6 de novembro de 2014

161 - BARAKA


161 por Carine Würch - SEMANA 23


Baraka é uma talentosa dançarina e professora de dança oriental, com mais deis de 30 anos de atuação, sob seu cinto cintilante.


Biografia 

Vivaz, elegante, comovente, forte - muitos adjetivos foram aplicadas ao estilo único de Baraka de Dança Oriental. Quer dançando cabaré egípcio ou o clássico tribal californiano, que se originou com sua mentora, Jamila Salimpour, ela traz sua própria interpretação para esta mistura. Com uma vida dedicada a formação em dança e artes, Baraka tornou-se um dos nomes mais conhecidos em os EUA, procurada como um instrutora de workshops em todo o país. Ela se tornou conhecida nacionalmente após vencer o Miss América Bellydance Contest, em 1994. Tanto ela, quanto seus alunos já ganharam inúmeros prêmios em concursos de todo o oste Norte-Americano.


Baraka começou a se apresentar em 1974, em clubes do Oriente Médio em toda a Bay Area, e teve uma carreira ativa como bailarina solo de destaque durante os anos 1980 e 90, em tais estabelecimentos notáveis ​​como Pasha, Scheherezade, as Pyramids, e Petra, onde se encantava em trabalhar com os melhores músicos em São Francisco.



Ela se apresentou com Bal Anat (tanto o original '74 -78 e na reunião '91) e suas muitas ramificações, foi um membro de longa data da Hahbi'Ru Dança Ensemble com John Compton, e pode ser vista apresentando sua dança da espada em ambos os vídeos Hahbi'Ru, "Desert Wanderers" e "Hahbi'Ru Live".

Ela também é destaque no vídeo de muitas competições e seminários, incluindo Southern California International Belly Dance Competition (1993 e 1994) e Belly dancer of The Year (1993), Wiggles of the West 1, 2 e 3 (1996-1998), Tribute to No. 1 para Ibrahim Farrah (1995) e Festival no Nilo XIII (1997).



Depois de um grave acidente em 2000, que resultou em traumatismo cerebral e perda de seu equilíbrio, Baraka se aposentou da dança, para seu desalento. Nos anos seguintes, ela trabalhou com um massagista talentoso e um excelente quiroprático para melhorar sua saúde. Após a morte de John Compton, em outubro de 2012, ela voltou a dançar com Hahbi'Ru em várias performances comemorativas em sua honra, e ficou encantada ao descobrir que ela podia voltar a dançar, embora com algumas limitações, e agora considera um retorno ao ensino de alguma forma.



** Tradução Livre - Carine Würch **

5 de novembro de 2014

162 - BARAKA

162 por Maria Carvalho - SEMANA 23

Caramba, lendo o depoimento de Baraka... Uma vida dedicada a dança e a forma como tudo terminou, mais uma vez me coloco em pensamentos que me convidam a divagar.

Aos 50 anos, em 1997 Baraka sofreu um atropelamento, em meio a uma viagem a França e nunca mais voltou a dançar, passou por uma recuperação muito demorada e complexa, dores, incapacidade de formar diálogos, e se viu sem sua companheira de uma existência inteira, a dança.

"Pareceu levar uma eternidade para ter uma idéia do meu cérebro a minha língua, e apenas tentar falar me drenava completamente. O francês que podia compreender, não podia processar. Percebi que algo estava errado com meu cérebro!"

Ser despejada da própria vida, deve ser assim que se sente a pessoa que perde "tudo", todas referências e necessita recomeçar de lugares totalmente desconhecidos. Observo algumas pessoas reclamando da vida, dos empecilhos disto e daquilo, mas quando os empecilhos já não existem continuam se escondendo atrás de qualquer outro subterfúgio para não viver o tempo que lhes resta da melhor maneira possível. A verdade é que se atirar de cara na vida requer coragem, afinal quedas, tropeços fazem parte das trajetórias, algumas alcançam o sucesso, outras parecem um sucessão infinita de erros, a maneira como encaramos essas provações é que nos distingue.

Outra verdade insofismável é que o sucesso no mundo da dança nem sempre está relacionado ao status de "bem-sucedido", há relatos e mais relatos de bailarinos fantásticos e duríssimos e há os mercenários das galáxias, tem pra todo gosto.

A vida de Baraka chegou a um ponto crucial em que ela se viu sem seus maiores tesouros (livros, discos... putz na minha casa, a pequena Marina já aprendeu que o maior tesouro que deixaremos são nossos livros), sem sua dança... Restou a gata e o filho e a memória de uma vida de aventuras, tentativas, acertos, erros... E uma nababesca vontade de deixar sua marca no mundo (da dança).

Mais uma vez vejo críticas ao American Tribal Style, que virou febre, todos queriam experimenta-lo (alias Carolena comenta sobre isso em uma entrevista, como ficou desmotivada com a maneira como as pessoas tratavam o estilo, iam em uma aula e noutra sumiam para formar seus próprios alunos - este comportamento sim, virou febre e é mais praticado que qualquer estilo de dança; o embromeichant dance), observo com muita clareza que as bailarinas formadas por Jamila que dançaram o folclórico do Oriente Médio tendem a não gostar da Tribal ditada por Miss Nericcio. Cada vez compreendo melhor os motivos, embora não concorde.

Que os relatos de Baraka possam inspirar você!
Vamo que vamo, xeros.
 
Imagens:
Baraka com trajes da Tunisia no Renaissance Faire de 1995
Baraka com o Hahbi´ru em 1995 (há duas fotos dela com o grupo)
Um primeiro grupo, cujo nome é esquecido... lá pelos anos de 1976

4 de novembro de 2014

163 - BARAKA

163 por Maria Carvalho - SEMANA 23

Benção, este é o significado do nome de Baraka, assim foi sua trajetória!

Falamos de uma pessoa determinada a seguir a dança não somente como carreira e sim como estilo de vida.

Naqueles idos do Bal Anat e a eferverscência de Jamila, muitos tiveram aula com ela, se inspiraram em seu trabalho e filosofia. Dá pra imaginar a quantidade de bailarinos que passaram por suas mãos experientes?! Vejam que pincelamos os mais expressivos... - e a pergunta permanece: todos seguiram a linha do Raks Sharki, então o que levou Masha a seguir um rumo tão diferenciado? Atribuo a Miss Archer boa parte do que atualmente é propagado pelo FTBD, ao menos há muita proximidade, principalmente no vestir.



Voltando..., em seus relatos e memórias Baraka diz que após 50 anos (completos em 1997) ela continuava buscando sua identidade, estudou com diversos professores sérios, cujo destaque é Miss J, com quem ficou por 7 ou 8 anos, participou de diversos concursos, estilo Miss América do Bellydance, ficando em posições de destaque diversas vezes.



Sei lá, a pergunta que me faço constantemente: a vida nos anos 60, 70 propiciava as apresentações em casas noturnas (forma eficiente de auto-sustento) e todas num estilo tradicional de bellydance, então entre tantas pupilas pq não se deu sequencia ao estilo tão particular de vestir visto em Jamila? Uma vez li um comentário que Miss J (incomodada) dizia que todos queriam expor seus corpos esbeltos.

Vamo que vamo
Xeros

3 de novembro de 2014

164 - ASMAHAN

164 por Carine Würch - SEMANA 23

Escrito por Asmahan of London para o Gilded Serpent


Lynette entrou em contato comigo com a idéia de uma turnê filmada pelos famosos clubes noturnos de árabes de Londres. Iriamos até às instalações e filmaríamos onde os clubes existiam anteriormente. Eu descreveria os clubes como eram nos dias de glória. Fui uma dançarina da Califórnia, que veio a Londres para dançar nas discotecas árabes. Tive o privilégio de fazer parte desse momento maravilhoso. O que se segue é o meu artigo sobre estes clubes fabulosos, as dançarinas, músicos e cantores que fizeram esta época sensacional.

São Francisco - 1972 
Asmahan dances at Sultan's Palace
Asmahan at Sultan’s Palace, performing on a stage that was a
giant aquarium, with fish swimming beneath her feet.
Dancing on water! Ali on dumbek, and Joseph Alexander on def
Foi minha grande sorte experimentar a Dança Oriental, pela primeira vez, no Renaissance Pleasure Faire em Marin County, perto de São Francisco. O grupo de dança Bal Anat estava se apresentando com música ao vivo. O som era exótico e encantador, e estava totalmente cativada. Os instrumentos tocados eram santour, derbak, def, dehola, mismar, miswige, nai, snujs, e sistros. Era pontuado por zagareets (ululação) - que tinha ouvido falar, no filme, Lawrence da Arábia. As bailarinas dançavam em formatos coreografados e improvisados. A interação entre os dançarinos e os músicos era apaixonante, os tambores bateram em meu coração. A dançarina do final foi Galya, sua beleza e dança magnífica deixou uma impressão para vida toda. Rhea fazia uma dança com espada que gostaria de imitar. Esse show me inspirou muito, quis ser uma dançarina e dançar com música ao vivo.

Jamila Salimpour apresentava um show que ela descreveu como "pré napoleônica" (antes de influência ocidental no Oriente Médio). Ela pesquisou livros de história, usando as fotos dos dançarinos orientalistas para saber mais sobre seus trajes. Essas idéias eram uma mistura das culturas dos Beduínos, Ghawazee e Ouled Nail. Sem lantejoulas, franja bordadas, lamê, ou brilhos eram permitidos, os corpos dos bailarinos eram cobertos com Assuit, tecidos da rota da seda, jóias étnicas, bordados e moedas do Oriente Médio. Ghawazee significa "invasores do coração" em árabe.

O primeiro show em um clube árabe que eu vi foi no Casbah na Broadway, em São Francisco. O proprietário era Fadil Shahin, um cantor talentoso que tocava oud. Ele estava acompanhado por Jalal Takesh, que tocava Kanoon, e Salah Takesh que tocava derbak. Na banda também havia dois músicos que tocavam violino e nai. Rhea, apresentou seu show de dança com espada, e outros dois dançarinos fizeram o formato tradicional show, com véu, Taksim, canção, floorwork, balady e um solo de derbak.

Depois de ter aulas com Jamila Salimpour, comecei a dançar profissionalmente no Casbah, começando uma vida inteira de aprendizagem sobre a música e as danças do Oriente Médio. Seu ensino se caracterizava pelo estilo das dançarinas dos filmes clássicos egípcios: Samia Gamal, Naima Akef, e Taheya Karioka. Fadil se apresentava com músicas de Farid Al Atrash, Om Kalthoum e Abdul Halim Hafez. Eu ouvia "Abdul Halim Hafez ao vivo do Royal Albert Hall, em Londres", e ficava impressionada com a beleza da música de sua orquestra e a interação com o público.


Houve uma dançarina árabe que se apresentava no Casbah, chamada Princesa Samia Nasser. Ela era do Iraque e tinha o cabelo vermelho brilhante e pele pálida e branca. Usava trajes com bordados glamourosas e foi muito querida comigo. Ela me deu conselhos de beleza, me dizendo para não usar trajes de moedas. "Você não está realçando sua beleza" era seu constante comentário para mim.

Nosso melhor cliente naquela época, era o filho do rei da Arábia Saudita. Ele me pagou meu primeiro drinque, e costumava me dar notas de cem dólares como gorjetas, as quais economizei para o meu futuro.

Um violinista libanês, Aboud Abdel Al, que havia se apresentado em Londres e estava em uma turnê, chegou a San Francisco com alguns músicos de sua orquestra. Ele produziu um álbum de música de dança do ventre com Fadil Shahin. Os músicos foram Bashir Al Adbel, Mohammad El Berjway, George Basil, e Chazi Darwish. A música de entrada nesta gravação foi uma peça chamada "Siqa". Eu não sabia como dançar essa música, como era no estilo egípcio moderno, do qual não tinha conhecimento. Foi baseado em um passo chamado arabesque, a partir da influência do balé do Bolshoi no Cairo. Estes foram os tempos antes de vídeos - e nós nunca tínhamos visto os bailarinos do Cairo ou Beirute. Estudantes da Arábia Saudita da Universidade de Stanford costumava vir e dizer-nos coisas sobre dançarinas egípcias. Diziam, por exemplo, que elas não faziam floorwork e todos usavam trajes bordados. Aida, uma dançarina no Casbah, convidou vários dançarinos para a casa dela, para assistirmos um filme que tinha recebido de uma dançarina egípcia chamada Samiha. Ela vestia um traje alaranjado bordados, muito chamativo, com uma saia de lantejoulas laranja, mostrava muito suas pernas, e dançava um estilo que nunca tinha visto, a música que nunca tinha ouvido falar. Estávamos espantados e intrigamos sobre o mundo da dança "lá fora".

Aboud Abdel Al aconselhou-me a ir a Londres para dançar em Omar Khayyam. Meu coração estava pulando! Sempre quis levar uma vida de aventuras, e este parecia ser o início de uma grande aventura. Seguria meus sonhos e dançaria para os árabes em suas boates, restaurantes, hotéis, cabarés, e casamentos. Meu objetivo seria dançar a autêntica música árabe no contexto da cultura árabe. Era meu plano para dançar em Londres, Paris, Viena, Beirute, Dubai, Bahrein e Cairo.








ASMAHAN - EXTRA

2 de novembro de 2014

165 - ASMAHAN

165 por Maria Carvalho - SEMANA 22 (VÍDEO)

O que todas as bailarinas que falamos, pós Jamila, tem em comum? A vontade-desejo-necessidade de dançar fora, sair dos EUA e ganhar o mundo. Em cada biografia uma história de determinação e busca incensante dos objetivos é como se sair da América e ser reconhecida fosse o Certificado de Qualidade para um trabalho bem sucedido.

Várias histórias me marcaram até aqui, Mish-Mish cujo nome da vontade de ser pronunciando continuamente, Nakish pela forma integra com que tratava a dança e seus pupilos, John que me rouba altas risadas com a referência de sua dança, inicialmente, apenas no começo vamos frisar, parecer um frango atropelado, contudo as danças, ainda que havendo as influencias de Jamila, estão longe da Tribal praticada através do ATS e do Fusion

Uma pergunta não me deixa a mente, quais os motivos afastaram Suhaila da criação de algo como o ATS ou um padrão mais tribal? Por que todas pupilas de Jamila seguiram uma linha bellydance? Afinal Jamila é conhecida como o maior Pilar do Tribal, no entanto suas alunas  O que desencadeou em Masha uma ruptura dessa linha comum, onde todos navegavam?

No fim das contas, sendo sua linha o bellydance, tribal-fusion, dark-fusion, tribal-Brasil, ATS... todos sofremos influencias de nossos sucessores, conhecer o período em que trabalhavam, suas influencias é fundamental para que a identidade se forme e consolide.

Asmahan levou na mala muito mais que figurinos pesados, ela buscava reconhecimento e conseguiu, olha nós, décadas depois falando sobre seus feitos.

Xeros e vamo que vamo!!!
Playlist

1 de novembro de 2014

166 - ASMAHAN

166 por Carine Würch - SEMANA 22

Minha aventura começa! por Asmahan - PARTE 3

Aida cantava canções de Om Kalsoum com a banda. Lembro-me especialmente Inta OmrySelwa e eu ficamos muito amigas. Ela era tão linda, fez figurinos incríveis de pérolas, tinha o cabelo que quase tocava o chão, e era uma dançarina fabulosa. Pedi a Fadil que me permitisse redecorar o camarim. Selwa me ajudou. Arrumei quadrados de carpete de graça e fiz uma nova capa para o piso. Nós pintamos a porta e madeira, e colocamos um papel brilhante azul e prata nas paredes e no teto, que fez com que o quarto se iluminasse. Então, o convenci em me deixar redecorar o local onde toda a publicidade para o clube era vista pelo público. Drapeei um veludo roxo, pedi a todas dançarinas suas melhores fotos de publicidade, e as enquadrei uma folha dourada, e fiz um layout agradável. Isso deve ter sido em 1974. Quando voltei de Londres para ver todo mundo, em 1984, minha foto ainda estava lá e a mesma tela com algumas fotos diferentes nos outros quadros. Minha foto foi exibida durante dez anos em North Beach. Trouxe-a e ainda tenho aquela foto desbotada. 

Aida estava sempre ocupada produzindo o Bal Anat. Ela era o maior suporte de Jamila. Ensaiava os músicos, ajudava as dançarinas com os figurinos, trabalhando com os adereços, ajudando dançarinas com suas performances. Eu tinha comprado uma espada no Lion and The Sun e estava praticando meu equilíbrio. Esperava ser uma dançarina de espada algum dia. 

Jamila foi convidada para ser um artista de destaque em uma convenção de dança do ventre em Las Vegas. Ela estava levando algumas de suas dançarinas e me pediu para fazer um desfile de moda com meus figurinos. Tive que vestir cerca de sete dançarinas; cada um de nós mudou uma vez de roupa, então havia quatorze figurinos diferentes. Estávamos dançando, ao invés de desfilar. O desfile tinha música ao vivo, e precisou um pouco de organização para que todas as dançarinas trocassem de roupa e dançassem. Mas foi tudo um sucesso. 

Aboud Abdel Al chegou a San Francisco com sua orquestra. Ele tinha vindo de Londres, onde havia se apresentado após deixar Beirute por causa da Guerra Civil. Fadil tinha arranjado para este famoso grupo, gravar um álbum com ele. A música que estava tocando era muito diferente do que a música com a qual normalmente dançávamos. Eles fizeram um álbum com George Elias também e a música de entrada, Siqa, era bonita, mas eu não sabia como dançar. Aboud disse que deveria vir a Londres para dançar. Ele disse que poderia dançar em Omar Khayyam. Soube então que eu ia viajar e, eventualmente, iria para o Oriente Médio. Entendi também que precisaria fazer alguns trajes bordados me tornar mais glamourosa. Comecei minha coleção, para uma nova carreira. 

Já estava dançando em San Francisco por três anos. Agora era 1976. Não queria dançar em qualquer outro lugar nos EUA, e tudo que eu conseguia pensar era em chegar ao coração da cultura do Oriente Médio. Estava guardando meu dinheiro e agora começava o processo de preparação para dançar em Londres. Fiz um cinto de contas de azeviche e prata e um sutiã, comprei um tecido de paetês em preto e em prata, que costurei em saias rodadas. Então, fiz um traje strass com as cores de um pavão, um traje bordado em dourado. Também fiz várias saias para cada um, para fazer muitas combinações. Quando tinha seis figurinos, eu pensei que estivesse preparada. Fui a Nova York para dançar no casamento da minha irmã. Enquanto estava lá, fiz uma sessão de fotos com um famoso fotógrafo de moda. De volta a San Francisco, os meus últimos meses foram gastos para vender minhas posses e carro, comprar todas as minhas necessidades de viagem, meu passaporte, a organização da publicidade e portifolios, encerrando todos os meus negócios. A minha última noite no Casbah foi muito emocional. Fadil fez um belo discurso, quando ele me anunciou pela última vez. Eu costumava fazer videos dos meus shows, e tenho este ainda. Meu último fim de semana, North Beach Leather deu uma festa de despedida para mim na Bimbo com 350 pessoas. Levei a banda do Casbah com Fadil, e Aida cantou. Foi realmente uma grande despedida! 

Na manhã da minha partida, Aida veio se despedir. Ela me deu a Mão de Fátima, que foi um presente de Jamila, e disse que era para me proteger. Fui para Londres com a minha tabla sob meu braço, minha espada em um case sobre o meu ombro, uma bagagem de mão com os meus três trajes de moedas, assuit e snujs. Havia quatro malas de roupas e figurinos. Minha bagagem muito acima do peso. 

Selwa me levou para o aeroporto e deixei os Estados Unidos com o meu coração cheio de expectativa, o meu espírito voava com a alegria, pois estava fazendo que havia sido feita para fazer. Estava criando minha vida como uma aventura, estava fazendo o meu próprio destino: isto era meu Kismet!



Fonte:
** Tradução livre - Carine Würch **