Quando eu dizia as pessoas que dançava bellydance, a primeira pergunta era: Você usa saia? Que tipo de roupa você usa? A segunda pergunta era: Seus movimentos são os mesmos que os das mulheres?
E eu sempre achava engraçado esse tipo de pergunta, me imaginava de saia e começava a rir, porque me parecia algo tão óbvio não usá-las. Óbvio simplesmente por ser homem, mas pensando como leigo e alguém que não está acostumado ao estilo, passei a achar uma pergunta bem pertinente.

Em relação aos movimentos, sim os movimentos são os mesmos pra homens e mulheres, mas falarei sobre algo muito particular, sobre que o que sinto em meu próprio corpo.
O corpo masculino é diferente do feminino, não temos cintura tão acentuada como as mulheres, não temos quadris largos, nosso estrutura é essencialmente mais quadrada, nossos músculos são naturalmente mais rígidos, o que dificulta as vezes a execução de alguns movimentos, principalmente os mais sinuosos. Para compensar tal dificuldade, sempre tive a sensação que eu usava muito mais força que as meninas pra execução desses movimentos, o que em contra partida sempre tive a sensação que era melhor nos movimentos mais precisos, quebrados do que elas.

Isso é uma escolha muito pessoal, figurino e desenvolvimento de estilo, afinal estamos falando de dança, arte e cada um tem sua maneira de se expressar, aí está a grande riqueza da ARTE a DIVERSIDADE.
Por conta dessa minha escolha já fui criticado por alguns, dizendo que não dançava bem e que eu era sério demais em palco com o bellydance. Foi quando descobri o tribal, ebaaaaaa, foi paixão a primeira vista.

Dentro do tribal pra mim existe menos diferenças entre homens e mulheres enquanto movimentação, mas mesmo assim, sempre tenho o cuidado de escolha do que se adequa melhor a mim, enquanto homem. Meus figurinos e trabalhos coreográficos são sempre pensados no MASCULINO, a escolha da musica, acessórios.
O tribal permite muito a parte performática de cada artista, mas mesmo com toda a abertura que o estilo nos dá, nunca me imaginei fazendo um personagem feminino em cena. Trabalhar a essência masculina dentro de um estilo que pra muitos é essencialmente feminino, pra mim já é um grande desafio.
O tribal permite muito a parte performática de cada artista, mas mesmo com toda a abertura que o estilo nos dá, nunca me imaginei fazendo um personagem feminino em cena. Trabalhar a essência masculina dentro de um estilo que pra muitos é essencialmente feminino, pra mim já é um grande desafio.
Ator e bailarino há 18 anos, atua em várias modalidades como jazz, contemporâneo, clássico, sapateado, dança do ventre e tribal fusion.Texto enviado por Marcelo Justino.
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