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20 de julho de 2015

JAMILA SALIMPOUR, BIOGRAFIA I

Jamila Salimpour nasceu em 1926.

Começou a dar aulas de dança em Berkley, em 1967. Quando viu o que suas alunas estavam fazendo no Renaissance Faire ela decidiu formar uma trupe mais disciplinada. Isto era para ser chamado de "Bal Anat" (Dança da Deusa Mãe). 

A partir de sua experiência no Ringling Brothers Barnum  e Bailey Circus ela elaborou um programa de variedades - que ela mesma descreveu como "metade reais e metade invenção". 

Infelizmente, muitas pessoas viram isso como "a dança do ventre real". 
E assim o início de "Tribal" surgiu.

A filha de Jamila, Suhaila dançou pela primeira vez em público aos três anos. Ela é agora uma dançarina e professora (do estilo cabaret), bem conhecida.

Jamila Salimpour é o criadora da dança do ventre tribal na América. 
Ela também é a primeira a solidificar um formato de terminologia na dança do ventre, que ainda hoje é utilizada. Foi a primeira professora de dança do ventre a criar um formato específico de movimentos, com nomes individuais para cada etapa. Seu formato foi a inspiração e fundamento do que mais tarde ficou conhecido como American Tribal Style

Os nomes dos passo muitas vezes originadas de pessoas que Jamila havia assistido pessoalmente, fazendo esse movimento. Por exemplo, Jamila nomeou oitos para cima e para baixo, de Maya, porque ela viu Maya Medwar fazê-los em um clube em Los Angeles na década de 1950Seu formato é ensinado e aplicado aos movimentos dos bailarinos em todo o mundo. Jamila é uma figura influente na dança do ventre há mais de 50 anos.


Jamila é também mestre em snujs, tocando diferentes padrões únicos e difíceis, muitas vezes experimentando com upbeat. Seu premiado CD instrucional também é uma grande ferramenta para o aprendizado dos snujs, e é utilizados nas classes do formato Jamila e Suhaila.

Nas aulas de Jamila, ela ensina o seu próprio formato de movimentos específicos e padrões snujs que ela tem ensinado durante décadas. 

A aula começa com a reprodução dos toques de snujs e então se move para a prática de movimentos em um círculo ao redor da sala. 

Esteja preparado para usar snujs durante toda a classe. 

Cada classe é diferente e de valor inestimável para o desenvolvimento de dança e para as habilidades com os snujs, além de aprender a história dos movimentos de dança do ventre na América. 

Jamila verdadeiramente é a matriarca Americana de dança do ventre.

** Tradução livre - Carine Würch **

Olhem este trabalho maravilhoso de Fernanda Lira e Aerith Asgard:
 
http://aerithtribalfusion.blogspot.com.br/2015/07/timeline-jamila-salimpour.html

10 de julho de 2015

VÍDEO: Cabaret or Tribal? Com tradução!

Este texto é uma tradução que fiz para um vídeo que Suhaila Salimpour disponibilizou no vimeo. Este vídeo, aparentemente, é para a divulgação de um workshop, mas possui muita informação legal!!

Algumas notas sobre a tradução antes que você comece sua leitura:

Aqui no Brasil, nós chamamos a dança do ventre tradicional apenas por dança do ventre, e o tribal de tribal, assim temos nossa divisão. Nos Estados Unidos, a dança do ventre é chamada de cabaret bellydance, pois ela era atração de cabaré mesmo. No texto, eu traduzi como estilo cabaré.

Traduzi nightclubs como casas noturnas. Mas esses nightclubs não eram prostíbulos, só pra deixar claro!

Boa leitura!
Natália Espinosa

Cabaret or Tribal? presented by the Salimpour School from Suhaila Salimpour on Vimeo.

O link do vídeo: https://vimeo.com/131053852

Jamila Salimpour foi influenciada pelas dançarinas das décadas de 30 e 40 e seus movimentos saíram desta era. Jamila era uma dançarina de casas noturnas e era proprietária de uma casa noturna, ela foi a primeira mulher a possuir uma casa noturna com temática árabe na Costa Oeste.

Minha mãe ama música árabe e até hoje ela diz, e ela é bem enfática a respeito disso, que se você não está dançando uma música árabe, bem, você simplesmente não está dançando dança do ventre (risos). Minha mãe e eu às vezes discordamos sobre este ponto, mas eu amo música árabe completamente e eu entendo o que ela quer dizer, porque este era o amor dela e era – e é – a cultura e a música de onde vieram todos esses movimentos.

Minha mãe dançava nas casas noturnas e mesmo antes disso ela dançou em todas as oportunidades que lhe foram dadas de se apresentar; não haviam casas noturnas quando ela dançava e, quando as casas noturnas de fato nasceram neste país, ela acabou dançando em casas noturnas, mas nessa época ela estava na casa dos 30! Minha mãe só começou a usar a palavra “Tribal” no fim da década de 60 quando criou o Bal Anat para a Renaissance Pleasure Fair. Até então, não havia separação, você não usava a palavra “cabaré” ou a palavra “tribal”; você era só uma dançarina de dança do ventre e você fazia de tudo. Então, o que definia uma aparência, uma sensação ou uma estilização era o ambiente do show, a hora do show – era um show de dia, um show à noite, um show para a família, uma casa noturna? – e isso criava a aparência, a sensação, o figurino,a energia... minha mãe estava tentando justificar a dança do ventre no contexto da Renaissance Fair então ela criou essa incrível fantasia tribal que sempre era apresentada como um Faz de Conta de Arte Performática, essa era até a palavra que ela usava, Faz de Conta, e era tudo ideia e fantasia dela.

Mas a verdade é que a minha mãe sempre foi inspirada pela música árabe, ela queria representar e reconhecer e respeitar a cultura; ela criou os figurinos do Bal Anat a partir de fotos das National Geographics que ela tinha espalhadas pela casa, ela queria ter certeza que, apesar de estar tomando liberdades criativas em suas coreografias e na forma que o Bal Anat se apresentava, que tudo saía de pinturas, poesias ou essas revistas; ela estava tentando conseguir tudo o que podia para representar a cultura, porque não havia nada disponível...
Mas todos os dançarinos do Bal Anat, de dia eles colocavam seus figurinos tribais e à noite eles colocavam seus figurinos de cabaré e trabalhavam em casas noturnas, não havia divisão na comunidade e o vocabulário de movimentos era todo igual, com apenas pequenas variações de movimentação e estilização baseadas na música, no clima e no figurino, mas o vocabulário de dança era todo do formato da Jamila Salimpour, que saiu dos dias de glória da Golden Era dos anos 40, daquelas dançarinas de dança do ventre estilo cabaré.

Eu me lembro que quando eu comecei a trabalhar em casas noturnas, eu fui entrevistada por uma mulher que estava escrevendo uma matéria sobre o Legado Salimpour, e ela me perguntou: Quando você decidiu ser uma dançarina de dança do ventre estilo cabaré? E eu fiquei tão ofendida na época, porque eu nunca me classifiquei como uma dançarina de tribal ou de cabaré! Eu tenho muito orgulho de ser uma Salimpour, eu sou filha de Jamila Salimpour então eu levo dentro do peito o conceito de tribal e o que minha mãe criou; eu também trabalhava como dançarina e me sentia muito privilegiada que logo depois de terminar o ensino médio eu pude começar a trabalhar em casas noturnas e eu estava trabalhando com as melhores bandas e os músicos mais incríveis vindos do Oriente Médio, e me perguntaram quando eu -decidi- ser um a dançarina de estilo cabaré. Eu nunca decidi ser um ou outro! Eu era, e ainda sou, uma dançarina.

Se você morava nos EUA, você foi tocado por Jamila Salimpour. Se você era um dançarino na Costa Oeste, você não foi apenas influenciado por Jamila Salimpour, você provavelmente estava dançando seu formato mesmo que não soubesse. Muitos dos alunos de minha mãe saíram da escola e começaram a ensinar por conta, e esses professores tiveram alunos, e esses alunos tiveram alunos, e posteriormente o termo tribal ou ATS® nasceu a partir de professores que foram alunos de Jamila Salimpour. Então o formato Jamila Salimpour foi a base para seus alunos saírem e ensinarem e isso se transformou em movimentos que mais tarde foram associados ao tribal, seja ATS® ou tribal fusion.

O formato Jamila Salimpour nasceu da Golden Era, aquela época e forma de movimentação das melhores dançarinas dos anos 40, Badia Masabni, Tahia Carioca, e elas eram dançarinas de estilo cabaré, então os movimentos era associadas às melhores dançarinas vindas do Egito, naquela época. Então a base do que se tornou o tribal,ou ATS®, ou tribal fusion, é verdadeiramente o formato Jamila Salimpour. O Tribal Fusion, posteriormente, evoluiu a partir de alunos que saíram do formato Suhaila Salimpour, incorporando todos os movimentos de isolamento com contrações fortes, criados no fim da década de 70 e na década de 80. Então formato Suhaila Salimpour é agora associado a movimentos de Tribal Fusion.

Jamila e Suhaila Salimpour são dançarinas de casas noturnas, e seus movimentos e musicalidade e a forma como representam a música árabe ainda possuem todos aqueles passos e todos os isolamentos.

Se você tiver uma boa base de dança primeiro, você pode fazer tudo o que quiser. Você pode fazer escolhas artísticas, mas fazer qualquer estilização quer quiser. Esse workshop é para focar em técnica, para que você possa construir a base do seu movimento, a segurança e a postura, e então, mais tarde, você seja capaz de fazer escolhas criativas e artística. Eu quero que você seja capaz de fazer tudo isso. Eu quero que você seja capaz de crescer e evoluir através dos anos com uma base forte de técnica, de forma que, a medida que você mudar e crescer e seguir em frente com diferentes tipos de música e estilos, seu corpo seja capaz de se mover e evoluir com você.


30 de junho de 2015

ALUNAS DE JAMILA - MARY ELLEN DONALD I

Texto escrito por Khalida para o site de Mary Ellen 

Mary Ellen nasceu e cresceu nos arredores de Filadélfia, PA. 

Quando tinha 8 anos, ela se apaixonou pelo piano, e foi diagnosticada com degeneração macular: uma condição visual séria, que causa a perda gradual da visão central. 

Ela descobriu o piano na casa de amigos da família, e implorou para aos seus pais para ter aulas e eles concordaram. Como a família não podia pagar por um piano, Mary Ellen praticava na casa de sua professora, cerca de 05 dias por semana. Mais tarde, quando seus pais já não podia pagar as aulas, Mary Ellen limpava a casa da professora para que ela pudesse continuar seus estudos.

Sua deficiência visual não a impediu de ser uma criança ativa e, na verdade, ela era muito atlética, jogava muitos esportes na escola. Graças à sua mãe e materiais gratuitos prestados pelos Gravações para Cegos e americanos Printing House for the Blind, ela foi capaz de prosseguir os seus estudos. Ela se formou o orador oficial do ensino médio, no Phi Beta Kappa da Dickinson College e recebeu seu mestrado em Psiquiatria Trabalho Social em 1969.

Em 1969, Mary Ellen começou aulas de dança com Jamila Salimpour e depois de alguns meses tocando snujs (zills), Jamila percebeu sentido rítmico , e a convidou a aprender a tocar derbake. 

Depois de duas aulas, Mary Ellen teve formação on-the-job, enquanto tocava com trupe de Jamila, Bal Anat, na Renaissance Faire.

Em 1971 ela começou aulas de dança com Bert Balladine e quando ela já não podia pagar as aulas, fez uma oferta para Bert que ele não pode recusar: tocar derbake uma aula por mês, em troca de aulas de dança o resto do mês. 

Ele foi fundamental no lançamento de sua profissão. 

Enquanto ensaiava em casa um dia, uma vizinha (também um dançarina) a ouviu tocando, veio e queria aulas de derbake: Será que você poderia me ensinar? 
Mary Ellen disse: "Sim".





Texto escrito para o Gilded Serpent


Mary Ellen Donald nasceu e cresceu nos arredores de Filadélfia, Pensilvânia. Na juventude, estudou piano clássico, voz e folk e guitarra flamenca. Em 1969 foi apresentada à arte da dança do ventre, que estudou com Jamila Salimpour e Bert Balladine por seis anos. Muito em breve, se apaixonou pela música do Oriente Médio acompanhava na dança. Também em 1969 começou a ter aulas de snujs e doumbec (um tambor de colo feito de argila ou metal também conhecido como darabouka e tabla). Vários anos mais tarde, ela acrescentou o riqq (pandeiro Oriente Médio) e tar (tambor de madeira) em seu aprendizado..


http://www.gildedserpent.com/aboutuspages/maryellen.htm#axzz3e75ocaff

26 de dezembro de 2014

111 - RASHID

111 por Carine Würch - SEMANA 30

Texto escrito por Gina Gonzalez Schanel, em 2012.

Acabo de ouvir a notícia de que um dos meus professores favoritos faleceu.

Thomas "Rashid" Ryan. A notícia é tão recente que não vejo nenhuma alternativa, a não ser tirar um momento para recordar e honrar Rashid.

Ele foi uma das pessoas mais doces e mais compreensivas que já conheci. 

O conheci durante meus dias no Estúdio de Dança Suhaila Salimpour. E tanto quanto amei o meu tempo lá e amava o que fazia, enquanto estava perto de Rashid, me lembrava de respirar, relaxar e desfrutar. Ele tinha um dom para trazer essa vibe calma para o lugar.

Ele me ensinou muito sobre a dança, sobre o ensino, sobre como nos apresentar, sobre a história Salimpour e meu lugar na comunidade de dança. Ele era um dançarino incrível, técnico, divertido, original e não conseguia tirar os olhos dele.

Rashid esteva envolvido e torno da Dança Oriental desde muito jovem e sabia como contar histórias! Ele e eu costumávamos partilhar idas para a Renaissance Faire, quando Bal Anat teve se apresentou, lá no início dos anos 2000. 

Como amava cada uma destas manhãs! Saía para pegá-lo, e preparados com o nosso café ou chá, teríamos as melhores sessões de bate-papo no caminho para Renaissance Faire. Ele falava sobre seus dias na trupe original do Bal Anat, sob a direção de Jamila Salimpour, compartilhou os altos e os baixos de se crescer no mundo da dança do ventre, também me ajudou a entender a dinâmica da trupe / grupo.

Ele nunca estava ocupado demais para ajudar com a coreografia, figurino ou adereços. 

Rashid sempre foi tão modesto, poderia facilmente ter "dado uma de diva" e ninguém teria reclamado, mas ele nunca foi deixou de arregaçar as mangas e trabalhar, não importa o quê. E que paciência que tinha! Ele era generoso, carinhoso. Um exemplo para todos nós.

O mundo dança do ventre realmente sofreu uma perda com o seu falecimento.

Tom obrigado por compartilhar sua bela vida conosco. 
Você fará falta, mas nunca, nunca esquecido.


FONTE:
** Tradução livre  - Carine Würch **

18 de novembro de 2014

148 - AMINA

148  por Carine Würch - SEMANA 25

Mais uma contemporânea nos nossos estudos, assim como Diane Webber, temos a distinta Amina  Goodyear (a quem não vamos nos prender, mas que cruzou o caminho do Bal Anat e de Jamila:


"Amina foi a primeira a desempenhar o papel deusa mãe de Jamila. A trupe Bal Anat foi iniciada em resposta a Jamila ser convidada a fazer uma palestra na UCSF em Milberry Union

Ela queria fazer toda a cronologia da Deusa Mãe. Amina era conhecida por seus bellyrolls, então Jamila pediu a ela para fazer a dança do nascimento. Ela queria que Amina o fizesse de topless, mas Amina recusou-se. Então fez isso em um collant cor de pele. 

Amina não fazia parte do grupo de Jamila, apenas preencheu essa parte. 

Após a Renassaice FaireAmina lembra que Jamila fez vários "Festivais da Lua" no Casbah, que eram noites dos alunos." (Lynette)


FONTE:

** Tradução livre - Carine Würch **




Relato de Mark Bell (músico):

"Quando comecei a trabalhar no Bagdad, trabalhei segundas e terças a noite. Eram noites incrivelmente mortas, com talvez de 6 a 10 pessoas na platéia. O que foi bom para mim, pois precisava de um monte de trabalho. Tive que aprender sobre palco. Nunca tinha ouvido nenhuma das músicas George estava tocando. E também não tinha idéia sobre com tocar para dançarinas em casas noturnas.

Uma das imagens que me lembro, e que era muito legal: quando George Elias fazia um solo de Farid al Atrash no oud. Ele costumava tocar muito isto para Amina.

Amina fazia então um Taksim no solo tão incrível, jogava o cabelo para lá e pra cá, muito além das restrições coreográficas rotineiras aceitas nos floorworks da época. 

Eu não sei se ela entrava em transe, mas era realmente selvagem."
FONTE:
** Tradução livre - Carine Würch **

16 de novembro de 2014

151 - ATASH

151 por Carine Würch - SEMANA 24

Falando de pessoas expoentes, líderes, assim como falando de nós, pessoas comuns, sempre percebemos que haverá os dois lados da moeda, as duas versões, os dois (ou mais) pontos de vista.

Trazer estes pontos para o Pilares, engrandece o trabalho, afinal, estamos falando de humanos. Falhos, com erros, acertos, dúvidas. Mostra a história por todos os lados, e não apenas um romance bonito, uma história pintada e bordada com nossas moedas e assuits (rsrsrsrs). O diálogo e a diferentes perspectivas nos fazem crescer, e nos fazem pensar!

Quem está a frente, normalmente precisa dar uma direção, e isto custa, pois não agrada, e nunca agradará a todos. Desde que a pessoa se mantenha verdadeira aos seus princípios e verdades, seja honesta, sem a necessidade de "passar a perna" em ninguém, nunca isto será ruim.

Deixo mais um texto para nossa reflexão, seguindo o que começamos com Selwa.

Texto de Sadira para o Gilded Serpent

Comecei a estudar Dança do Ventre em 1972, logo nos primórdios de sua existência aqui na área da Baía de San Francisco. Havia apenas um grupo que era considerado "O Único" grupo de dança, dançarinos, ou instrutores, que tinham qualquer fundamentação no cenário da dança do Oriente Médio. Se você não pertencia a esse grupo, era como fosse um exilado! Era como uma guerra real, às vezes. Para mim, uma cena estranha. Como uma jovem de 17 anos, vinha com o "Peace and Love Generation", onde todos deveriam trabalhar juntos.

Eu não tinha experiência com as intrigas políticas do mundo da arte, nem com as crueldades que os artistas que se opunham, usavam como justificativa, em nome  "Da Dança"!

Muitos bailarinos sentem, como eu, que Jamila Salimpour e sua Trupe "Bal Anat" merecem grande respeito e homenagem, dada a enorme influência que tiveram sobre bailarinos e estilos de dança na área da Baía de San Francisco durante esse tempo. No entanto, havia um lado muito escuro para o cenário da dança. Se você não dançasse e estudasse com Jamila, ou com um de seus professores designados, você era considerado um rejeitado, muitas vezes, propositadamente, esnobado e, por vezes, eram feitos esforços para sabotar sua dança ou shows.

de faeorain - deviantart

Jamila era considerada por muitos locais, como a grande matriarca da dança. Me lembra a Alta Sacerdotisa no Tarot, exceto por ela parecer uma versão Kali mais sinistra e mais dark.

Isso, é claro, era porque eu não era um membro de seu grupo, estava ligada aos "Os Outros". 

Nunca tive o privilégio de conhecer ou ver o lado benevolente de sua presença, nem era alguém que eu conhecia naquela época. 

Jamila sempre pareceu maior que a vida, seja no palco do Renaissance Faire ou no palco do  Casbah Cabaret, presidindo suas noites de estudantes ou "festivais da lua". Ela parecia uma presença imponente, com as penas escuras de avestruz que adornavam seu enfeite de cabelo. 

Tudo o que se podia ver era seu rosto bonito, branco, com seus olhos escuros, delineados de Kohl e suas tatuagens falsas. No entanto, havia os olhos... perfurando, comandando, condenando e exalando energia. Você sabia que você tinha que estar na presença de uma Deusa, pois aquela energia, para muitos bailarinos, os consumia.

A maioria dos dançarinos no Casbah eram de sua comitiva, e eles eram os dançarinos mais incríveis que eu já tinha visto. 

O Renaissance Faire... quando os sons dos mizmars e zornas tocavam ao longo dos recintos, éramos puxados, hipnotizados, para a apresentação que acontecia.

Embora Jamila agora admita publicamente, que a maior parte de sua dança era invenção, e apenas em parte, real, isso não foi reconhecido nos primeiros tempos na Bay Area Belly Dance.

Esta era a única verdadeira maneira... de dançar, de vestir... caso contrário, seu trabalho era considerado inútil, ou não-autêntico.

Vendo tudo a partir da perspectiva de quase trinta anos de dança, agora vejo a ironia que muitos dançarinos começaram a reinventar o "Estilo Tribal" em "American Tribal Style", e me lembro daqueles dias de volta na década de 70, quando o étnico estilizado era a única maneira de "verdadeira" de dançar. Agora, vestidos de Assiut com moedas estão de volta em grande estilo, vs. pérolas, pulseiras, e brilhantes tecidos transparentes. Muitos dos novos bailarinos de hoje não têm idéia das origens da dança dos anos 70, quando aquele olhar era o único "aceito". A História se repete... Eu lamento a morte da verdadeira individualidade e criatividade que levou tanto tempo para desenvolver entre os dançarinos americanos. Ainda há muitos que se destacam, por exemplo, Suhaila Salimpour, filha de Jamila, que está abrindo novos caminhos e dança sua própria dança.

Eu tive a infeliz experiência (aos olhos de dinastia a Salimpour), de ter aulas de dança de uma professora, Atash, que foi banida do Bal Anat Troupe, por se atrever a ensinar, sem a aprovação de Jamila. Jamila tinha que dar sua aprovação a qualquer professor que estivesse afiliado a sua instrução.

Se ela não anunciasse que você podia dar aulas sob sua orientação, e você saísse por conta própria... você, com certeza, se toRnaria um dos "os outros"!

Atash tinha sido uma dançarina de espada do Bal Anat Troupe. Ela tinha começado a ensinar antes Jamila dar-lhe sua bênção. Assim, ela e todos os que vieram depois dela, foram fortemente controladas na comunidade de dança e foram levados a acreditar que eramos ignorados. Infelizmente, toda a política de "esfaquear pelas costas" tornou-se demais para minha professora, e ela se aposentou depois de apenas alguns anos de ensino.

Etnia (étnico) era o estilo, e tudo mais era quase impensável! Sutiãs e cintos de moedas, saias listradas pesadas e véus, dois pares de saias circulares e pantalonas, juntamente com vários cachecóis e autênticas jóias Afghani e turcomanas. Esta era a única maneira correta de se vestir para a dança. Eu acreditava que se você usasse alguma coisa diferente do que este tipo de figurino, você não era uma "dançarina real".

Esta disparidade entre o estilo étnico e o estilo cabaret ccontinuaram por muitos anos, até que os vídeos e músicas do Egito nos mostraram Nagua Fuoad e Sohair Zaki, num estilo muito cabaret.

Estudei com muitas professoras, principalmente aquelas que têm sido extraordinárias por o seu próprio talento e autenticidade, com os vários estilos de dança entre Egito, África do Norte, Arábia Saudita, Pérsia ou da Arménia.

Minha mais próxima e influente professora foi Rhea. A vi pela primeira vez dançando com sua trupe no Naji Baba Television Show. Depois de assistir Rhea na televisão, eu ansiava por copiar seu estilo de dança vigoroso e enérgico. A conheci, tornei me aluna, amiga e membro de sua trupe "Nara Nata", por um longo período.

O restante do artigo está traduzido aqui.

FONTE:
** Tradução Livre - Carine Würch **

27 de outubro de 2014

171 - ANNE LIPPE

Ren Faire 1972
Renaissance Faire 1972
171 por Carine Würch - SEMANA 22

Anne Lippe, é uma criadora de tendências, não só foi uma das dançarinas ocidentais originais a fazer shows no Egito, como também foi uma das primeiras professores de dança do ventre, ensinando lá também. 

Anne começou a estudar Dança Oriental com Jamila Salimpour em Sao Francisco em 1969, e se juntou a trupe de dança Bal Anat. Se apresentou durante a sua primeira temporada com a trupe, em 1970, em uma dramática peruca preta, mas, eventualmente, voltou a suas longas madeixas loiras em 1971. 

Dança com Espada de Anne era uma das performances de destaque na Renaissance Faire em Black Point em Marin County, Califórnia.


Jamila Salimpour and Bal Anat circa 1970:
Top row: 1-? (NOT Aziza!), 2-?, 3-kneeling? , 4– Masha Archer in braids, 5- Anne Lippe with drum & turban, 6- Rhea with sword leaning forward, 7- Jo Hamilton with sword, 8-?, 9-?
Front row kneeling: 1- Galya, 2- Lisa with the snake, 3- Reyna, 4- Darius or Darioush, the kanoon player., 5-?, 6- Hilary with a snake, 7- Jamila Salimpour


Texto orginial :
** Tradução livre - Carine Würch **