8 de dezembro de 2014

129 - REYNA ALCALA

129 por Carine Würch - SEMANA 28


Reyna Alcala, dançarina, coreógrafa, professora, foi apresentada a dança do Oriente Médio (dança do ventre), enquanto ela estava no colégio, por Jamila Salimpour, e também participou do seu grupo de dança, o Bal Anat

Ela também estudou Flamenco com cigana espanhola Rosa Montoya, bem como com vários professores de dança na Espanha. Sua capacidade de melhorar uma forma de uma dança com seu conhecimento sobre a outra, a distingue no mundo da Dança Oriental. 






Reyna tem o orgulho de ter sido um membro do lendário Ibrahim Farrah Near East Dance Company, com quem ela se apresentou no Carnegie Hall, Avery Fisher Hall, Warren Theater e no Teatro Merkin. 






FONTE:
** Tradução livre - Carine Würch **

6 de dezembro de 2014

131 - KAHRAMAN

131 por Maria Carvalho - SEMANA 27

Noooossa, como é difícil encontrar material sobre algumas alunas de Jamila, não sei se abriu um buraco e lá se encontra toda fonte histórica ou se realmente o papel dessas bailarinas foi infinitamente pequeno, estou tendenciosa a crer na segunda hipótese.

Anyway, falemos um pouco (literalmenteee) de Kahraman. Numa entrevista de Aziza! contando de seu início na Taverna Athena, ela mencionava que ia frequentemente assistir Galya que já flutuava por lá, mas havia novatas também e uma delas era Kahraman. Aluna de Jamila que já dançava no clube e namorava o proprietário (iiiiiih).

Ufa, outra frase sobre a bailarina "ela casou com outro grego que a obrigava a dançar em público"... e assim foi a história desta aluna de Jamila que deve ter se libertado da opressão e foi viver sua vida longe dos holofotes.

Esse negócio de juntar trabalho e vida pessoal sempre terminal mal!

Vou continuar pesquisando, se achar algo... falamos mais, próximo....

Xeros e vamo que vamo

FONTE:

"Havia apenas uma dançarina por noite, e geralmente ela mesma, dançava quatro ou cinco noites por semana, deixando uma ou duas noites para uma outra menina que estava tentando conseguir um ponto de apoio. Galya estava trabalhando lá quando comecei a frequentar para assistir, e depois houve (entre outras) uma dançarina chamada Kahraman (outra aluna de Jamila), um doce de uma garota, que os gregos chamavam de "Chocolata". Ela saiu com o proprietário por um tempo e depois se casou com outro grego, que a obrigou a para dançar em público."

5 de dezembro de 2014

132 - MASALIMA / SATRINYA

132 por Carine Würch - SEMANA 27

CONSIDERAÇÕES:

Segue uma carta-resposta do músico Mark Bell, que acompanhou a trupe de Jamila Salimpour até 1974, sobre os textos escritos por Satrinya para o Gilded Serpent: (é uma tradução parcial)

17 de nov de 2003  "Reflections on North Beach" by Satrinya Part 1Part 2, Part 3

Eu provavelmente deveria gastar tempo tentando reunir a minha própria Parte II da história, (mas) queria acrescentar alguns pontos na briga entre do Satrinya e Zeyna (a briga foi pelo site do Gilded, em resposta ao artigo que Satrinya escreveu, vc pode ler tudo aqui, é só colocar buscar - zeyna).

O que há nos escritos iniciais nos artigos sobre Aida são até leves, comparado as que já ouviu falar. A maioria das representações de Aida são bastante precisas. Apesar de ter estado dentro do Bal Anat,  contesto a conclusão que Meta e Aida eram as melhores dançarinas. Quando fui "demitido" em 1974, Niki, Sonya, Kismet, Karma, Mish Mish, Anzelle, Samra e muitas outras eram muito melhores dançarinas. 

Dentro do período de dois anos, podemos somar adicionar em várias outras. 

Há uma enorme diferença entre "saber" movimentos e saber como se mover, dizer uma coisa em sala de aula, durante a tarde, e dançar uma totalmente diferente no turno da noite, é estar preso na mente e nunca estar em contato com seu coração. 

Dançarinas sempre pode dançar, sabendo o que está acontecendo ou não. 

Aida estava em seu próprio mundo e estava ocupada se reinventando, ela poderia facilmente deixá-lo maluco. (Por que isso deveria refletir negativamente em outros traços de uma personalidade admirável?) Se você colóca-se como uma rainha ou uma diva ou "mestre", então você deve aceitar a carga que isto traz.

E, claro, a premissa de Satrinya, que Aida sempre foi a dançarina top, tanto do Bal Anat, quanto do Casbah, está incorreta; também a dançarina, Sonya, que ela menciona, deve ter sido uma Sonya diferente.

Isso tudo foi há cerca de 30 anos, e espero que alguns de nós tenham ficado mais sábios.


Helm

helmmusic.com

FONTE:
http://www.gildedserpent.com/archives/oldletters2ed8.htm 
** Tradução Livre por Carine Würch **

4 de dezembro de 2014

133 - MASALIMA / SATRINYA

133 por Carine Würch - SEMANA 27

Parte 3 - Na Broadway e North Beach

Naquela época, North Beach era uma área cheia de histórias. Aprendi que Fadil havia trabalhado no Bagdad, e que pretendia abrir seu próprio clube. Quando contou isto a George Elias, George perguntou para onde iria. Fadil disse lhe disse: "Praticamente aqui ao ao lado". Fadil, de acordo com George, não levou apenas bailarinos com ele, mas os músicos também, juntamente com o bartender Haroun, e até mesmo George o porteiro! E assim os ânimos se exaltaram. Dançarinos que se dividiam entre os dois clubes, não podiam maisnos dois lugares! Tentávamos nos infiltrar no Casbah antes da hora de abertura Bagdad. Sempre cuidando para não sermos pegos.

Lembro-me da primeira e única "Noite das Alunas" que Jamila fez no Bagdad, enquanto estava lá. Yousef e ela se desentenderam no último minuto, e ela se recusou a participar. Enviou Meta para representá-la.

Meta aparentemente não tinha permissão para dançar, porque ela era muito jovem para atuar em clubes noturnos. Com apenas dezoito anos, mas conseguiu fazer um solo, de qualquer maneira.

Outra aluna, aparentemente disse a Aida o que tinha acontecido. Meta "ficou de molho" com sua professora (Jamila), por um bom tempo! 

Havia uma rivalidade grande e permanente entre Meta e Aida. Ambas começaram a ter aulas ao mesmo tempo, e cada uma acabou pensado que seria a melhor bailarina entre o grupo. Uma noite no camarim do Casbah, Meta ia dançar em uma das "Festas da Lua" e esqueceu seu perfume. Ela pegou um vidro do "Jungle Gardenia", e eu disse: "este pertence a Aida". De imediato, ela atirou o vidro de perfume no chão.

Magana Baptiste

Nas quartas-feiras a noite, eu dançava junto com Kismet e Vallie. Embora Kismet dançasse na trupe de Jamila, ela tinha tido aulas com Magana Baptiste na Royal Academy of Dance, em Sao Francisco, que não foi a primeira escola de dança a ensinar dança do ventre em Sao Francisco, mas foi, talvez, a primeira que fez formalmente. (Por acaso meu pai conhecia Walt Baptiste, e disse que Walt era um ótimo fisiculturista e sua esposa era conhecida como uma "Hindu Dancer".)

Sempre haviam boatos sobre as pessoas nos clubes e sobre algumas dançarinas que saiam com os clientes. Minha primeira noite lá, no camarim, ouvi uma dançarina perguntado a outra coisas muito depravadas, e até hoje, não sei se ela estava falando sério!

Também conheci o infame "Príncipe M. da Arábia Saudita". Ele se sentava no bar e mantinha uma corte, com o proprietário, os músicos, e qualquer pessoas do seu interesse. Sempre que ele pegava um cigarro, cinco isqueiros apareciam a sua disposição imediatamente.

Vallie me disse em tom de queixa: "Ele costumava me dar notas de vinte, quando gostava de mim." Aparentemente, ele estava encantado com uma dançarina chamada Shiraz, que tinha sido uma das alunas de Bert

Sim, Prince M. tinha uma reputação incomum. As pessoas diziam que ele era um sócio silencioso, subsidiando o Casbah, mas não sei nada sobre isso. Sei que quando ele entrou no Casbah, todos pareciam lhe prestar algum tipo de homenagem. No entanto, algumas das bailarinas, se referiam a ele com desdém, e o chamavam de: "A Barata" - por trás das costas, é claro.

Naji Baba

Outro "item" na cena de dança era Naji Baba. Ele tinha seu próprio programa de televisão nas noites de sábado e domingo à tarde. Era chamado de "Dança do Ventre com Naji Baba". Naji geralmente tocava o derbak e cantava. Sahara era a dançarina da casa, e muitas vezes fazia um solo em cada show, exceto aquele que Najia e eu fizemos com seu grupo de dançarinas, Abdullah no violino, e Taka no derbak. 

Jamila nos disse, durante uma pausa em sua aula, que Naji iria "inclusive nos dar café da manhã, se dançássemos no seu programa." O que ela estava querendo dizer, não sei, porque Naji tratou, tanto eu, quanto Najia, com grande respeito. Naturalmente, todos nós assistíamos seu show e analisávamos duramente as dançarinas. Ele e Aida tinham uma antipatia mútua. Ele a acusava de assassinar cada música árabe que ela já cantou. Não sei o que exatamente ela tinha contra ele... talvez fosse que ele a acusava de assassinar cada música árabe que ela cantava.

Najia

O Casbah foi, de acordo com Jamila, o lugar para se apresentar. Havia também dança flamenca, além da dança do ventre. George, o porteiro, entretia as pessoas na calçada, enquanto fumava seus stogies.

Quando Jamila fazia suas "Noite das Alunas", toda primeira segunda-feira de cada mês, a casa lotava. Ela dava palestras, passava filmes, e uma vez, uma equipe de filmagem estava lá para documentar ela, e sua interpretação da dança. Quando as meninas dançavam o "Moon Celebrations" a cada mês, cada uma de nós usava tops e cinturões prata e preto com moedas. Cada uma de nós não fazia nada para ofender Jamila!

Jalaladin Takesh tocava Kanoon no Casbah, e depois um árabe baixinho, chamado Gilli-Gilli tocava derbak e fazia piadas. Fadil Shahin era o oudist e cantor, e ainda produziu seu próprio álbum. Aida foi a rainha do Casbah, dançando lá como umas das três principais, cinco noites por semana, até que ela teve um desentendimento com Príncipe M. e foi reduzida para três noites por semana. As particularidades, desconheço, mas quando ela dançava, e iam até a platéia para pegar as gorjetas, ele saía até que ela voltasse ao palco.

Sonya foi contratada para dançar no Casbah. Ela era uma menina russa, e veio de uma família ortodoxa rigorosa, que a contragosto lhe permitiu dançar com a gente, apenas durante a Renaissance Faire. Sem o conhecimento da família, ela havia se tornado a queridinha da casa, e a dançarina número um. Os árabes a amavam. Quando lhe disse quão maravilhosa Sonya era, minha amiga Judy foi assistir sua apresentação. "Eu fiquei tão decepcionada", queixou-se a mim. "Tudo o que ela fez rodopiar pelo palco e durante seu "floorwork" ela se abanou e podia ouvir Jalal dizendo: comece a dançar.

Ela continuou dançando no clube por de um ano, até que seu irmão acidentalmente viu suas fotos na janela da casa noturna em frente ao clube. A família dela colou um fim abrupto à sua dança.

FONTE:
** Tradução Livre por Carine Würch **

3 de dezembro de 2014

134 - MASALIMA / SATRINYA

POSTER DE JAMILA
134 por Carine Würch - SEMANA 27


Parte 2 - Participação no Bal Anat

Tive aulas sobre figutino com uma de suas dançarinas chamada Sabah (mas não a mesma Sabah - Jamie Miller).

Selecionei um nome de dança profissional, Masalima, principalmente porque era um nome que ninguém havia pego anteriormente. Jamila ordenou: "Use-o!

Depois disso, o fiz. Lembro-me de Aida reclamando com ciúmes: "Ela tem o melhor nome!"

Tornei-me cada vez mais consciente dos rumores, das batalhas e das reputações, não só dos dançarinos, mas também das casas noturnas.

Por exemplo: Jamila não apenas dançou no Bagdad, ela era umas das proprietárias. 

Ela descreveu o co-proprietário, um homem chamado Yousef, como "um oportunista armênio". 

Jamila também nos disse os apelidos que os outros bailarinos e professores a chamavam: "Mother J" e "A Fortaleza" eram dois deles.

Jamila falava sobre seu passado nessas aulas aos sábados. Ela disse que seu primeiro marido era de origem indiana, "antes de estar na moda casar com um indiano." Ela e seu primeiro marido se separaram quando ela veio dançar em São Francisco. Então Jamila disse-nos algumas coisas sobre o seu segundo marido. Ele era persa, e quando se casaram, ele jurou que iria quebrar suas pernas se ela continuasse a dançar em público. Este era o pai de Suhaila.

Ouvi falar de uma professora chamada Jodette que morava e ensinava em Sacramento. Ela tinha sido uma estrela infantil na Jordânia, e estava garimpando alunos na platéia da Renaissance Faire, embora ela não estivesse se apresentando.
POSTER DE JODETTE
Jodette estava distribuindo os seus próprios cartões de visita, e estava dizendo a todos que ela era professora do Bal Anat. Também tinha um poster com snujs, muito semelhante ao de Jamila. Este cartaz, ostentava uma foto de Jamila, tirada no Bagdad Cabaret, 20 anos antes e os músicos no fundo incluíam Fadil Shahin.

Numa tarde de verão em 1973, Yousef veio para assistir a aula de sábado de Jamila. Ele continuou me olhando, e perguntou a Jamila quem eu era. Jamila me informou que Yousef queria eu fizesse um teste em sua casa noturna.

Após a aula, fui convidada para uma audição pelo Sr. Yousef. Ele também convidou-me para jantar!

No nosso pequeno tete-a-tete, eu ganhei uma bronca! Jamila e Yousef não eram apenas parceiros de negócios. Segundo Yousef, eles haviam sido noivos. Yousef disse que Jamila e o baterista persa fugiram e se casaram. Jamila telefonou para ele e lhe deu a notícia. Ele me disse: "Jamila disse: "Ele me ama! "" 

De qualquer forma, fiz o teste no Bagdad e fui contratada para dançar uma noite por semana para começar. 

A decoração do Bagdad, na opinião do meu pai era: "esgoto estofado", mas foi o lugar onde conheci as lindas dançarinas Raina, e Simsim, que eram as dançarinas semanais. Armand tocava Kanoon, George Dabai o extraordinário derbakista, George Elias, cantava e tocava e oud.

... continua

FONTE:
** Tradução Livre por Carine Würch **

2 de dezembro de 2014

135 - MASALIMA / SATRINYA

135 por Carine Würch - SEMANA 27

Parte 1 - Encontro com Jamila Salimpour

Fui a minha primeira aula, quinta-feira a noite, em  Berkeley at the Alxandra Zubeck School of Ballet e estava totalmente despreparada para o que vi. 

Na época, quando participei das aulas, Jamila tinha 49 anos, e estava em boa forma. Ela podia "botar no chinelo" algumas das melhores alunas da turma, tanto nos shimmies, como nos padrões de snujs mais complicados.

Mas quando ela entrou, vestida completamente de preto, com seus cabelos e olhos pretos, maquiados em um estilo, que não tenho como dizer o que passou pela minha mente!

Conheci as regulares, Libby, Linda, e Meta. Ao final de duas horas de aulas, vi que Jamila estava retratando sua interpretação da imagem que ela tinha do Oriente Médio. Às vezes Aida aparecia antes de ir para o Casbah Cabaret em Sao Francisco. Ela também imitava a imagem que sua professora e mentora, Jamila, projetava.

Também continue a ter aulas na "Grace Mann School of Ballet". Grace conhecia Jamila por nome. Grace Mann era um ex-Prima Ballerina para o Ballet Ruse de Monte Carlo. Grace me perguntou se Jamila havia mencionado um dançarino chamado Roman "Bert" Balladine. Grace disse que Bert costumava dançar no Ruse Ballet, e que ele e outra bailarina excursionaram por todo o Oriente Médio e tinha sido mordidos pelo "bichinho da Dança d Ventre". Bert e ela tornaram-se parceiros de dança e ela me disse que Jamila, costumava sentar-se no clube todas as noites, observando-os dançar. Ela foi mais longe, afirmando que Jamila e Bert haviam tido juntos um estúdio de dança, como parceiros. Em seguida, eles tiveram um desentendimento e dividiram a parceria no estúdio de dança. Eu não podia acreditar, então perguntei Hillary se isso era verdade, e ela disse: "Na verdade, é verdade - MAS," ela advertiu: "Nunca diga Jamila que você sabe!" E assim fui advertida sobre um grande quantidade de informações que nunca deveria divulgar, sob pena de ser excluída do círculo de alunos de Jamila.

Também tive aulas de karatê no Grand Avenue, em Oakland no extinto Karate Ways. A esposa do meu instrutor também foi uma dançarina do ventre e professora, Carol Israel. Meu instrutor de karatê me disse que sua esposa teve uma grande briga com Jamila. Havia um talk show no rádio, chamado de "California Girls", apresentado por Dan Chamberlain

O show era principalmente conversa sobre sexo, relacionamentos, e esse tipo de coisa. Don e sua equipe estavam tendo o primeiro anual "Love Faire". Ele apresentava livros, especialistas em relacionamento, videntes, astrólogos, loções, poções, e, claro: Belly Dancers! Meu instrutor me disse que a emissora havia contratado sua esposa e sua trupe de dança para entreter ao Feira e que seriam pagos cinqüenta dólares.

No entanto, Jamila ligou para a estação de rádio e disse que o Bal Anat poderia se apresentar, de graça. Então Carol Israel e sua trupe ficaram de fora e Jamila e o Bal Anat ficaram com a apresentação.

Ele disse: "Pergunte a Jamila se ela se lembra de uma mulher chamada Janet?" Jamila e Janet haviam morado juntas e há sempre uma  interessante seqüência de idas e vindas. Grand Avenue era um lugar muito divertido.

Depois de cerca de três meses, comecei a ter aulas de dança do ventre, três vezes por semana. Jamila disse que eu  mostrava um grande futuro e sugeriu que eu tivesse aulas aos sábado, no "Old Poultry Company" em Sao Francisco. 

Foi quando eu vi pela primeira vez todos os "Bal-Anaters", incluindo a filha de Jamila, a pequena Suhaila. A maioria deles se consideravam a elite. Eram, portanto, o mais distante de qualquer um dos dançarinos de Jamila. Muito poucos falavam conosco, meros mortais (ou seja, os novos dançarinos). 

Aida e Hillary faziam (provavelmente porque elas eram professoras de dança), mas os outros tratados como não-entidades. Eu lembro de ter visto John Compton, Habiba, Katura, Rebaba, Sonya, Kismet, e Nancy Kerr, só para lembrar alguns. 

Quando Jamila me perguntou: "Por que não está em Bal Anat?" a atitude dos outros alunos sobre mim mudou. Tornei-me "aceitável"!

... continua

FONTE:
** Tradução Livre por Carine Würch **

1 de dezembro de 2014

136 - MASALIMA / SATRINYA

AIDA EM 1973
136 por Carine Würch - SEMANA 27

Parte II

A história de Aida, de sua própria experiência, foi diferente. Ela teve aulas durante seis meses com Jamila e dançou na sua primeira "noite de alunos", onde uma estrela nasceu. 

Ela nos disse: "Os árabes me respeitavam, pois minha dança era diferente!" Ela disse que a dança era "tribal" e "tradicional" e, portanto, ela ganhou o respeito deles. Ela nunca usava miçangas/ canutilhos, pois representavam, pelo menos em sua mente, Las Vegas e Hollywood, e "apenas uma stripper usava miçangas/ canutilhos!".

Aida dançou no Bagdad Cabaret, e mais tarde no Casbah Cabaret, bem como a Greek Taverna Restaurant como suas principais fontes de renda. Seis meses em sua carreira de dança, ela sofreu uma lesão no pé, que quase resultou em uma amputação, porque havia sido encaixado muito apertado. Aida disse que isto afligiu muito, pois "dançar era a coisa mais feliz da minha vida." Aida também nos contou um pouco sobre seu chefe no Casbah, Fadil Shahin. Ela contou que Jamila e Fadil trabalhou brevemente juntos no Bagdad. Então Fadil abriu o Casbah Cabaret.

Quando Hillary voltou de suas férias, ela nos deu uma explicação enorme, no qual contou que Jamila foi sua professora, bem como, ela também tinha feito parte do grupo de dança de Jamila, o Bal-Anat. Ela também nos disse, que dançar no Bal Anat era a maior honra que qualquer uma de nós poderia esperar atingir no círculo de dançarinos de Jamila.

Hillary também nos contou mais sobre sua substituta, Aida. Descobriu-se que Aida era uma ex-agente de seguros, e rumores disseram que havia sido demitida, porque "ela parecia uma beduína 24 horas por dia." Hillary nos disse que esta demissão foi a sentença de morte para o casamento de Aida, uma vez que mostrou o quão profundamente ela estava ficando absorvido pela cultura árabe. (Isto não era considerado adequado para uma menina judia naquela época.) De acordo com Hillary, Aida estava aprendendo a falar árabe, cantar canções em árabes, e alterando legalmente seu nome para  soar mais árabe.

Em um ponto, Aida estava morando na casa de Jamila, e as pessoas fofocavam, dizendo que ela agia como uma empregada, sem salário. Aida erroneamente, pensou que ganharia a eterna gratidão de Jamila e seu legado, então ela trabalhava duro nos projetos de Jamila e em seu nome, e rebaixava.

Além de todas as fofocas, durante os seis meses, aprendemos todos os passos de dança necessários e úteis para uma coreografia razoável. Aprendemos também o básico sobre figurino e música. Além disso, nós compramos todos os álbuns gravados necessários, tais como, "Live from the Fez", "An Evening at the Casbah", "The Seventh Veil", um velho LP do Bagdad com o rascunho de Jamila  muito jovem, na capa, feito por Leona Woods. E o novo LP, com Yousef e Raina na capa.

Hillary dançava um solo para nós, instruindo que precisávamos construir nossa própria dança e executar solos em sala de aula. Ela fez uma coreografia de véu com um véu circular. E disse que não era heresia para ninguém, exceto Galya, que então dançou na Taverna Athena em Jack London Square de Oakland, para dançar com um véu circular. Jamila havia considerado assim. 

Durante este tempo, Hillary me disse que eu estava ficando um pouco "boa demais" para a nossa pequena classe, e me disse para ir estudar com Jamila Salimpour.


FONTE:
** Tradução Livre por Carine Würch **