30 de abril de 2015

PILARES ENTREVISTA - Fairuza

Entrevista elaborada por Carine Würch para os participantes do General Skills e Teacher Training com Carolena Nericcio e Megha Gavin, em abril de 2015 em São Paulo. 
Conte uma breve trajetória da sua dança. (Fairuza)
Meu nome: Fairuza. Tenho 27 anos de dança oriental, folclórica, estudo tribal fusion desde 2006 e ats 2008. Sou professora de dança oriental, folclore árabe, fusion e ATS®

O que fez você escolher fazer o curso com Carolena Nericcio? 
Em tornar meu sonho de ser Sister Studio realidade.


Você já fazia aulas regulares de ATS? Participa de algum grupo/ trupe que se dedica ao estilo? Fiz aula com Rebeca Piñeiro e hoje eu tenho minha trupe: Tribal Turquesa ATS®

Na sua opinião, qual a maior dificuldade dentro do curso? (desafios físicos, mentais, financeiros?) Controlar a ansiedade, principalmente no Teacher Training.


Com esta formação, pretende dar aulas regulares de ATS? Sim, já dou.

O que mais você absorveu de toda esta experiência? 
Experiência única que jamais esquecerei, tantas pessoas juntas, lutando por um bem comum: ATS®
Como é ter aulas com a criadora do Estilo? Sua percepção em relação a Carolena (mãezona? Rígida? etc) é diferente do que você imaginava anteriormente? Conte-nos. :) Ter aulas com a "mãe" do ATS® foi uma dádiva. Senti ela mãezona que se rendeu, no final, ao povo caloroso brasileiro! 

Deixe uma mensagem para nossas leitoras.
Acredito na arte como forma de conexão com o divino. Quando danço, sinto Deus bem perto de mim. Liberdade de padrões e dogmas e dançar para ser feliz. No meu caso, uma forma de oração. (Fairuza)

29 de abril de 2015

PILARES ENTREVISTA - Raquel Agnello

Entrevista elaborada por Carine Würch para os participantes do General Skills e Teacher Training com Carolena Nericcio e Megha Gavin, em abril de 2015 em São Paulo. 
Conte uma breve trajetória da sua dança. (Raquel Agnello)

Ensino dança do ventre há 20 anos e tribal há 3 anos. Aulas com professores brasileiros e egípcios, viagem ao Egito. Ex-bailarina da Khan el khalili. Hoje em dia tenho me dedicado mais ao tribal

O que fez você escolher fazer o curso com Carolena Nericcio? 
Me encantei pelo ATS e pela trajetória da Carolena.


Você já fazia aulas regulares de ATS? Participa de algum grupo/ trupe que se dedica ao estilo? Fiz o módulo 1 com a Mariana Quadros, aula particular com a Rebeca, e estudei em vídeos antes do General Skills. 


Na sua opinião, qual a maior dificuldade dentro do curso? (desafios físicos, mentais, financeiros?) Financeiros! 

Com esta formação, pretende dar aulas regulares de ATS? Com certeza.

O que mais você absorveu de toda esta experiência? 
Ainda estou encantada com as professoras, tivemos muita informação e temos muito o que estudar. Eu amei cada minuto.


Como é ter aulas com a criadora do Estilo? Sua percepção em relação a Carolena (mãezona? Rígida? etc) é diferente do que você imaginava anteriormente? Conte-nos. :)
Foi emocionante! Eu achei que ela fosse mais rígida. Ela tem uma energia maravilhosa, a Megha também. Muito atenciosas, e organizadas. Muito carinhosas também, generosas passando toda informação que precisávamos.


Deixe uma mensagem para nossas leitoras. 
I love ATS!!!!(Raquel Agnello)

28 de abril de 2015

PILARES DO TRIBAL - Ana Carolina Saboya Ash

Entrevista elaborada por Carine Würch para os participantes do General Skills e Teacher Training com Carolena Nericcio e Megha Gavin, em abril de 2015 em São Paulo. 
Conte uma breve trajetória da sua dança. (Ana Carolina Saboya Ash)
Eu não tenho background em dança do ventre. fiz 10 anos de ballet clássico no Método Vaganova mas parei de dançar muitos anos antes de conhecer o tribal

Um dia, a Kyia Sharif, que é amiga da minha irmã, foi se apresentar no Tribes Brasil 2011 e me chamou pra assistir. Cheguei lá falando que não curtia muito dança do ventre e dei de cara com um solo da Ariella

Foi algo totalmente inesperado pra mim. E depois veio a Cia. Shaman com Carcará

Eu pirei. Eu gritava, aplaudia, levantava da cadeira, fiquei alucinada! 

Não sabia o q era aquilo, mas sabia que era aquilo que eu queria fazer. Dois dias depois eu tava batendo na porta do Asmahan pedindo pra "fazer aula de Carcará" e a Jhade Sharif tentando me explicar que aquilo era tribal fusion

hahahahahaha!

O que fez você escolher fazer o curso com Carolena Nericcio? 
Bom, comecei a fazer tribal fusion com Jhade Sharif em 2011, e depois de um período de despertar de consciência corporal, ela foi acertadamente me direcionando pro ATS

Me faltava base pra 'fusion' o 'tribal' ;) 

Fui fazendo as aulas durante esses anos e tinha começado a me apresentar de verdade há apenas alguns meses, quando soube que 'Mama C. herself' ia vir pro Brasil. 

Pensei "ok, eu quero fazer isso pra valer? A hora é essa!" E resolvi me dedicar mais do que nunca. Foi um período de muito aprendizado pessoal e crescimento, para chegar no workshop dando o meu máximo, pra fazer valer a pena. E muita humildade pra saber que eu não tenho o tempo de dança e background de muitas bailarinas que estariam ali comigo. Foi tudo ou nada, um salto de cabeça no estilo. E valeu muito a pena.


Você já fazia aulas regulares de ATS? Participa de algum grupo/ trupe que se dedica ao estilo?
Comecei a fazer aulas com a Nadja Al-Baladi e depois com a Aline Muhana, minha professora até hoje. Durante a preparação pro workshop cheguei a fazer 3 aulas por semana, uma de preparatório/revisão de técnica, uma de intermediário e uma de básico, todas de ATS

Foi muito importante pra botar em prática tudo que estava revendo e dançar em formação com pessoas de diferentes níveis. Além disso faço parte do grupo Zaman Tribal com a Helena Marinho, a Carol Marques e todas as alunas da Aline que se encontram aptas e disponíveis pra se apresentarem quando aparecem os convites. é um grupo fluido mas unido, é a minha tribo <3 .
Na sua opinião, qual a maior dificuldade dentro do curso? (desafios físicos, mentais, financeiros?)
Acho que o processo de preparação pro curso foi mais extenuante do que o curso em si, mas pq exigiu dedicação constante por muitos meses seguidos. Durante o curso foi só amor! Fiquei apaixonada pela Carolena e pela Megha, claro, mas acho que fiquei tietando as irmãs de dança que estavam ao meu lado em igual proporção. 

A sensação de ter 70 pessoas, muitas que mal se conhecem, dançando juntinhas, tocando snujfoi arrepiante <3

Com esta formação, pretende dar aulas regulares de ATS?
Não fiz o teacher training, minha intenção não era ser professora de ATS, ainda tenho muito que aprender primeiro ;) fiquei muito feliz em ter feito só o GS Clássico e Moderno.

O que mais você absorveu de toda esta experiência? 
A sensação de coletividade, de sermos uma tribo, não por nascimento ou território, mas por escolha. Escolhemos todos esse estilo e honrar a raiz dele é honrar esse coletivo. Quando subimos no palco unidos, somos a Dança.


Como é ter aulas com a criadora do Estilo? Sua percepção em relação a Carolena (mãezona? Rígida? etc) é diferente do que você imaginava anteriormente? Conte-nos. :)
Eu esperava que ela fosse mais rígida até, talvez pela minha referência de tantos anos com o ballet clássico, mas ela é puro amor e eu não conseguia conter o meu sorriso durante a aula toda. 

Ela é uma inspiração e a forma que ela enxerga a Dança é quase espiritual, ela mesma disse "Quando você está no palco, você não é você. Você é 'DANÇA'." 


Ver a Dança como uma entidade me fez perceber que o que fazemos é um ato de devoção e entrega, de dissolução do ego no todo. Nós somos UM, e esse UM dança ;)

Deixe uma mensagem para nossas leitoras.
ALL THE CYMBALL LADIES: KEEP CALM E DÁ O CUE ;D 

27 de abril de 2015

HISTÓRIAS DE MARIA - Sarau Dançando com as Deusas II

Ando muito reflexiva sobre o real papel da DANÇA em nossas vidas! 

Entretenimento, arte ou cura?

Pois bem, com essa interrogação em mente, sigamos... Acredito que a dança é entretenimento quando nos propomos a realiza-la enquanto outros comem, conversam e ocasionalmente nos observam curiosos sobre aquela peixeira na cabeça e o shimmie "nos quartos" (quadril).

Gira Ballo e Bete, a anfitriã
Penso que se transforma em arte quando técnica e expressividade, emoção e domínio corporal começam a encontrar o equilíbrio e tudo, tudo mesmo se torna algo homogêneo, você já não consegue distinguir os anos de treino, da emoção que pula do pulsante. 

E cura quando a emoção nos toma de assalto, levantamos da cama deprimidos, ansiosos, macambuzios e pensamos hoje tenho aula e lá é o melhor remédio para qualquer indisposição, crise existencial ou melancolia.


Bete, iniciando os trabalhos.
Minha amiga, Bete Medeiros, do Espaço de Danças Bete Medeiros, organiza já há 2 anos um lindo Sarau cujo tema são as DEUSAS. 

Há sempre uma breve leitura sobre a deusa que cada dançarina escolheu, ou se sentiu escolhida, o que não deixa de ser um momento poético e assim se seguem danças, sorrisos, emoção e a cada deusa em cena ouvimos: Diiiiiva, lindaaaaaaaaaaaaa. 

É Bete, nos brindando com sua emoção! Cara, fodástico!!!! Este é o papel de CURA da dança.

Daí, vemos o quanto as pessoas estão leves, felizes... por como diz R. Carlos "curtir aquele momento lindooooo"...isso são as pessoas aprendendo a fazer ARTE. Pausa, lanche canjica mexida pelo marido da Bete, conversa, sorriso, troca de roupa, isso é ENTRETENIMENTO... e logo mais uma leva de danças se seguem... Deuses presentes, todos convidados a um grande GALA!

Marcelo com Hórus
Este ano o Sarau de Bete contou com a presença do dançarino, renomado nacionalmente, Marcelo Justino... incorporando Hórus, um DEUS em meio a tantas DEUSAS, e o que impressiona tanto quanto a dança de Marcelo é sua humildade. Ali, tudo junto e misturado, isso chamo de SOBERBO.

Você lerá toda resenha sobre o evento no blog da Aerith Tribal Fusion, com foto e referências a todas DEUSAS representadas... (seção Resenhando São Paulo com Maria Badulaques).  Fica ligadooo!!!

O objetivo do Pilares é divulgar eventos, independente do tamanho, onde as pessoas são tratadas de forma unica, especial e fraterna... pois este é o espírito TRIBAL.

Xeros no Pulsante.

Opa, peraíiiiiiiii!!!!! Falei de poesia e preciso mencionar a poesia do imortal Carlos Moraes que nos agraciou com seu trabalho:
Casuais
E do Caos nasce Gaia
A terra fecunda
Em seres e artimanhas...
E dos seres nasce a musica
E o movimento que ordena o Caos...
A terra gira, sobre si e ao redor de Hélio
É a dança da terra...
Somente um deus que dança
Aniquila o espirito da gravidade...
“dançar leve, à toa...”
DANÇAR....LEVE!!!
Assim seja, sempre!

26 de abril de 2015

PILARES ENTREVISTA - Imaculada Parreira

Entrevista elaborada por Carine Würch para os participantes do General Skills e Teacher Training com Carolena Nericcio e Megha Gavin, em abril de 2015 em São Paulo. 

Conte uma breve trajetória da sua dança. (Imaculada Parreira)
O ATS® e eu: Em setembro de 2011 fui para a minha primeira aula de dança do ventre, mas depois de alguns meses eu desisti. Não por causa da professora, da escola, nem qualquer outra coisa lá. Eu só não tinha tempo (ou não queria tê-lo) e decidi escolher minha carreira, trabalhar mais e não me dedicar tanto a uma atividade extra. (A dança era apenas isso para mim.)


Mesmo depois de alguns anos de dança de salão e dançando tango por seis anos, eu considerava a dança do ventre extremamente difícil. A verdade é que eu só não queria tentar.

Em setembro de 2013 voltei para a mesma professora e escola, Rossana Mello no Espaço La Luna, em Ribeirão Preto - SP, mas naquela época eu tinha certeza (e estou certa até hoje) que desta vez é para sempre.

Duas vezes por semana eu ia para minhas aulas de dança do ventre. E eu ainda estou fazendo isso! \o/

No início de 2014, uma amiga, que é também professora de Tribal Fusion e ATS® nesta mesma escola, certificada em 2012 em San Francisco no estúdio do FatChanceBellyDance®, ofereceu uma oficina para que as pessoas interessadas pudessem saber mais sobre o American Tribal Style®.

E eu me apaixonei instantaneamente! Eu poderia dançar ATS® no mundo todo! Eu poderia criar algo com qualquer pessoa no mundo sem nem ao menos falarmos o mesmo idioma!

Então desde fevereiro de 2014 tenho aulas de Tribal Fusion às terças e ATS® aos sábados, com a adorável e paciente amiga e professora, sister studio Mariana Esther.

Ela, juntamente a Rossana Mello, me inspira e me ajuda a continuar, sempre me motivando e corrigindo quando necessário. 
Eu tenho muita sorte!

O que fez você escolher fazer o curso com Carolena Nericcio? 

Eu estudo, pratico, leio, vejo vídeos, estudo os DVD's, além das aulas da Mari, mas eu sabia que uma oportunidade como a oferecida por Rebeca Piñeiro e o Festival Campo das Tribos não poderia ser perdida. Ter Carolena Nericcio no mesmo ambiente que eu e poder aprender direto da fonte seria, e foi, uma experiência única e imperdível. 

Você já fazia aulas regulares de ATS? Participa de algum grupo/ trupe que se dedica ao estilo?
Já se passaram algumas apresentações, o medo de liderar já quase não existe, a gratidão por fazer parte da trupe do Espaço La Luna liderada pela grande bailarina e sister studio Mariana Esther é motivo de muito orgulho pra mim! 

O que não posso me permitir é achar que está bom e que não preciso estudar mais.

Na sua opinião, qual a maior dificuldade dentro do curso? (Desafios físicos, mentais, financeiros?)
Acho que o tempo. A necessidade de sorver melhor os ensinamentos e certificar-me de que os movimentos vinham sendo limpos era muito grande.

Tenho a sorte de ter tido a Mariana ao meu lado. Sei que os estudos vão continuar, mas o curso poderia ter durado o dobro do tempo! Eu não me importaria! hahahahahahaha

Com esta formação, pretende dar aulas regulares de ATS?
Optei no instante da minha inscrição por apenas realizar o GS. Não me achava, e ainda não me acho, capaz de sustentar o certificado de teacher concedido por Carolena.

Acredito que é necessário muito estudo, empenho, dedicação e, acima de tudo, bom senso para saber realizar uma auto análise se for preciso tomar a decisão de dar aulas de ATS® um dia.

Obviamente é algo que busco e o farei, assim como pretendo realizar o GS outras vezes antes e depois de conseguir o certificado que me permita dar aulas do estilo. 

O que mais você absorveu de toda esta experiência? 
O instante de maior emoção foi no primeiro dia. Ouvir e sentir 70 pessoas tocando snujs juntas foi uma experiência inigualável.

Claro que olhar nos olhos de Carolena e Megha e poder agradecer tamanho empenho, paciência e principalmente, tudo o que Carolena criou, foi um momento inesquecível, mas acho que o que mais ficará é a sensação de que o estilo está tomando forma e forças. 

A magia do ATS está se espalhando no mundo!


Como é ter aulas com a criadora do Estilo? Sua percepção em relação a Carolena (mãezona? Rígida? etc) é diferente do que você imaginava anteriormente? Conte-nos. :)

Sucinta, exata, correta. As regras, os moldes, toda ela faz sentido, assim como o que ela criou. Uma pessoa encantadora! 

Deixe uma mensagem para nossas leitoras.
Não posso sair por aí aconselhando pessoas a entrar em uma aula de ATS e se apaixonar, como aconteceu comigo. Mas o faço sempre que possível! hahahahahahaha

Se você gosta de algo capaz de fazer seus olhos brilharem, se você vê sentido em realizar uma dança que não a obrigue a decorar uma coreografia previamente acertada, mas ao mesmo tempo lhe dá a responsabilidade de saber que para criar uma dança (única! nenhuma será como a outra!) você deve respeitar seu público, seu corpo, suas companheiras e juntas vocês criarão uma bela energia capaz de mudar suas vidas! Sim, entre para uma aula de ATS, leia mais a respeito, acesse o site do FCBD®, vá em busca disso tudo e você jamais se arrependerá!

25 de abril de 2015

PILARES ENTREVISTA - Beth Fallahi

Depoimento de Beth Fallahi sobre o General Skills e Teacher Training com Carolena Nericcio e Megha Gavin, em abril de 2015 em São Paulo. 
Meu nome é Beth Fallahi, 20 anos proprietária do Fallahi Belly Dance (primeira escola de dança do ventre em Vinhedo), percussora do Tribal na cidade.

ATS é uma Filosofia de vida, é mais que uma dança cheia de regras, é um espírito, uma religião, Carolena é a Xamã dessa religião.

Tive saúde para fazer o curso? Não. 
Eu estava recém operada, mas eu precisava fazer, meu grupo e minha família esperava por isso com mais ansiedade do que eu. 

Professora de ATS há dois anos era a minha certificação que faltava e conquistei... 6 longo dias, mas é algo que ninguém tira mais de mim, dei meu sangue por isso. 

Carolena pessoa magnífica, espero ainda nessa vida um dia encontrá-la. 

Um conselho. Estudem e não envergonhem uma arte escrita tão bonita, não é nossa história, é a história dela, portanto façam por merecer. (Beth Fallahi)

24 de abril de 2015

CAROLENA NO BRASIL - O que é que não é?! (Mostra e Gala - Gala e Mostra)

Por Maria Badulaques

Minha filha faz sempre essa brincadeira com seu pai, o que é que não é...
-Papai, o que é que não é um bicho que pia?
-O peixe, Marina.
-Acertou!

Gala, para o dicionário (http://www.dicio.com.br/gala/) é: s.f. grande festa, geralmente de caráter oficial: noite de gala; uniforme de gala. Pompa, fausto.

Daí, pergunto: 
- O que é que não é Mostra dos Melhores de Sua Categoria?
- O GALA.
Acertou!!! Hein?! Oi?!

Entendo, como dançarina, expectadora... que o GALA de um evento compõe sim o melhor que há naquele segmento. Em maio, o público flamenco contará com La Lupi no Brasil, o evento será aberto pelo Estúdio Soniquete (opa... batuta de Mariana Abreu, prescinde de apresentações) e depois 50 min da diva flamenca quebrando tudo, toma que toma, olé!

Pressão?! Total, mas como dizia minha avó, se tu não aguenta com o peso, não segure o pote. Ao organizar um evento há duas opções: dividir em Mostra Gala OU tudo junto e misturado. No caso da  primeira opção, há uma expectativa para o cair da noite, do pessoal no GALA aguarda-se algo "perfeito", ou graciosamente "imperfeito", mas nunca, jamais, amadorismo. Quando o formato é somos tribo e tamo junto, a pressão cai para todos os níveis, a respiração fica menos ofegante e o público mais compreensivo. 

Assisti ao Gala mais aguardado do ano: Carolena e Megha, no Festival do Campo das Tribos - SP e posso dizer que vi UM GALA NABABESCO com Raphael Lopes, dançarino de Odissi. Vi na Mostra, a tarde, apresentações tecnicamente fantásticas, como não citar a performance de Marcelo Justino e tantas outras que o antecederam e sucederam, vamos falar mais sobre isso ao longo da semana.  Ressaltar o que foi lindo e reluziu como GALA (mesmo não estando neste elenco) é de lei, vamos começar falando desta linda dança clássica indiana sediada em muita técnica e pulsante alinhados.

Senti toda emoção de Rapha, no primeiríssimo instante em cena, infelizmente não entendi o que ele estava retratando, preciso retomar minhas aulas de Odissi, vim saber mais tarde que era a Dança de Shiva, talvez se naquele momento houvesse uma leitura poética, possivelmente, a plateia entrasse em orgasmo coletivo, porque a mensagem corporal estava clara, venha... encante-se, arrebata-se. E eu fuiiii.

Ali, no frisson percebi um olhar, era ele se conectando com a plateia, pensei que fantásticooooo, colocando em prática o que Carolena ensinou: conexão, e que mais tarde a vi fazendo, procurando olhares na audiência. Estava satisfeita, fez-se a luz, o GALA.

Nada melhor do que uma (a)Mostra do que é um GALA!!!

Na tarde daquele sábado... conversei com Raphael e ele era a visão da emoção e honra por estar onde estava, a minutos de dançar para nós, mortais, e para ela, Carolena. Apresentação digna e beirando à perfeição, porque perfeito só Shiva, mas seu representante não fez Mostra... fez arte.

Para Raphael o item apresentado se resume assim:
P
"Batu, a dança de Shiva. 
Batu é um dos nomes de Shiva, em sua forma como o infante guardião do Tantra; e a complexidade dessa peça que remonta a poses esculturais dos templos de Orissa a torna uma das danças mais aclamadas do repertório da dança Odissi. O item se inicia com o bailarino representando o devoto que toca os instrumentos musicais em louvor a Divindade: instrumento de cordas, flauta, percussão e snujs; seguido por uma elaboração ritmíca em que no extase da dança o bailarino encontre no ritmo a fusão com o Divino, a fusão com Shiva"

Na-ba-bes-co!!!

Xeros no pulsante.

Por mais eventos com tudo junto e misturado!!!


Maria Badulaques.


Festival Campo das Tribos
Posted by Shimmie on Sábado, 18 de abril de 2015

23 de abril de 2015

PILARES ENTREVISTA - LUKAS OLIVER - PARTE III

Parte III da Entrevista elaborada por Maria Badulaques, com Lukas Oliver:

Somos um blog eminentemente de estudo da história da tribal, legado e as figuras que nos levaram a estar onde estamos. Para você, no cenário nacional as dançarinas(os) possuem embasamento teórico da dança que executam? Estamos falando de uma modalidade que segue ainda em processo de criação e todos nós estamos participamos deste processo. 

Atualmente as informações são mais fáceis e divulgadas com rapidez e isso faz com que todos tenham um embasamento teórico da dança bem melhor. 

O Blog de vocês é um exemplo que contribuiu para muitos o entendimento teórico do estilo no Brasil. Tenho a agradecer, pois aprendi muito com pesquisas que realizaram, que complementou e contribuiu muito para as teorias que eu já tinha. Gratidão.

A cada dia que passa, novos trechos históricos são apresentados, novos passos e possibilidades performáticas são desbloqueadas e acredito que aqueles que realmente querem um compromisso de forma mais íntegra com o estilo, procurará atualizar suas informações. No presente momento, creio que todos profissionais fazem isso. 

Existe uma "disputa" entre o bellydance e o tribal e paira no ar um certo preconceito com a tribal? Acredito que no Brasil a dança tribal não se desenvolveu completamente ao ponto de todos saberem a filosofia do estilo e as características do mesmo e isso faz com que as pessoas criem um conceito baseado no que já viram, um preconceito, mas não o preconceito com a carga ruim que imaginamos, mas fator de ignorância sobre o estilo. 

Não acredito que há uma disputa. Pelo menos por onde passei nunca presenciei algo que parecesse uma disputa. 

O tribal fusion para você é a fusão do ATS com outro estilo de dança? Assim sendo, como você classifica sua dança: fusão ou tribal fusion? Sim, o tribal fusion é a fusão do ATS com outro estilo de dança, não só para mim como para todos que adentrarem o estilo, isso já foi definido. 

Mas tenho em mente que o ATS é a mistura de flamenco, dança indiana e dança do ventre. 

Me pergunto então: Seria a mistura destes três estilos com qualquer outro estilo de dança o Tribal Fusion? Ora penso que sim, ora penso que não. 

Enfim, não sou apegado em rótulos, mas tenho escolhido, ora faço tribal fusion, ora faço fusão, porém estou aprofundando meus estudos para um outra terminologia, Fusão Étnica, cujo objetivo é estudar formas de expressão de várias etnias e fusiona-las. 

Fusão ou confusão, como você analisa as fusões nacionais ? Uma confusão que está se organizando. 

Ficamos muito tempo sem ter acesso a real classificação teórica do estilo e agora as coisas se organizam de acordo com a chegada das informações e de acordo com que as criadoras determinam. (Quando digo criadoras, me refiro a todas que fazem parte do processo de criação literal as quais temos como referência no estilo). 

Acredito eu, que dando tempo ao tempo, a poeira da confusão vai abaixar e tudo se encaixar nos devidos lugares. 

Fusão = Fusão , ATS = ATS,  Tribal Fusion = Tribal Fusion.

Quais os pilares da sua dança? Falando de conceitos, o meu pilar central é a vida e tudo que experimento e vivencio. Falando de estilos, os pilares são, Dança do Ventre, popping, dança contemporânea e Butoh

Se tratando especificamente do meio tribal e de personalidade tenho como referência a Rachel Brice

** todas fotos foram escolhidas por Lukas Oliver **

CONTATO - https://www.facebook.com/lukasolivertribaldancer
                  http://www.lukasoliver.com/ 

22 de abril de 2015

PILARES ENTREVISTA - LUKAS OLIVER - PARTE II

Dando sequência a nossa conversa.

Parte II da Entrevista elaborada por Maria Badulaques, com Lukas Oliver:

Técnica sempre foi uma "preocupação". 
Como conciliar com a essência? Ou não se concilia? Acredito que a técnica é a língua utilizada pela alma para expressar através do corpo. Sempre tentamos olhar técnica e essência como duas coisas distintas difícil de se conectar. 

O que é incrível em minha trajetória na dança é que somente consegui entender e efetuar a técnica quando minha essência estava presente em cada movimento. Entendi que não são distintas, mas parte de um todo. 

O caminho que utilizo para sentir a técnica e a essência presente, é simples. Procuro realizar o movimento realmente sentindo como ele trabalha com meu corpo, aguçando meus sentidos. 

Quando realizo um movimento de braço, procuro estar presente realmente dentro do meu braço, sentindo ele cortar o ar, os pelos tocando minha pele, os encaixes das articulações, as pulseiras que deslizam... Conecto isso tudo ao sentimento e sensação que quero passar e que a música me passa daí nasce a característica técnica da movimentação ou muitas vezes nasce outro movimento. Técnica e essência é um assunto complexo que me envolve muito, ficaria horas tentando escrever, mas acredito que é algo que não se descreve, é algo que se vivencia. 

"Creio que para a dança, não há diferenças, não há melhores nem piores, não há bonito ou feio, não há a mais importante ou o menos importante, não há a pioneira e muito menos regras ou mandamentos, formas físicas, estilos de roupa, movimentos determinados etc", com base em sua afirmação, o que acha do ATS? O ATS é um estilo incrível que um dos seus principais conceitos, pelo o que conheço, é a união. Assim como o foco da humanidade; viver, divertir, dançar em harmonia respeitando uns aos outros, unidos. Acho isso tudo muito lindo e vejo isso no ATS e vejo em outras modalidades também. Quando começo assistir uma apresentação quero mergulhar no universo de sensações de quem está se apresentando, quero sentir o que ela sente, e entender a mensagem que quer me passar. É nesta hora que procuro entrar em processo meditativo com tal performance, não há diferenças, nem estilo, não há movimentos determinados, não há o corpo, não há regras nem mandamentos nem nada que impossibilite a liberdade expressiva. Há simplesmente a DANÇA, a ARTE, as sensações, os sorrisos, a beleza, a confraternização, há um vórtex de boas vibrações e sentimentos, dança pura. Deixa de existir, rótulos ou características e passa a existir tudo ao mesmo tempo e o nada. Deixa de existir o artista e aparece a arte. 
Gosto muito do ATS!

Um dos principais motivos é o que costumo dizer: Você pode assistir 3, 6, 9 apresentações de ATS, mais nenhuma será como a outra. Por mais que os movimentos sejam pré determinados, ou figurino tenha um padrão, regras de movimentações e uma  líder, você nunca sentirá o mesmo vórtex vibracional, ou a mesma dança. 

Você menciona que busca a "dança pura", nesta busca a técnica continuará sendo um dos ingredientes do bolo? Sem sombras de dúvidas. A técnica faz parte integral e é própria dança pura. Um exemplo de como entendo isso: 

Uma pessoa que nunca fez aula de dança mas sabe dançar (Todos no universo sabem dançar, rs), vai em uma balada, faz alguns passinhos, se você chegar nela e perguntar; como você faz isso, me ensina? Você pode não ter uma explicação baseada nos conhecimentos anatômicos, nos conceitos de Laban, expressividade da dança indiana, mas uma coisa é certa, a pessoa irá te explicar tecnicamente como executar o que ela esta fazendo, claro que dentro das possibilidades do conhecimento dela, mas isso não deixa de ser técnica. 

Para você, o que tem atraído tantas dançarinas de bellydance para o tribal? Em foco a liberdade de expressão. Mas muitas vezes  as simples possibilidades de unir os seus conhecimentos em bellydance e mesclar com outros estilos. 

Ou mais simples ainda, o gosto pessoal pela dança. 

Você já se encontrou enquanto dançarino? Percebe ter encontrado sua identidade na dança? Qual é? Não encontrei e acredito nunca encontrar uma identidade na dança. Acredito que como ser humano estou em constante mudança, recebendo diversas influências e conhecendo um mundo de infinitas possibilidades, não ousarei limitar tais mudanças para me adequar em uma identidade. 

O que encontrei é um estilo o qual tenho muita afinidade que é o Tribal Fusion e meu objetivo é dança-lo como é e mesclar outras vivências em minhas performances. 

Me sinto muito feliz e realizado, trabalhando, estudando e me dando a liberdade de reler o estilo para minhas performances. Com certeza, dedicarei a ele um bom tempo de minha vida. 


Você diz que está vivendo uma fase de transmutação, o que ficará de fora do seu novo momento? Nada ficará de fora. Não há como negar o que passou, o que está passando, ou o que passará. Eu apenas me permitirei a olhar outras paisagens. Não há como deixar de viver no mundo em que vivemos, mas acredito que podemos olhar as coisas boas ou viver as coisas ruins. Tudo é uma questão de escolha e eu escolhi ter, fazer e ser o que me faz bem, na dança e na vida. 

Em sala de aula, o que mudará em sua filosofia? Minhas aulas sempre estão em constante mudança, sempre levo técnicas novas, filosofias novas, pesquisas, vou procurando outros caminhos para explicar um movimento etc. 

O que sempre esteve como filosofia desde o princípio é a liberdade. Eu apresento, o aluno escolhe o que gosta e lhe faz bem e dança livremente. 

Acredita na possibilidade de uma formação sólida, em qualquer modalidade de arte, sem uma fundamentação concreta da técnica? E neste caso, como encontrar a liberdade de expressar, enquanto a cobrança da técnica está na mesa? Como acredito: A técnica é língua utilizada pela alma para expressar-se através de um corpo.

Se você não estuda a gramática, o vocabulário, não pratica conversação, não treina os músculos da face para falar inglês, você nunca falará inglês. Mas é livre para viajar a um país e arriscar a falar.


Se não entende o corpo, não trabalha flexibilidade, equilíbrio, força , não conhece historicamente o que pratica ou como atua o seu corpo e sua mente em alguma movimentação, você não saberá a técnica, não falará a língua da dança, da alma. Mas isso não te impossibilitará de subir em um palco e arriscar a fazer o que você sabe, a conectar seu corpo e sua alma. 

Acredito que sem compreender a técnica não há formação, mas sem entender a alma também não há formação. 

Você pode escolher dançar com o que você sabe e ser feliz expressando livremente, ou você pode escolher aprofundar seus conhecimentos técnicos, dançar com o que você sabe e ser feliz expressando livremente. 

Para ter uma "formação sólida", acredito eu, buscarmos um equilíbrio entre corpo e alma. Para ensinar, por exemplo,  procuro ter o maior número de conhecimento técnico, filosófico e histórico a fim de estruturar minha didática de ensino mas também procuro entender qual é o estado de espírito do aluno e como posso ajuda-lo a conectar técnica, corpo e mente, com a finalidade dele expressar-se livremente compreendendo a técnica e tendo repertório. 

Resumidamente,para mim, técnica e liberdade de expressão andam juntas e formam um indivíduo/profissional, sólido e equilibrado.  

** todas fotos foram escolhidas por Lukas Oliver **

                  http://www.lukasoliver.com/