24 de abril de 2015

CAROLENA NO BRASIL - O que é que não é?! (Mostra e Gala - Gala e Mostra)

Por Maria Badulaques

Minha filha faz sempre essa brincadeira com seu pai, o que é que não é...
-Papai, o que é que não é um bicho que pia?
-O peixe, Marina.
-Acertou!

Gala, para o dicionário (http://www.dicio.com.br/gala/) é: s.f. grande festa, geralmente de caráter oficial: noite de gala; uniforme de gala. Pompa, fausto.

Daí, pergunto: 
- O que é que não é Mostra dos Melhores de Sua Categoria?
- O GALA.
Acertou!!! Hein?! Oi?!

Entendo, como dançarina, expectadora... que o GALA de um evento compõe sim o melhor que há naquele segmento. Em maio, o público flamenco contará com La Lupi no Brasil, o evento será aberto pelo Estúdio Soniquete (opa... batuta de Mariana Abreu, prescinde de apresentações) e depois 50 min da diva flamenca quebrando tudo, toma que toma, olé!

Pressão?! Total, mas como dizia minha avó, se tu não aguenta com o peso, não segure o pote. Ao organizar um evento há duas opções: dividir em Mostra Gala OU tudo junto e misturado. No caso da  primeira opção, há uma expectativa para o cair da noite, do pessoal no GALA aguarda-se algo "perfeito", ou graciosamente "imperfeito", mas nunca, jamais, amadorismo. Quando o formato é somos tribo e tamo junto, a pressão cai para todos os níveis, a respiração fica menos ofegante e o público mais compreensivo. 

Assisti ao Gala mais aguardado do ano: Carolena e Megha, no Festival do Campo das Tribos - SP e posso dizer que vi UM GALA NABABESCO com Raphael Lopes, dançarino de Odissi. Vi na Mostra, a tarde, apresentações tecnicamente fantásticas, como não citar a performance de Marcelo Justino e tantas outras que o antecederam e sucederam, vamos falar mais sobre isso ao longo da semana.  Ressaltar o que foi lindo e reluziu como GALA (mesmo não estando neste elenco) é de lei, vamos começar falando desta linda dança clássica indiana sediada em muita técnica e pulsante alinhados.

Senti toda emoção de Rapha, no primeiríssimo instante em cena, infelizmente não entendi o que ele estava retratando, preciso retomar minhas aulas de Odissi, vim saber mais tarde que era a Dança de Shiva, talvez se naquele momento houvesse uma leitura poética, possivelmente, a plateia entrasse em orgasmo coletivo, porque a mensagem corporal estava clara, venha... encante-se, arrebata-se. E eu fuiiii.

Ali, no frisson percebi um olhar, era ele se conectando com a plateia, pensei que fantásticooooo, colocando em prática o que Carolena ensinou: conexão, e que mais tarde a vi fazendo, procurando olhares na audiência. Estava satisfeita, fez-se a luz, o GALA.

Nada melhor do que uma (a)Mostra do que é um GALA!!!

Na tarde daquele sábado... conversei com Raphael e ele era a visão da emoção e honra por estar onde estava, a minutos de dançar para nós, mortais, e para ela, Carolena. Apresentação digna e beirando à perfeição, porque perfeito só Shiva, mas seu representante não fez Mostra... fez arte.

Para Raphael o item apresentado se resume assim:
P
"Batu, a dança de Shiva. 
Batu é um dos nomes de Shiva, em sua forma como o infante guardião do Tantra; e a complexidade dessa peça que remonta a poses esculturais dos templos de Orissa a torna uma das danças mais aclamadas do repertório da dança Odissi. O item se inicia com o bailarino representando o devoto que toca os instrumentos musicais em louvor a Divindade: instrumento de cordas, flauta, percussão e snujs; seguido por uma elaboração ritmíca em que no extase da dança o bailarino encontre no ritmo a fusão com o Divino, a fusão com Shiva"

Na-ba-bes-co!!!

Xeros no pulsante.

Por mais eventos com tudo junto e misturado!!!


Maria Badulaques.


Festival Campo das Tribos
Posted by Shimmie on Sábado, 18 de abril de 2015

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