152 por Maria Carvalho - SEMANA 24
Os outros...
Estudando sobre Selwa, de quem nunca tinha ouvido falar, me deparei com uma história comum em nosso meio, "os outros"!!! Continuo acreditando ser fundamental o estudo sobre nosso antepassado, observando com lucidez que se tratam de vidas e seres humanos são falhos, com isto em mente imaginar atitudes mesquinhas, soberbas é natural e até um pouco esperado.
Replico sempre que possível, a política do endeusamento gera problema ao "objeto/pessoa" de adoração e aos adoradores. Se partirmos do pressuposto que a dança tem "n" formas de se expressar e que cada professor estará expondo sua versão, uma em milhares, ficará nítido que não há uma verdade, há um universo de possibilidade e uma formação profissional ou mais enraizada demanda que se conheça diversas, centenas maneiras de ver o mesmo ponto de luz.
Na prática, as panelinhas se fortalecem, os que não fazem parte são os outros, figura que já existia nos idos de Jamila, Selwa... se a bailarina vinha do secto de Miss J, era aceita, caso contrário virava uma integrante da horda dos indesejados, menciona Sadira, em suas memórias. Se tinha a benção de Salimpour, poderia ministrar aulas, caso contrário toda uma "linhagem" de alunos estava condenado ao ostracismo. Entendo que o objetivo era garantir um padrão de qualidade, uma linha de trabalho, porém se pode descobrir várias maneiras de dizer o mesmo conceito, sem que um esteja mais certo que o outro.
Há as professoras que ainda incentivam de forma clara e eficiente à suas pupilas ficarem restritas a seus ensinamentos e área de conforto, ora você só vai saber se dança quando sair da zona de conforto, ir no epicentro do furacão e colocar-se a prova. Estamos num mundo globalizado, a informação está disponível e acessível, muitas vezes num teclar de dedos, permanecer na escuridão, só por opção.
Este ano estive em um Festival de Dança onde todos os convidados faziam parte da apresentação de Gala, não havia estrelas e astros menores, somente uma unica constelação de seres que brilham, fantástico! Vejo a dança com essa democracia, igualdade e isonomia, o universo tribal deve ser um mundo de respeito e acolhimento, onde todos são bem-vindos ao clã, venham de onde vier.
Sartre dizia com categoria que "o inferno são os outros", recentemente ouvi um pensador (já me esforcei pra lembrar a fonte....naaadaaaaa) desdizê-lo com base no livre pensar, ele afirmava "os outros são a solução" afinal somos seres coletivos, um abraço pode mudar um dia cinzento, e como pode.
Um abraço forte com um xero no coração
Vamo que vamo.
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