184 por Carine Würch - SEMANA 20
A Dança com Taças de Vidro foi a minha primeira especialidade solo, em 1973. Pelo que pude perceber da história da dança, na região de West Coast, as Taças de Vidro, foram vistas pela primeira vez na área da baía de São Francisco com a dançarina egípcia Fatma Akef. Na verdade, vi dançarinas do Bal Anat fazerem este tipo de coreografia. Acredito que há uma foto antiga de Jamila dançando sob as Taças, embora meus fatos possam ser apenas fantasia.
Fatma ficava sob as taças viradas para cima, equilibrando um pote e conversando com seu papagaio, que ficava empoleirado em seu ombro. Ela apenas ficava lá, fazia algums shimmies e depois descia e continuava dançando. As Taças são um pouco de bobagem circo, uma ilusão para público, mas, entretenimento é entretenimento. Não têm outro propósito senão o de permitir que uma dançarina exponha seu talento em cima das taças viradas para cima durante a execução de alguns belos movimentos. Também não há uma história grande e misteriosa por trás desta dança. Comparo-os aos dançarinos do Greek Taverna que vi que pegarem mesas com seus dentes, fascinante, mas ... bem, talvez não é tão estranho.
Depois de deixar as aulas de Jamila, no final de 1973, comecei a ter aulas com Nakish, uma das dançarinas de espada de Jamila no Renaissance Faire, também conhecida como "A Dama dos Olhos." Para quem não a conhece, deixe-me dizer-lhe que esta mulher era algo especial e um artista incrível! Nakish garantiu uma vaga em um show no Brooks Hall para um Festival de dança e música internacional. Sua classe avançada, da qual era membro, tornou-se sua "troupe". Cada uma de nós tinha uma especialidade de dança, e Nakish fazia uma longa coreografia solo Oriental. Ofereci-me para ser a dançarina das taças de vidro, tendo pouca ideia do que isso implicava. Pensei que seria fácil, porque não teria que mexer muito meus pés, mas nunca ter dançado em público, me deixava muito nervosa. Descobri rapidamente que havia muito mais na dança com taças do que 03 copos invertidos, e movimentos de braços. Como só tinha visto dança com taças uma vez antes, isto era um mistério para mim, mas consegui uma fazer uma coreografia razoável. Fiz a minha primeira apresentação pública na Brooks Hall com Vince Delgado como nosso baterista, e também um músico persa que tocava o acordeão.
O acordeonista nunca tinha tocado música do Oriente Médio, mas sabia "Lady of Spain", que encaixou na dança de Nakish. Ele e Vince tocaram algumas melodias e Nakish fez um set list. Nós seguimos um grupo de Flamenco, cujo vocalista, um senhor mais velho, com cara de maçã seca, sentou-se a porta do nosso camarim, apoiado-se em um bengala de madeira.
Enquanto saiamos, ele bateu com a bengala no chão, olhando de soslaio para nós, estalando e murmurando em espanhol.
A primeira vez que sai do camarim e vi ele sentado ali olhando para mim, fiquei apavorada, mas assim que descobri que ele estava brincando, relaxei e consegui brincar também. Desde os meus primeiros momentos de bastidores, no camarim, estava focada em dançar e ser "uma dançarina." Foi algo inebriante.
No entanto, ainda estava petrificada. Os mesmos sentimentos de inadequação, náuseas e falta de controle, misto de excitação e antecipação, me seguiram durante toda a minha carreira. Apesar disso, ou talvez por causa do meu medo do palco inicial, consegui apresentar uma versão aceitável de uma dança com taças para um lento chiftetelli no acordeão. Senti como se estivesse no palco por um tempo interminável e nem fiz muitos movimentos, fiz muitos bellyrolls , movimentos de braço e oitos. Terminei a dança com alguns shimmies, um aceno para os músicos e sai aliviada. Quando formei Bou-Saada e fazia este solo, minha coreografia já havia tomado novas dimensões.
Texto original :
** Tradução livre - Carine Würch **
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