13 de setembro de 2017

A arte de observar o belo (nos outros)!


Quando vamos assistir uma apresentação de dança... Que sentimento lhe move?

1 - Eu faço melhor.
2 - Ih, deu ruim...
3 - Ah, desceu o braço errado, cotovelo não está engajado, ops, errou errou errou...

Quaisquer das alternativas acima são uma comprovação real de quão longe estamos da CURA. Acredito, ferozmente, que a Dança é um dos veículos mais fortes de cura, porém do mesmo modo creio que muitos podem se machucar no caminho e adquirir cicatrizes, quando expostos a uma sociedade como a nossa.

Não sejamos hipócritas, fazemos parte desta sociedade? SIM...portanto...! É comodo falar do político corrupto, da "amiga" que adora uma maledicência, mas já realmente, digo realmente...olhamos nossas sombras ao ponto de saber que somos nós os corruptos? Nós as maledicentes?! Não adianta ir buscar no outro as respostas de nossas insanidades e processos destrutivos, isto começa quando:

Irmandade
  • Apontamos o dedo para pessoa ao lado.
  • Vamos ver uma pessoa não tão querida dançar e malhamos até esgotar os verbetes.
  • Vendemos figurino a aluna e temos o nosso gratuito no pacote.
  •  Bradamos flores e praticamos espinhos e ainda nos vitimizamos pela miserabilidade de nossas vidas.
  • Falamos de uma filosofia de vida que na prática não tem a menor consistência.
O processo de CURA começa quando olhamos as pessoas com os mesmos olhos (do coração) que gostaríamos de sermos observados. Escutei algo genial este ano "não preciso amar todos com quem danço, mas devo abrir espaço e respeitar" (K. Adams).

Arte de Marisol Mendes
Felizmente me dedico a uma dança onde o imperfeito é esperado, correto?! Opa, erradíssimo!!! Parece que a perfeição é o quinto elemento, todos estão com a respiração suspensa pensando, ela virá ou não?!  Como dançarina, professora, estudante, digo as minhas alunas/parceiras; vai dar merda em algum ponto, mas estaremos juntas apoiando umas as outras e se for dar merda que seja conosco tentando superar nossos limites. Simbora, #atsnasveiasdopulsante

Meu exercício atual é ver apresentações de dança, sim porque aqui não tem nenhuma DEUSA precisamos ser plateia para ter plateia, com os mesmos olhos que vejo a mim(opa, sou crítica feroz de mim mesma, estou me excluindo da lista) e minhas alunas, porque sei como é difícil subir no palco e dançar para os olhos famintos a nossa frente.



Olhando o belo nos outros!
Observemos o belo, ele está no meio, a frente e FORA DE NÓS. Como professora, seguidora e apaixonada pelo ATS® não dou aula de cotovelos perfeitos,  movimentos milimetricamente padronizados... procuro passar a Ética da Dança, o bem estar do momento que nos reunimos, como nos encontrar dentro de tantas senhas, variações, como seguir no lugar de liderar, o acolhimento naquele momento em que nem tudo deu certo ou quando tudo tudo deu muito errado. A aceitação! O bem querer, e pasmem...no meio disto tudo 5, 6, 7, 8...olha a técnica aí, gente! Ela sempre chega, com paciência, amor e dedicação.

Xeros no pulsante,
Maria Badulaques









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