15 de junho de 2014

14 de junho de 2014

306 - BAL ANAT

306 por Carine Würch - SEMANA 02


Você sabe como iniciou o Bal Anat? Leia a seguir um pequeno trecho que Aziza! escreve sobre a criação do grupo:



"Em 1968, Jamila faz frutificar o plano que há muito estava latente em sua mente. Ela foi convidada para fazer uma palestra na Universidade de São Francisco, e decidiu apresentar uma cronologia da Deusa Mãe e dança correspondente através dos tempos. Para sua apresentação, ela alinhou uma série de bailarinas, dando grande enfoque aos trajes, danças, etc, acompanhando sua palestra. Por exemplo, ela fez para Amina um grande e lindo colar, e uma saia estilo egípcio, e queria que ela fosse de topless para parecer realmente autêntico, mas Amina não quis, então ela usou um collant cor da pele, ao invés disto. Eu era o final da apresentação, a dançarina de cabaré moderno. Um dia antes do dia da apresentação, Bobby Kennedy foi assassinado, por isso adiamos nosso show por algumas semanas. A partir desta palestra / demostração teve início o famoso Bal Anat." 

FONTE:

13 de junho de 2014

307 - JAMILA

307 por Maria Carvalho - SEMANA 02
Dando sequência, opa como assim?! Nas andanças em busca de informação encontrei dados históricos deveras interessantes, então me permitam voltar, para antes de Jamila?!


ATS é um estilo relativamente moderno de dança, tomada inspiração e influências das danças da Índia e flamenco espanhol (olééé), mas com suas raízes nas danças ciganas do Ghawazee do Egito e o Ouled Nail da Argélia. 

Tá, você pensando....isso eu já sei! 
Calma... vamos seguir!


Sua dança foi registrada pela primeira vez por viajantes ocidentais e artistas depois de Napoleão invadir o Norte de África, em 1798, quando os soldados franceses viram essas danças ciganas, chamando-os "danse du ventre".



Sabe quanto tempo depois essa dança alcançou os EUA?

Quase cem anos, em 1893, com a Grande Columbia Exposition em Chicago e uma misteriosa dançarina Ghawazee chamado Little Egypt (só que essas evidências são contestadas, se realmente houve esta bailarina dançando na exposição, mistériiiiiio).

Algumas bailarinas, posteriormente se apresentaram com esse nome, a da foto (possivelmente Ashea Wabe) foi em um evento de NY, na 5ª Avenida nos idos de 1896, foi contratada para uma dança e uma pose. 


50 anos depois... aí sim, veio nossa Jamila.

12 de junho de 2014

308 - JAMILA

308 por Maria Carvalho   - SEMANA 02


Bal Anat (Dança da Deusa Mãe) e a "tribal" ou estilo "étnica", como era chamado na época, nasceu! 



Que Jamila era e é uma figura imponente e forte, não se discute... imagine se por a dançar na frente de Miss J?!

Assim as alunas de Jamila se referiam a sua impactante presença: "Uma figura imponente, completamente vestida de preto e prata, olho roxo maquiagem e cabelo preto... Bem, estudantes como eu iriam tremer na sua presença. Eu era nova, minha saia feita da cor limão verde e lantejoulas de ouro, duas jardas de saia acanhada, estava totalmente fora de sincronia com a forma escura, étnica da cena de dança na área da baía. Nunca usei essa saia novamente! Um olhar fulminante da poderosa e misteriosa Jamila poderia derrubar a dançarina mais forte. Conhecida como "Mãe J" ou "A Fortaleza", uma vez que ela entrou na sala de aula, os alunos não pronunciavam uma palavra e Jamila iria prender enormes pratos de dedo (os snujs) e começar seus treinos. Você sabia que estava na presença de alguém especial e raro. Havia quase uma aura cult nas aulas com Jamila. Para ser escolhido se fazia parte dessas aulas intensivas para o Bal Anat Troupe e assim se fez a elite da elite nos círculos de dança da área da baía de São Francisco.



O Bal Anat Troupe também foi o trampolim para muitas estrelas de dança bem conhecidos, como Aziza!, John Compton, Habiba, DeAnn, Baraka, Anne Lippe, Mish Mish, Rebaba, Aida Al Adawi, Masha Archer (estamos caminhando para chegar nela, que mais tarde inspirou Carolena Nericcio a criar o Fat Chance Belly Dance) e muitos mais. 

Não só Masha era poderosa (ainda é) no designer de jóias, Jamila se popularizou e fez jóias antigas e muito Assuit, procurados acessórios do traje. O Assuit tornou-se a assinatura de Jamila e seus dançarinos. Estes lenços líquidos raros e caros com quadrados de prata entrelaçados em padrões geométricos deu o tecido um brilho e um belo caimento. 


Estilo e criatividade dando os formatos do que viria a ser a Tribal.

11 de junho de 2014

309 - RAPHAEL LOPES

309 por Raphael Lopes - SEMANA 02

Lindo compartilhamento do Raphael Lopes:
"É muito bonito ver o espírito de reverência e irreverência com a qual vocês gestam e nutrem as histórias pessoais de vocês com o Tribal.
Quero contribuir aqui, afirmando que esse espírito é justamente a "experiência do Numinoso", ou se preferirem, a experiência do Sagrado.

Sou bailarino de Odissi há dez anos, e dedico praticamente vinte anos da minha vida à dança e ao estudo da espiritualidade, e da Índia. E posso afirmar que visualmente falando, são poucas as influências da dança indiana no ATS e tribal. Muito embora boa parte do figurino evoque a imagem das mulheres Banjaras do Rajastão, e da dança Kalbelya; ainda assim a dança tem em sua linguagem uma leitura muito mais preponderante pras danças do Oriente Médio.
Porém, ali no comecinho da prática nos deparamos com o Puja, a saudação inicial. E é ai, que encontramos a reverencia ao Sagrado, e esse é sim o grande pilar que é a dança indiana dentro do ATS. Nas danças clássicas da Índia a saudação inicial na verdade se chama Pranam, que significa Saudação. É uma forma da bailarina saudar a Mãe Terra, os Deuses, seu Guru, e suas amigas de palco - ao mesmo tempo é um ritual que serve como um divisor do momento sagrado, e uma abertura dos Chakras da bailarina para captar e receber mais energia com a dança.

A palavra Puja significa "Ato Meritório", uma forma de oferenda e homenagem muito comuns na Índia onde o devoto expressa sua gratidão e amor por meio de uma oferenda. Talvez seja essa a idéia que a Carolena possa ter querido imprimir na sua dança em contraste ao Pranam original, ou ainda, possa ter sido o próprio Inconsciente Coletivo ou (se preferir) os Deuses e Deusas da dança que assim desejaram - tornar o ATS uma forma de Oferenda, e de trazer ao Ocidente a conexão perdida com os nossos Deuses por meio da arte!!!

Existem alguns elementos de dança indiana presentes sim (muito embora eles fossem mais claros nos anos 70 com o Bal Anat), mas o Pilar hindu no tribal é certamente o espírito alegre e respeitoso, a devoção entregue com o êxtase do corpo diluído em ritmo, e o reconhecimento que a melhor forma de Orar é Dançar."

10 de junho de 2014

310 - JAMILA

310 por Carine Würch  - SEMANA 02

Jamila Salimpour foi a primeira professora de dança do ventre a criar um formato específico de movimentos com nomes individuais para cada passo.

Os passos que ela criou são agora a maioria dos movimentos de dança do ventre ensinadas hoje. Seu formato foi a inspiração e base do que mais tarde se tornou conhecido como American Tribal Style.



Os nomes passos, na maioria da das vezes, se originaram dos nomes das bailarinas que Jamila via fazendo aquele movimento. Por exemplo, Jamila chamado oitos cima para baixo Maya, porque ela viu Maya Medwar fazê-las em um clube em Los Angeles na década de 1950.




Na primeira foto é Maya Medwar, nas outras duas Jamila Salimpour.
FONTE:

9 de junho de 2014

311 - JAMILA

311 por Maria Carvalho - - SEMANA 02

Jamila: nasceu em 1926, na cidade de NY. De tanto ouvir as histórias de seu pai, quando na marinha siciliana, sobre os bailarinos do norte da África, algo deve ter entrado uterinamente em Salimpour


Aos 16 anos se juntou ao Circo Ringling Brothers Barnum e Baily, com 19 se mudou para Los Angeles, onde se uniu a um grupo diversificado de imigrantes do Oriente Médio. Podemos imaginar que naquela época não havia professores de bellydance, o processo de aprendizado era empírico, ouvindo e lendo (o que fosse possível). 


Agora, nos ambientando na sociedade da ocasião o preconceito deveria ser palpável, portanto não havia muitos clubes para apresentação ou alunos para continuar o processo de aprendizagem e formação de novos bailarinos, eram grupos pequenos de mulheres, para quem Jamila repassava seus conceitos. 

20 anos mais tarde a coisa mudou de figura, ufa, e Jamila começa a se apresentar com mais liberdade em restaurantes e discotecas... Estamos falando dos idos de 1940 e tro-lo-lo. Em 1960 ela é recrutada para atuar em São Francisco, possuía metade de um clube noturno, onde passou a dançar em período integral.

Até que veio o casamento, em 1966, e a proibição do marido de que se apresentasse em sua casa noturna. 

Chega ser inacreditável que uma mulher com essa personalidade, que aos 16 anos decidiu se unir a uma trupe de circo se deixasse mandar, mas... logo logo ficou grávida de Suhaila, vendeu sua parte no clube, só que continuou dando aulas de dança para ajudar no orçamento familiar.

Então o marco, o ano de 1968 e o surgimento do BAL ANAT (esse evento mudou nossas vidas)! 

O período mais produtivo é considerado de 1966 à 1984. Se pensarmos que não havia um mundo conectado, como hoje conhecemos, estar antenado, atualizado com as "tendências" do Oriente Médio não era lá uma atividade que se possa chamar de fácil, mas Jamila estava totalmente focada no chamado que vinha da alma (assim imagino).

Para termos uma pequena noção de suas contribuições, Sra. Salimpour nos trouxe um legado com mais de 44 padrões no manejo dos snujs, método famoso e documentado, legado que Suhaila deu continuidade e ampliou.

Bem, a herdeira de Jamila seguiu seu caminho, muitos frutos estão sendo colhidos até hoje, muitas bailarinas se utilizam desses fundamentos e uma em especial se destaca, para o mundo tribalista, Masha Archer, que integrou o Bal Anat...mas isso é conversa para ser dissecada durante 312 dias.


Super xeros tribalizados.