford costumava vir e dizer-nos coisas sobre dançarinas egípcias. Diziam, por exemplo, que elas não faziam floorwork e todos usavam trajes bordados. Aida, uma dançarina no Casbah, convidou vários dançarinos para a casa dela, para assistirmos um filme que tinha recebido de uma dançarina egípcia chamada Samiha. Ela vestia um traje alaranjado bordados, muito chamativo, com uma saia de lantejoulas laranja, mostrava muito suas pernas, e dançava um estilo que nunca tinha visto, a música que nunca tinha ouvido falar. Estávamos espantados e intrigamos sobre o mundo da dança "lá fora".

Aboud Abdel Al aconselhou-me a ir a Londres para dançar em Omar Khayyam. Meu coração estava pulando! Sempre quis levar uma vida de aventuras, e este parecia ser o início de uma grande aventura. Seguria meus sonhos e dançaria para os árabes em suas boates, restaurantes, hotéis, cabarés, e casamentos. Meu objetivo seria dançar a autêntica música árabe no contexto da cultura árabe. Era meu plano para dançar em Londres, Paris, Viena, Beirute, Dubai, Bahrein e Cairo.








9 de outubro de 2014

189 - REBABA | RITA ALDERUCCI

189 por Carine Wurch - SEMANA 19

De vez em quando, um cavaleiro numa armadura reluzente, apareceria para esta princesa desajustada, do mundo da dança do ventre. Seus cavaleiros geralmente entravam em sua vida, cortesia dos locais onde se apresentava. 

Apenas esta circunstância, já era uma boa razão para se afastar, tendo armadura brilhante ou não. No entanto, esta princesa não acreditava que ela tinha um valor especial, e portanto, ela não tinha forças para recusar as atenções de um cavaleiro em armadura brilhante

Vivi esta princesa imaginária, no palco, por muitos anos durante a minha vida adulta. Ela era a "melhor de mim" que poderia imaginar, e eu a amava muito, pois realmente me mantinha sensata e feliz, sempre que estava atuando em sua pele. Pena não haver aprendido algumas coisas através desta minha caracterização, que poderiam ter me ajudado durante minha busca ao amor. Eu sei que agora, depois de muitos anos de erros, corações partidos e mais lições de vida que eu posso contar, o amor que recebi durante as apresentações, foi possível graças a minha imaginada auto-consciência e confiança como Rebaba. No entanto, fora do palco, minha auto-imagem era de completa falta de confiança, extremamente insegura e totalmente incapaz de reconhecer e aceitar o amor. Felizmente, fui capaz de experimentar este amor através do meu público, que de bom grado me deu, durante os muitos anos de minha carreira profissional. Se não tivesse experimentado este amor (junto com o amor da minha família e amigos com certeza, mas, que estavam longe, grande parte do tempo que eu estava dançando profissionalmente), acredito que poderia ter me aventurado no poço sem fundo da dependência de drogas, muito mais cedo do que eu fiz. 

Minha dependência completa de medicamentos não começou até que parei de dançar profissionalmente, e me mudei de volta para minha cidade natal, para começar uma segunda carreira, depois de me formar na universidade. Como eu ainda não cheguei neste ponto da minha história, eu prefiro continuar com um momento de alegria ao dançar profissionalmente em Los Angeles. Para mim, geralmente, os shows mais únicos e engraçados eram os mais longos que a maioria dos outros. Portanto, eu gostaria de contar um dos mais engraçados, além de ser possivelmente, a melhor Entrada que fiz no AliBaba em Hollywood


Era uma noite de sábado, neste pequeno espaço com o teto baixo, construído para parecer caverna de Ali BabaAliBaba era um desses clubes noturnos do Oriente Médio, incrivelmente bem sucedidos, que pontilhavam a área de Los Angeles durante os anos 60, 70 e em meados dos anos 1980. Eu trabalhava nos fins de semana e algumas noites durante a semana, que eram igualmente lotadas. Os membros da banda eram todos bons amigos e excelentes músicos, que tocavam como anjos para mim, durante cada show, independentemente do número de pessoas na apresentação. 

No entanto, os shows magníficos, realmente só aconteciam com muita ajuda de um público amoroso, generoso e em êxtase,  que alimentava nossos talentos individuais e nos inspirava a níveis mais altos de desempenho como um grupo. 

Este sábado, em especial, abrigava uma audiência como tal. Fiz minha entrada com minha música egípcia favorita, e o público já vibrava, pois também amavam esta música, assim como a minha dança. Estava quente, com muita fumaça e um barulho constante de fala e gritaria, copos tilintando e quebrando, gargalhadas e aplausos entusiasmados, que misturados ao todo, tornavam-se parte da música e do meu show. Dancei com todo meu coração e alma, apoiada pelo fluxo de energia que sentia como luz quente e amorosa, projetada pelo público presente. Os músicos tocavam como valentes leões, emitindo seu próprio rugido de prazer atrás de mim, para que eu estivesse envolvida por essa energia maravilhosa de felicidade e amor. 

Isso não acontece com muita frequência, onde cada nota musical, batida de tambor e o movimento físico, parecem fundir-se para tornarem-se um. Quando acontece, um show inesquecível é criado, e esse show em particular, estava definitivamente começando a se parecer como um daqueles shows especiais. Quando a música chegou a uma alta frequência, girei em torno do palco, terminando bem no centro, em uma inclinação perfeitamente bem cronometrada e executada. Quando a música terminou com uma batida ensurdecedora, as luzes se apagaram, joguei meu corpo para frente e para baixo, em direção ao chão, me ajoelhando simultaneamente. Minha cabeça foi com uma grande velocidade para baixo, para tocar meus joelhos, quando algo bateu no meu rosto. Caramba, percebi assustada, que o que tinha acabado de acertar meu nariz era o meu sutiã! 

Eu estava usando um dos meus trajes egípcios favoritos, que havia sido fortemente bordado. A combinação da minha inclinação extremamente rápida e furiosa, mais o peso do sutiã, obviamente, desengataram ele das minhas costas. Graças a Deus, o sutiã também estava preso na parte de trás do meu pescoço, que era a única coisa que o segurava no meu corpo. Quando as luzes se acenderam, iniciou-se lentamente a bela melodia de um violino solo, enchendo a sala. Percebi que era a única no clube que sabia que meu sutiã havia desengatado, pois tudo aconteceu quando a luz apagou. Não pude deixar de rir com o pensamento, quando comecei a mover-me através da música e também me posicionar na frente do músico que tocava Oud, que estava dedilhando seu instrumento feliz e completamente perdido em seu próprio mundo. Sorria e chamava seu nome, mantendo as costas para ele, pedindo várias vezes para "engate o meu sutiã, por favor". 


Com clubes abertos por toda Los Angeles, com música ao vivo e diversos dançarinos a cada noite, este tipo de situação com o figurino acontecida de vez em quando, e a maioria dos músicos podem contar histórias muito engraçadas envolvendo pedaços perdidos ou quebrados de figurino. 



Então, sabia que se conseguisse chamar a atenção do meu músico, ele saberia o que fazer... Finalmente consegui, e ele começou a tentar engatar o meu sutiã, e finalmente deixou escapar que não havia um gancho de apenas uma presilha. Bem, a esta altura o público estava começando a ficar curioso, e estava percebendo que algo estava acontecendo, além do óbvio: música e dança. Sendo a exagerada que sou, rapidamente virei-me dançando um pouco e mostrando ao público exatamente o que estava errado. Eles adoraram, batendo palmas, rindo e incentivando-me a continuar dançando desse jeito! 

Mostrei ao público que estaria de volta, inclinando-me para a minha banda, pedindo que continuassem tocando, enquanto descia as escadas correndo do palco para o camarim. Fui seguida por bons amigos: uma outra bailarina e um cantor, ambos gritavam, perguntando o que havia acontecido com meu figurino? Sem conseguir respirar, no camarim imediatamente me virei e pedi para a dançarina engatar meu sutiã. Ela repetiu o que havia sido dito no palco: que não havia um gancho no sutiã. Jogando a parte de cima do meu corpo, com tanta força, para curvar-me, evidentemente o gancho explodiu da alça. Então vamos agora para alfinetes de segurança. Tentando achar um alfinete de segurança, não importa quão grande fosse, através do espesso bordado, enquanto eu, ofegante, ria da minha situação, que era impossível. Ao mesmo tempo em que insistia para que o cantor subisse ao palco e começasse o seu número, uma outra amiga se espremia no camarim. Era a garçonete, e neste momento, ela tinha algo em sua mão, que ela levantou me perguntando se era meu. Ela disse que havia tirado do centro do palco, pois ela pensou que fosse um pedaço de pão pita. 

Bem, não era um pedaço de pão pita, era a espuma do enchimento de dentro do meu sutiã, que deve ter caído no chão do palco, quando fazia essa inclinação perfeita!











Texto original:

** Tradução livre por Carine Würch **

23 de setembro de 2014

205 - DIANE WEBBER

205 por Carine Würch - SEMANA 17

Paralelo ao trabalho do Bal Anat, no Renaissance Pleasure Faire, temos o trabalho de Diane Webber, que teve uma carreira de atriz, modelo e bailarina, foi inclusive Playmate da Playboy em 1955 e 1956. 

A partir de 1969 até 1980 dedicou-se exclusivamente à carreira de bailarina (isto incluindo filmes em Hollywood), e formando seu próprio grupo o Perfumes of Araby, sendo uma das primeiras companhias de dança do ventre americanas.

Vivendo em uma década única, de expansão cultural, de arte, de vivências, experiências, esta oportunidade de crescimento e visibilidade de todo este movimento do Oriente Médio - música, língua, cultura, dança - abriu portas e oportunidades de trabalho.

 

 
Diane Webber foi professora de grandes nomes do cenário da Dança do Ventre nos Estados Unidos, como Jillina e Shareen El Safy, trabalhou com Jamila no Badgad em São Francisco, inclusive recomendando o trabalho de Jamila para suas alunas.

Ela mesma criava seus figurinos e incentivava suas alunas a fazerem o mesmo. baseava suas pesquisas em Ruth Denis, e nas pinturas orientalistas (um pouco de Jamila aqui também? Ou quem sabe de todas nós?). Se envolvia na escolha dos tecidos, e na estruturação dos figurinos. Eu acho isto o máximo. Acho que isto identifica muito o bailarino. Dá o toque pessoal a cada peça.




"Das longínquas performances dos anos 70 até as apresentações de grupo ou como artista solo, Diane Webber continuamente oferece a sua filosofia de se conectar a um entendimento espiritual: estando presente no momento e não pensando no futuro, vivendo a vida ao máximo nesse momento, em nosso próprio caminho; aspirando por uma conexão espiritual visceral, através da partilha de nossa dança. Nós somos os objetos de nossa própria fantasia." ( Stasha Vlasuk)



FONTES:
http://www.gildedserpent.com/cms/2011/07/05/stasha-perfumes-araby-diane-webber/#axzz3E9OZkW1k
http://scottpearce.com/2009/04/22/rip-diane-webber/
http://en.wikipedia.org/wiki/Diane_Webber
http://www.anaheed.com/perfumes.html
http://www.gildedserpent.com/cms/2011/08/08/stasha-perfumes-araby-diane-webber-2/#axzz3E9OZkW1k
http://www.gildedserpent.com/cms/2011/09/15/stasha-diane-webber-fantasy-part-3/

2 de julho de 2014

288 - FIGURINO

288 por Maria Carvalho - SEMANA 05


Hoje gostaria de abordar os Figurinos, numa conversa entre a Natalia Espinosa e o Marcelo Justino comentávamos sobre as tendências, moda-tribal... enfim, a questão basilar foi: por que não usamos nosso artesanato local? Afinal, há uma riqueza nababesca na cultura patrícia, com artesãos trabalhando os mais diversos tipos de materiais. 

Quando Jamila, Masha, Carolena pensaram o figurino que se usa, lançaram mão do que lhes era mais familiar, mas para nós o natural é um cinturão artesanal do Rajastão ou um belo cinturão Pataxó? Se vê muito dessa riqueza nacional nos figurinos elaborados no Tribal Brasil, em especial do Marcelo, que conheço o trabalho e sei da forma como pensa cada peça... nada impede que se incorpore no ATS a cultura que nos é peculiar e uterina.

Creio caber uma conversa com a Nave-mãe sobre isso.

26 de junho de 2014

294 - JAMILA

294 por Maria Carvalho - SEMANA 04

Essas imagens de Jamila não demandam legenda, somente contemplação! 
Uma fase pré Bal Anat e o visual que estamos acostumados. Soberbo!!!