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4 de março de 2015

PILARES ENTREVISTA - PAOLA BLANTON - PARTE 2

41 por Maria Badulaques - SEMANA 40

Continuando o papo com Paola Blanton...

"Por exemplo, “East Coast Tribal” tem muito vocabulário hip-hop como isolamentos, locking e popping. É importante saber de ONDE veio isso, o por que, e COMO isso funciona em termos da musica escolhida. 

Tem que dominar os passos hip-hop , assim como os passos tribais. Temos que ter consciência escolhendo as nossas musicas e passos, para harmonizar os estilos presentes na musica com a nossa INTENÇÃO da dança. 

O que queremos dizer com nossa dança, qual a imagem, qual a mensagem?  Qual o nível de casamento entre meus movimentos e a musica? 
Hoje em dia, por exemplo, vejo muitas apresentações de “Fusão Tribal” que tentam trabalhar em cima de musica Balkan, mas com todo movimento vindo da parte superior do corpo ou em cima de formações de ATS.  Isso sai bem esquisito, pois a musicalidade Balkan é nos pés  - isso é indiscutível, e bem básico para alguém com mínima curiosidade sobre a dança atual dos Balkans.
Para uma fusão ser boa, tem que ter um bom equilíbrio entre os passos relativos as influencias na musica.  Então “fusão Balkan” sem nenhum passo Balkan, para mim, é muito vazio, como a “fusão Balkan” que apresenta nenhum elemento Balkan no figurino – já vi cada coisa: gente dançando musica Balkan com movimentos ATS com figurino de Samba, cheio de penas e miçangas.

Isso não e fusão – isso, nas palavras da grande Tia Rocky, e “confusão”. 

Mas vejo isso a toda parte, e isso me mostra por onde fica minha missão como educadora nas artes. Temos que educar o publico através de nossas danças.

Eu já comentei muito sobre isso nas revistas e blogues que sou contribuidora.  Não basta apenas “gostar” de uma musica e enfiar qualquer movimento, misturando elementos que não tem nada a ver um com outro, colar etiqueta “fusão” e pronto. Se alguém se sente atraído por uma musica, tem que correr atrás – não tem corta caminhos. Tem que estudar, descobrir, e entender antes de fazer fusão.  

Eu acho que, com a musica evoluindo do jeito que esta hoje em dia, temos grande oportunidade de acompanhar e criar no mundo das danças. 

Acho que a comunidade Tribal tem bastante oportunidades para crescer e evoluir, para dominar suas técnicas e também “think outside the box”.

Tem muito material tradicional e moderno para estudar e tirar novas inspirações.

O gênio fundamental do estilo Tribal – as formações e a metodologia de improviso em grupo, merecem ser estudados, dominados, e também usados como estímulos para novas expressões. Afinal das contas, Tribal é uma forma de dança moderna, que evoluiu com a intenção de apresentar passos de varias culturas tradicionais num formato fácil de dominar.

Evolução é sinônimo de adaptação – Jamila, Masha, Carolena e outras adaptaram passos que aprenderam do tradicional para um contexto moderno.  

A marca da excelência é na consciência que consegue fazer a ponte fundamental entre as raízes da tradição e os frutos de criação." (Paola)

Ponderando aqui, com meus botões tribais... 

Vejo Anasma nomenclar seu trabalho de Fusão, e ao vê-la dançando repertório de passos, música e coreografia seguem em perfeita harmonia, de outro lado observo tudo ser chamado de Tribal Fusion no Brasil, muito embora minha observação me remeta a outra percepção. 

Fico confusa e isto não deve ser um sentimento exclusivo, imagina a cabeça de quem tá iniciando, lá no comecinho, seus estudos? Daí, alguém deve estar se perguntando que diferença tem a nomenclatura, eu quero é dançar... bem, se o bailarino/dançarino não entende a origem da sua fusão, não historia e ambienta sua dança, estudar todos os lados incluindo a sintonia entre dança+música+figurino é de lei pra não caímos na (Con)fusão Tribal

Afinal, algumas danças nos remetem aquele período da história que visam retratar, ou aquele cultura que foi chamada a comparecer ao palco. Penso que se o dançarino não sabe dizer o que está dançando esta nuvem de incertezas transparecerá em algum momento, saber o que se quer expressar é fundamental, pq a dança é um recado da alma.

Agora me recordo de algumas conversas entre a Natiii, o Marcelo Justino e eu, além do estudo de técnica, trocamos muitas ideias sobre a dança-história-expressão-arte. 

Num desses "brainstorming" concluímos, a pessoa pega qualquer coisa, veste qualquer coisa e por via de consequência acaba dançando qualquer coisa, mas o trabalho da dança é algo muito mais profundo, fazer fusão demanda um conhecimento e domínio, não mais de uma técnica, e sim, no mínimo de duas, respeitando todas culturas. 

Durante as aulas com o Raphael, Odissi, o que mais se ouvia era: "isto é sagrado pra a cultura indiana, não se fusiona". 

Esta percepção é fundamental na hora de criar sua fusão e deixa-la livre de confusões. E como isso se adquire? Não é vendo vídeos no you tube, isso somente é absorvido com muito investimento em ESTUDO.

Super xeros e vamo que vamo, amanhã tem mais.



Ah pessoal, completando a conversa, de ontem, sobre entre outros assuntos, Isadora Duncan, recebi da Paola Blanton e Carol Louro esse podcast incrível que ouvi, por baixo umas 20x, para ver se as células absorvem, desfrutem e reflitam:

20 de outubro de 2014

178 - JOHN COMPTON

178 por Carine Würch - SEMANA 21


Seguindo um pouco em relação às críticas do estilo, temos um depoimento de John Compton, e também uma entrevista, onde ele fala mais sobre o que pensa sobre o assunto:

ATS:
Eu perguntei a John sobre o American Tribal Style e o que ele pensei nisso. Respondeu: "A comunidade da Dança do Ventre está erroneamente chamando minha trupe, Hahbi 'ru, de American Tribal Style, e nós até fazemos parte do livro intitulado "The Trible Bible"! "Nós não somos! Eles têm, na minha opinião, uma postura tensa e uma apresentação muito diferente da nossa. Os nomes dos movimentos são todos o mesmo, mas são executados como uma equipe de performance de precisão, com passos perfeitamente ajustados de forma estruturada. Hahbi'ru é diferente e único, devemos talvez ser rotulado como "Tribal Folclórico." Para mim tribal tem a ver com uma unidade familiar, e, certamente, ATSBal Anat de Jamila, e Hahbi 'Ru todos têm isso em comum. Baseamos nossas danças na tradição**, mas interpretamos essa tradição com um pouco de liberdade criativa, alterando algumas coisas e deixando eles mais agradáveis para o palco. Nós esgueirar-se em alguns movimentos modernos, mas tentamos integrá-los dentro do "estilo antigo". O grupo de Jamila tinha um look dos anos 1940 ou dos anos 50. Um look com muito uso de Assuit, que eu acredito que veio de fotografias antigas. Descreveria o Hahbi 'Ru como um look "country chamativo " ou "folclórico colorido".

Entrevista de John Compton para Lynette - Texto original:

** falaremos disto mais adiante com Patty Farber, que foi uma estudiosa das danças folclóricas de diversos países, por isto a formação do Hahbi 'Ru é mais próxima ao folclore do que o Bal Anat de Jamila, que trouxe muito do que ela lia e via, junto com sua imaginação.


Aqui segue o link para o podcast:
http://www.yippodcast.com/2012/01/episode-53-john-compton_29.html

E logo abaixo, achamos o comentário deste Podacast, feito por Shay Moore, que é professora de ATS e Tribal Fusion do Deep Roots Bellydance:

Shay Moore disse... 

Eu tenho que dizer, ouvindo John Compton desdenhosamente falar sobre ATS dizendo que é "sempre a mesma" , me deixa triste (amo ele, por que ele não pode me amar de volta ?!). Mas é também me faz sentir como "a panela falando da chaleira", quando um show Hahbi 'Ru é totalmente coreografado - mesma música exata, passos, tudo, em cada show - acho isto muito mais "do mesmo" toda vez, do que qualquer show ATS

Quero dizer, sério...? Quantas vezes vi Lorke Lorke, ou Jamilo, ou Dança com Sunjs? Mas enlouqueço toda vez que vou assisti-los! Não é que exija que esses shows sejam diferentes a cada vez, exijo que sejam de alta qualidade, com grande energia e um nível elevado de carisma. E sinto que tanto Hahbi 'Ru, como o bom ATS têm isto em comum. 

E não me fale sobre o outro comentário desdenhoso sobre a "adulteração" dos movimento de Jamila no ATS, quando ele mesmo ri sobre "roubar" movimentos e coreografias para seus shows. Não vamos atirar pedras, Sr. Compton. Você é um dançarino incrível, e um dos muitos pioneiros admirados da Dança do Ventre que eu adoro. Você não precisa se ​​elegantemente dar tapa de luvas em outros dançarinos e estilos para provar o seu valor. Você é melhor do que isso. 

Essa é a minha história e eu me mantenho firme a ela.

** Tradução Livre - Carine Würch **