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7 de março de 2015

38 VÍDEO - CAROLENA - DEVOTION

38 por Carine Würch - SEMANA 40


Publicado em 10 de fev de 2013
Carolena Nericcio, director of Fat Chance Belly Dance talks about Devotion 2013

6 de março de 2015

39 VÍDEO - CAROLENA - ENTREVISTA 2013

39 por Carine Würch - SEMANA 40

Publicado em 15 de mai de 2013 - This is an excerpt of an interview with Carolena Nericcio, founder of FatChanceBellyDance® and creator of ATS® Bellydance. It was a great honour to meet and talk to Carolena in February in 2013 in her studio in San Francisco :)

5 de março de 2015

40 - COBRANÇA ESTÉTICA NA DANÇA por Paola Blanton

40 por Maria Badulaques - SEMANA 40

Quis terminar essa conversa com Paola com um tema que é muito importante pra mim e acredito que para muitas de nós: a imagem que queremos passar. 

Há uma cobrança da sociedade a cerca de nossa aparência, e quando se expõe num palco a coisa parece que ganhar contornos maiores.

Quantas vezes fui a apresentações e soube, depois, de comentários relacionados ao peso de fulana e a barriga de beltrana, nenhum sobre a dança. Isso se dá por diversos fatores, talvez a dança não tenha formado conexão e talvez a pessoa que fala sobre isso, não esteja aberta  a se conectar.


De uma forma ou de outra, acredito que nossa forma deve ser resolvida sem influencias externas, uma questão de bem-estar, nosso corpo, nosso templo, cuidar sim, entrar em surto psicótico, não!

Uma das coisas que me encanta no Tribal é que pouco se vê daquela beleza de bonequinha, é algo mais agressivo, a própria Carolena tem uma imagem impactante com aquelas tattoos, unhas gigantes e dreads. Odalisca? Uiiii, passa longe!!! Encanta-me esse empoderamento, esse se amar, por o barrigão pra fora e fazer ressoar com o Shimiie. 

Parafraseando a Mariah e Aerith do TribalCast Brasil.

EU NÃO DOU BARRACO... EU DOU SHIMIIE.

Bye-bye noia, tou pondo a barriga pra fora e indo ser feliz.

Acompanhe as palavras de Paola, pode fazer sentido pra você.



A Cobrança Estética na Dança

"Este assunto e algo muito próximo a meu coração por que revela uma dicotomia que eu vejo nos motivos das pessoas para entrar na arte da dança. 

Essa dicotomia se trata da diferença entre “estado de ser” e “estado de ser vista”. 

Eu posso dançar para mudar e evoluir meu estado de ser – de me focar, primeiro, em como eu me sinto, como eu realmente estou, e de fazer uma leitura honesta de meu corpo e sentimentos. Eu posso utilizar a dança como uma ferramenta de auto-conhecimento e a busca de uma autentica verdade interior. 

A partir dessa descoberta, eu posso dançar para transmitir e expressar a meu publico o resultado de minha jornada, tocando as cordas dos corações deles e nos unindo no reconhecimento arquetípico da grande jornada humana com todas suas dramas. Se minha dança despertou uma reação autentica no meu publico, o ciclo se completa e o impulso original da dança encontra seu fruto.  

Uma catarse acontece, capaz de ME curar e integrar e também de transmitir essa dinâmica a meu publico.

Isso e que compus o fundamento da dança como arte religiosa no antigo tempo dos Gregos. Justamente como o propósito do Teatro Grego era de produzir uma catarse moral – a dança, nos vários modos de sua pratica entre os Gregos, era ferramenta em direção a essa catarse. 

O motivo de minha dança pode ser a busca dessa verdade interior, capaz de revelar semelhanças ocultas entre minha verdade e as grandes verdades do Universo; uma verdade que abrange todos meus próximos e resulta em uma união de almas extáticas, curadas, e iluminadas.
O outro lado da dicotomia e o motivo de “dançar para ser vista”, e isso se trata de uma outra abordagem a arte da dança

Mais preocupada com formas, aparências, e orientações externas, essa dança a maioria das vezes é a dança que ganha mais aplauso, certificados cobiçados, competições, papeis na novela, capas de revista, DVDs, e muitos, muitos visualizações e olhares. Muitas vezes os olhares masculinos são motivados pelo desejo, e olhares femininos motivados pela inveja. 

Será que estou dizendo que é errado dançar para se aperfeiçoar e ganhar atenção? De jeito nenhum. Mas, para mim, é apenas metade da equação. 

Na minha opinião, a dança tem que gerar mais dança, tem que chamar, convidar, comunicar, e unir.  E não separar e alienar.

As cobranças de perfeição de técnica e estética não servem para unir ninguém quando ficam no primeiro plano da motivação a dança

Servem justamente para separar e elitizar, e geram um imperativo de satisfazer o olhar comercializado e padrões socialmente impostos que alimentam uma sexualidade retardada e mantenham a atual mulher – o ser humano - no segundo plano relativo a sua aparência física.

Tem muitas dançarinas e dançarinos que eu respeito por seu empenho, disciplina, técnica, leitura, coreografia, e forma. Mas muitos deles me deixam nada no coração – alem de pensar “wow, que técnica pura, que figurino bonito” vem nada do mistério humano que toca na minha alma. Em outras palavras, satisfez meu olhar, mas não alimentou minha alma, não alterou meu estado de ser.

Como a sagrada Isadora Duncan escreveu em seu livro A Arte Da Dança:

"Há três tipos de dançarinos: primeiro, aqueles que consideram a dança como uma espécie de ginástica, composta de arabescos impessoais e graciosos, em segundo lugar, aqueles que, ao concentrar suas mentes, levam o corpo ao ritmo de uma emoção desejada, expressando um sentimento ou experiência lembrada. E, finalmente, há aqueles que convertem o corpo em uma fluidez luminosa, entregando-o para a inspiração da alma."

E essa entrega, este dialogo entre corpo e alma, que anima meus estudos e pesquisas na arte da dança. Acho que colocar este motivo no primeiro plano vai naturalmente resultar em uma forma física mais nobre, linda, e autentica a MIM. Vai ser o resultado, não o motivo. Chamando a verdade da alma para o instrumento do corpo gera essa luminosidade fluida capaz de elevar a consciência de todos. 

Este é o elixir alquímico que a dança pode e deve procurar - além do ego, figurino, maquiagem, aplauso,  e palco. Além de musicalidade, coreografia e performatividade. Estes são todos ingredientes na mistura, mas o elixir vem do processo e a vivencia, os rituais e cerimônias da Dança do Futuro, a eventual mudança de atitude sobre a dança e realização de fins mais elevados para ela. 

Dançar pode-se tornar uma busca de iluminação.

E grande parte dessa iluminação flui de amor próprio e a auto-aceitação que eu acho essencial a dança despertar e fomentar em cada um. Senão, por que participar? Para me sentir menos e insuficiente? Para agonizar sobre uma gordurinha a mais, ou rugas, ou o fato de ser baixinha? Para me menosprezar por causa de ser “fora do padrão”? Mas, por onde então busco minhas referencias?  Será que existe algum padrão estético verdadeiro?

Para mim, estética e beleza não são as mesmas coisas. Justamente como “simetria” e “harmonia” também não são as mesmas coisas, como os Gregos demonstraram através da proporção áurea e como expressaram este princípio em suas obras de arte. A posição mais natural do corpo humano e aquele em harmonia com as forças da Natureza. 

Isadora Duncan, famosa por sua oposição a ballet, disse que o foco central do ballet era no desafio da força gravitacional da terra, e que isso era uma violação do primeiro principio de arte: que a arte devia reverenciar e interpretar a Musa primordial, a Natureza. Qualquer coisa que vai contra a Natureza e feia.

Inspirada neste principio, eu sinto que a dança deve servir no primeiro lugar como um modo de auto-conhecimento – algo que me leva a descoberta de minha verdade autentica, meu estado de Ser mais natural. 

Ela deve ser uma ferramenta que me leva a uma forma mais nobre de mim em todos os níveis – a  melhor e mais verdadeira saúde física, emocional, mental, e espiritual. Ela deve preparar meu corpo a receber e transmitir a mensagem de minha alma. E ela deve transmitir essa mensagem de forma poética a meu publico. O meu figurino acrescenta e ajuda nisso, mas de forma alguma e o principio que me guia.

Tem um ditado em inglês – “não coloca a carreta em frente do cavalo”, ou seja, o resultado em frente da motivação. Quando purificamos nossas motivações para dançar, nos vamos purificar nossos seres inteiros, e mesmo FORA de padrões estéticos socialmente impostos, nos vamos irradiar uma beleza que desafia palavras, por que surgiu de nossos Seres verdadeiros.

Eu sei que não e fácil. A sociedade é cruel, o olhar comercializado exerce muita pressão de se conformar. Mas eu sinceramente acho que estamos numa encruzilhada – uma forte mudança de paradigmas hoje em dia em que a oportunidade de utilizar a arte da dança como forma de integração pessoal esta se manifestando cada vez mais. 

Eu vejo isso nos olhares de minhas próximas nas danças circulares e também nas danças de palco e performance. 

Eu sinto isso no apertar das mãos e na corrente cardíaca que nos une. 

Cada vez mais vejo que o mais conectada que eu estou comigo mesmo, o mais conectada que estou com minhas próximas.  

Essa conexão e harmonia irradia a nossas comunidades e culturas e traz uma profunda oportunidade de dançar, como disse a grande Ruth St Denis “não para espantar e ganhar aplauso e sim para curar e abençoar.”

Este é meu sonho, a união extática de almas que flui naturalmente da união extática possível em cada um, entre corpo e alma.  

O figurino, as gordurinhas, as rugas, aplique de cabelo, maquiagem, o palco, e o aplauso são apenas notas de rodapé." (Paola Blanton)

40 VÍDEO - CAROLENA - BLOOPERS

40 por Carine Würch - SEMANA 40

Vídeo engraçado dos erros de gravação com Carolena Nericcio.

Enviado em 17 de jun de 2007
Carolena Nericcio was gracious enough to bless my DVD with an introduction. What we didn't know was that the bloopers from said introduction would become my favorite part of the entire DVD.

4 de março de 2015

PILARES ENTREVISTA - PAOLA BLANTON - PARTE 2

41 por Maria Badulaques - SEMANA 40

Continuando o papo com Paola Blanton...

"Por exemplo, “East Coast Tribal” tem muito vocabulário hip-hop como isolamentos, locking e popping. É importante saber de ONDE veio isso, o por que, e COMO isso funciona em termos da musica escolhida. 

Tem que dominar os passos hip-hop , assim como os passos tribais. Temos que ter consciência escolhendo as nossas musicas e passos, para harmonizar os estilos presentes na musica com a nossa INTENÇÃO da dança. 

O que queremos dizer com nossa dança, qual a imagem, qual a mensagem?  Qual o nível de casamento entre meus movimentos e a musica? 
Hoje em dia, por exemplo, vejo muitas apresentações de “Fusão Tribal” que tentam trabalhar em cima de musica Balkan, mas com todo movimento vindo da parte superior do corpo ou em cima de formações de ATS.  Isso sai bem esquisito, pois a musicalidade Balkan é nos pés  - isso é indiscutível, e bem básico para alguém com mínima curiosidade sobre a dança atual dos Balkans.
Para uma fusão ser boa, tem que ter um bom equilíbrio entre os passos relativos as influencias na musica.  Então “fusão Balkan” sem nenhum passo Balkan, para mim, é muito vazio, como a “fusão Balkan” que apresenta nenhum elemento Balkan no figurino – já vi cada coisa: gente dançando musica Balkan com movimentos ATS com figurino de Samba, cheio de penas e miçangas.

Isso não e fusão – isso, nas palavras da grande Tia Rocky, e “confusão”. 

Mas vejo isso a toda parte, e isso me mostra por onde fica minha missão como educadora nas artes. Temos que educar o publico através de nossas danças.

Eu já comentei muito sobre isso nas revistas e blogues que sou contribuidora.  Não basta apenas “gostar” de uma musica e enfiar qualquer movimento, misturando elementos que não tem nada a ver um com outro, colar etiqueta “fusão” e pronto. Se alguém se sente atraído por uma musica, tem que correr atrás – não tem corta caminhos. Tem que estudar, descobrir, e entender antes de fazer fusão.  

Eu acho que, com a musica evoluindo do jeito que esta hoje em dia, temos grande oportunidade de acompanhar e criar no mundo das danças. 

Acho que a comunidade Tribal tem bastante oportunidades para crescer e evoluir, para dominar suas técnicas e também “think outside the box”.

Tem muito material tradicional e moderno para estudar e tirar novas inspirações.

O gênio fundamental do estilo Tribal – as formações e a metodologia de improviso em grupo, merecem ser estudados, dominados, e também usados como estímulos para novas expressões. Afinal das contas, Tribal é uma forma de dança moderna, que evoluiu com a intenção de apresentar passos de varias culturas tradicionais num formato fácil de dominar.

Evolução é sinônimo de adaptação – Jamila, Masha, Carolena e outras adaptaram passos que aprenderam do tradicional para um contexto moderno.  

A marca da excelência é na consciência que consegue fazer a ponte fundamental entre as raízes da tradição e os frutos de criação." (Paola)

Ponderando aqui, com meus botões tribais... 

Vejo Anasma nomenclar seu trabalho de Fusão, e ao vê-la dançando repertório de passos, música e coreografia seguem em perfeita harmonia, de outro lado observo tudo ser chamado de Tribal Fusion no Brasil, muito embora minha observação me remeta a outra percepção. 

Fico confusa e isto não deve ser um sentimento exclusivo, imagina a cabeça de quem tá iniciando, lá no comecinho, seus estudos? Daí, alguém deve estar se perguntando que diferença tem a nomenclatura, eu quero é dançar... bem, se o bailarino/dançarino não entende a origem da sua fusão, não historia e ambienta sua dança, estudar todos os lados incluindo a sintonia entre dança+música+figurino é de lei pra não caímos na (Con)fusão Tribal

Afinal, algumas danças nos remetem aquele período da história que visam retratar, ou aquele cultura que foi chamada a comparecer ao palco. Penso que se o dançarino não sabe dizer o que está dançando esta nuvem de incertezas transparecerá em algum momento, saber o que se quer expressar é fundamental, pq a dança é um recado da alma.

Agora me recordo de algumas conversas entre a Natiii, o Marcelo Justino e eu, além do estudo de técnica, trocamos muitas ideias sobre a dança-história-expressão-arte. 

Num desses "brainstorming" concluímos, a pessoa pega qualquer coisa, veste qualquer coisa e por via de consequência acaba dançando qualquer coisa, mas o trabalho da dança é algo muito mais profundo, fazer fusão demanda um conhecimento e domínio, não mais de uma técnica, e sim, no mínimo de duas, respeitando todas culturas. 

Durante as aulas com o Raphael, Odissi, o que mais se ouvia era: "isto é sagrado pra a cultura indiana, não se fusiona". 

Esta percepção é fundamental na hora de criar sua fusão e deixa-la livre de confusões. E como isso se adquire? Não é vendo vídeos no you tube, isso somente é absorvido com muito investimento em ESTUDO.

Super xeros e vamo que vamo, amanhã tem mais.



Ah pessoal, completando a conversa, de ontem, sobre entre outros assuntos, Isadora Duncan, recebi da Paola Blanton e Carol Louro esse podcast incrível que ouvi, por baixo umas 20x, para ver se as células absorvem, desfrutem e reflitam:

41 VÍDEO - CAROLENA - ENTREVISTA

41 por Carine Würch  - SEMANA 40

Entrevistada por Claire Wesley em 1997 durante os 10 dias do Visionary Bellydance Retreat no Hawai, Carolena nos conta da sua história, início do FCBD, e muito mais. (vídeo em inglês)

Carolena Nericcio -  1997 at Delilah's 10 day Visionary Belly Dance Retreat in Hawaii Carolena was the guest instructor, Claire Wesley hosted an interview that VDP recorded. 

Very historic. Sorry about spelling her name wrong on title. It was suppose to be checked before up load. To be changed it has to be re up loaded and it's gotten a lot of hits and we do not want to loose them. Forgive us please.

3 de março de 2015

42 - VÍDEO - CAROLENA & MEGHA

42 por Carine Würch - SEMANA 40


Enviado em 22 de mar de 2009
Whups :) Part one of a cute exclusive with Megha and Carolena...
don't forget to see part two for the conclusion!
Enviado em 22 de mar de 2009
Here it is :) The conclusion of part one!

PILARES ENTREVISTA - PAOLA BLANTON - PARTE 1

42 por Maria Badulaques - SEMANA 40

Tribalistas, a Paola nos concedeu uma entrevista super importante para nossa reflexão enquanto dançarinas. Falamos de Jamila, das influências e atmosfera de São Francisco e quanto isso impactou Carolena. Na importância de pensar fora da caixa, opa essa parte amei... você vai entender, acompanhe.

Um xero forte no suvaco, espero que curtam...estou com a cabeça fervendo!

"Eu conheci a Jamila em 2003 quando fui para São Francisco para participar em uma intensivão com a Suhaila

Ela deu uma palestra sobre sua história na dança do ventre nos EUA, sua época de “Bal Anat”, e como ela passou o império dela para sua filha Suhaila. Ela mostrou slides e imagens e conversou com a turma por uma tarde inteira, passando muito conteúdo e historia para nós. 

As Salimpours são grande fonte de conhecimento sobre a Dança Oriental, e são grande referencia para qualquer bailarina querendo aprofundar seu conhecimento e entendimento dessas danças. 

Elas, junto com Ibrahim “Bobby” Farrah e a grande “Morocco” em Nova Iorque, foram realmente as indiscutíveis raízes de Dança do Ventre nos Estados UnidosVale a pena adquirir os vídeos de Bobby, o livro de Morocco, e o formato das Salimpours.  

O formato Salimpour tem o gênio de ser a primeira codificação de todo vocabulário da Dança do Ventre.  

E justamente como a Jamila teve um pensamento sistemático com o ensino da dança, ela também começou a sistematizar e simplificar o processo de improviso em grupo para o “Bal Anat”.  

A partir disso fluiu o treinamento e vocabulário que, com tempo, viraram outros estilos como “Tribal”. 

Uma aluna de Jamila, “Masha” formou uma companhia em cima deste método de improviso em grupo, e a Carolena Nericcio foi aluna dela.  

Foi a Carolena que estabeleceu a linguagem Tribal e a marca “ATS”. Eu acho que o nome “Tribal” só emergiu depois da sistematização da dança por Carolena Nericcio nos anos 80.  

Temos que lembrar que o estilo Tribal é um estilo Americano (American Tribal Style – ATS) e nasceu na Califórnia, o berço de cultura alternativa dos Estados Unidos, e francamente, para o mundo inteiro. 

E um berço de criatividade, expressão, e liberalismo – uma terra fértil em todos os sentidos – de natureza e também do espírito livre.  

A Isadora Duncan era de São Francisco. 

Os hippies começaram em São Francisco, junto com toda revolução psicodélica.

Os ‘Modern Primitives’ ou ‘primitvos modernos’ também emergiram lá nos anos 70-80 com toda historia de tatuagens, piercings, e os vários modificações corporais.  

Califórnia é sinônimo com Hollywood e show business: Rap, Hip-Hop, MTV... todas essas influências culturais e subculturais estão no contexto da dança, e informam seu momento histórico - então foram referenciadas, absorvidas e traduzidas no Estilo Tribal.  

A própria Carolena Nericcio referencia o movimento “Modern Primitives” para o look de seu estilo.  

Mas, afinal das contas, elas precisavam ter um nome que refletia o que elas realmente estavam dançando, e o nome “Tribal” emergiu para diferenciar elas de estilos tradicionais de Dança do Ventre.  

"Temos que lembrar que o termo “Tribal” não significa uma dança de uma certa tribo, e sim de dançar improvisando em grupo com estilizações modernas de passos tradicionais de Egito, Algeria, Tunísia, Índia, e outras." (Paola)

Agora senta, respira e absorve:

"Eu viajo muito pelo mundo e cada ano faço turnês internacionais ensinando e dançando nos grandes festivais.  Tenho sorte de prestigiar uma grande variedade de danças e estilos e vejo as variações de Tribal para toda parte.

Tem o “Steampunk”, “East Coast”, “West Coast” “Circus”, “Burlesque”, “Gothic”, “Dark”,“Goddess”, e outros estilos e aplicações do estilo TribalATS continua muito presente no mundo, vejo ele sempre.  

Como você podia imaginar, a gente eventualmente começa a ver a mesma coisa sempre se repetindo – isso é fato, e tem a ver com todos os estilos.   

Já vi muito ATS e eu gosto dele feito nos espaços públicos.  Quando participei no “New York City Dance Parade” com a PURE de Kaeshi Chai, a “Manhattan Tribal” dançou em nossa frente.  A escola é de Mimi Fontana, e faz puro ATS com toda cor nos figurinos, snujs, e tal.  

Eu gostei muito das formações e comunicação não-verbal das dançarinas, por que num grande desfile tem que se deslocar, parar, e se orientar a um público de dois ou três lados.  Elas tinham repertório simples mais muito limpo e bem-executado, com todos os giros, paradinhas, pares e triplos se orientando ao publico dos lados, se juntando de novo no meio, e circulando.  

Foi super legal para um espetáculo grande como este desfile em que dançávamos para mais que quatro horas nas ruas de NYC.  

Na PURE, trabalhávamos em cima de um formato Tribal também, mas eu senti falta de interação entre dançarinas e variação nos passos.  Afinal das contas, minha participação na PURE era de integrante e não coreógrafa. Minha tendência nas coreografias é de sempre incluir algum tipo de interação ou “conversa” entre as dançarinas, para dar mais vida a quadro total.

Eu não tenho muita ressonância com coreografias em grupo em que todo mundo fica olhando para frente fazendo sua própria mini-coreografia e sem conexão as outras presentes no palco ou espaço de dança." (Paola)

Neste momento, ontem, quando degustava dessa leitura me veio a mente, eu e a Natiii fazendo um duo no turkish e aquele breve instante em que os olhos cruzam parece que dizemos: "puxa vida, que felicidade tê-la comigo".

Pensei em todas ocasiões que dividi um palco com minha família da Dança Circular e senti ser invadida por um turbilhão de sentimentos que nem sempre sei por nome. A conexão!!!! Lembram dela?! Eis a rainha das técnicas, olhar e ver as pessoas a seu redor e se deixar conduzir. 

"Eu gosto de ver uma apresentação sólida da técnica ATS, mas que conta com expressões e movimentos originais que expressam o espírito da musica – com pequenas  variações, “surpresas” ou brincadeiras dentro.   

Escolhendo uma musica Norte-Africana, por exemplo, eu gosto de ver aplicações da musicalidade e expressão da origem étnica da musica, não so umas formações ATS que já vi mil vezes.  

Em inglês tem uma expressão “think outside the box”, que quer dizer “pensar fora da caixa”.  

Nas artes, temos várias fases em que passamos durante o processo de domínio. ATS tem a família fundamental de movimentos, sinais, e formações que uma dançarina pode dominar – uma “caixa”.  

A partir disso, a fase criativa na dança, seja em grupo ou solo ou “fusão”, vai depender do nível de curiosidade e estudo que a dançarina aplica fora do formato – “outside the box”.  

Se ela entrou na Dança através de ATS, beleza.  É um bom formato a aprender, mas afinal das contas é um “box” que alguém preparou para  ajudar as dançarinas a dominar uma certa linguagem.  

Tem um mundo lá fora cheio de historia, tradição, e folclore que pode enriquecer muito sua dança e levar ela a criar danças artísticas. Tem que estudar fora do formato.  

Tem que apresentar musicalidade e expressão na dança, senão, para mim, ainda não é dança.  

Dançar, para mim, não é sinônimo de “memorizar passos” ou “dominar técnica”.   

Dançar é na descoberta do poço profundo de inspiração na expressão humana, em que o corpo interprete a mensagem do coração e alma.  

A sagrada Isadora Duncan nos falou “domine a técnica para que a técnica nunca atrapalhar sua dança”, e eu mantenho este conselho muito próximo a meu coração.

Cada uma enxerga a dança através das lentes de seus valores.  

E os valores que eu tenho como sagrados na dança tem a ver com musicalidade, intenção e comunicação através da dança – expressão.  

Para ter isso, e importante estudar e respeitar as raízes das formas e músicas com que estamos trabalhando. As vezes no mundo de fusão, vemos uma apropriação superficial de estilos sem referencia ou estudo e as danças acabam sendo meio vazias.  

Eu sei que o estilo Tribal tem forte apelo aos jovens hoje em dia, mas também acho fundamental o estudo das culturas tradicionais e modernas de que o Tribal leva seus vocabulários." (Paola)


Bem, não posso silenciar... muito embora o silêncio diga muiiito, mas neste momento preciso por pra fora...

O que me encanta numa dança, e me parece que não é uma impressão exclusiva, é quando, por mais simples que esteja a montagem que a dançarina tenha se proposto a pensar na música+figurino+passos de dança como um pacote harmônico. Não é pegar qualquer coisa, qualquer música e zaz tá aí o trabalho finalizado, não dá pra pegar a mistura de bolo pronta, tem que bater os ingredientes um a um.

Costumo dizer que não sou fã de Tribal Fusion, vou corrigir essa sentença não sou fã da fusão que vira confusão, da falta de identidade. 

Faz o simples, deixa a macarronice pro domingão... mas entregue ao espectador o combo de emoções que ele foi procurar ao ir vê-lo. 

Dê sua alma, ainda que a técnica não esteja totalmente impregnada em seu espírito, busque-a, detenha-a... e neste meio tempo descubra afinal onde você quer ir com sua dança! 

Afinal, somos muito autocríticos (eu inclusa) e isto atrapalha demais o processo de entrega (doação)... precisamos ser escravos-libertos, lembrando sempre que as coisas perdem o sentido quando a cobrança supera o contentamento.

Estou procurando essas respostas também e juntos sairemos desse labirinto. Como dosar a busca frenética pela técnica, manter a autocrítica em níveis não prejudiciais a saúde e ser feliz neste processo uterino.

2 de março de 2015

43 - A ESSÊNCIA DE UMA TRIBO

43 por Maria Carvalho - SEMANA 40

A essência de uma tribo.

Bem, entramos na fase de Carolena e jungido a este momento do Pilares fui inundada por um ciclone de sabores e emoções que produziram uma catarse.
Falamos aqui aos quatro ventos o que é (o sentido) da palavra Tribo

Fomos lá no fi-o-fóóóóóóóóóó do Tribal para lhe mostrar a profundidade e o legado que representamos quando nos anunciamos como parte deste movimento, mas e vivenciar esta experiência? Uma coisa é falar sobre, ler a respeito... o vivenciar precisa estar entre nós, para produzir aquilo que a alma mais anseia: ser tocada! Este é o sentido de dançarmos, queremos ser tocados no lugar mais recôndito: o fi-o-fóooo.

Pois bem, piquei a mula pra Brasília (alias a melhor visita que já fiz à capital-federal, pq não envolvia nada do Judiciário kkkk) e fui participar do evento Tribal que ocorreu neste último fim de semana (aqui não fazemos publicidade de eventos senão sairia do foco, mas devemos dividir experiências que replicam na prática aquilo que acreditamos, enquanto tribalistas). 

Ano passado tive conhecimento e presenciei deste sabor em Sampa e este ano, estas experiências farão parte da nossa agenda no Pilares. Durante o evento sediado em Brasilia - Balkanic Explosion - Imani Tribe Fest, houveram os workshops de Paola Blanton e conversas sobre a dança e seu propósito, voltei convicta de que a missão da dança é promover reencontros de almas (sim, algumas pessoas parecem velhos conhecidos). 

E falando em Paola, essa semana publicaremos uma TE-SU-DAL entrevista sobre sua visão a cerca do Tribal e seus papos com Jamila Salimpour, u-huuuuuuuuuuuu!!!!
Seguindo, tia Lena (Carolena) sentiu a necessidade de retroceder para avançar, voltar o seu (o nosso) ATS a um plano palpável, onde, como diz Isadora Duncan "você aprenda a técnica, para que ela não atrapalhe sua dança" (... extraído do papinho com Paola), quem viu nossos vídeos sobre o HomeComing com a SisterStudio Natalia Espinosa, nossa querida Natiiii, entendeu as entrelinhas, precisamos nos conectar com a pessoa ao lado, sentir sua presença e ter a alegria de compartilhar aquele momento mais do que buscar aplausos à técnica nababesca absorvida após muiiita dedicação. 

Foi isso que vi ocorrendo em Brasília, pessoas se descobrindo, almas dançantes que postas umas em contato com as outras estavam abertas a se multiplicarem.

O FatChance em apresentação durante o Tribe Fest de 2014 optou por se misturar com as alunas, dançando em mesmo plano de igualdade. 

Quando ouvi a Natii dizendo que no HomeComing, Carolena comentou sobre a necessidade de acolher quem está chegando, afinal ela não é imortal e as demais integrantes do grupo com uns vinte anos de dança, também não são... confirmei uma convicção pessoal: quando nasce uma criança, dentro de uma família qual a atitude natural? Comemorar. Quando dançarinas se encontram e observamos o nascer e o surgimento de uma nova parceira o que devemos fazer? Incentivar.
Que mais eventos neste sentido sejam promovidos esta é a filosofia do tribal, é o anseio de quem procura a dança pra se expressar!!! 

Vejo uns movimentos semelhantes em São Paulo, mais são poucos ainda, já participei de uns e tive conhecimento de outros, os Saraus em geral tem esse espírito, é esse o caminho e que vejamos muitos deles em 2015.

Minha mãe é focalizadora de Dança Circular e o ATS tem muiiiito deste estilo de dança, durante o curso de Paola, ouvi dela aquilo que vivenciamos na circular e serve para nossa tribo também. 

Ao dançar em círculo, não adianta procurar a professora, você se perderá no espelhamento dos passos, busque a pessoa a seu lado e se conecte. Conexão, eis a chave!

Somos uma célula e enquanto não entendermos que o compasso somente é dado quando todos corações se alinham na mesma cadência, não conseguiremos desfrutar da dança que buscamos e ansiamos sentir em nossos pulsantes, aquela que é o retrato de nossas almas.

Uma semana inspirada a todos, meu pulsante está renovado... tamo junto! Xeros no suvaco, em homenagem a uma amiga que durante um vídeo de dança resolveu parar para por desodorante e me arrancou uma gargalhada daquelas... precisamos rir mais.

* Todos detalhes do evento você poderá ver no Maria Badulaques e em resenha compartilhada das coordenadoras da seção Resenhando (São Paulo e Centro-Oeste) do blog Aerith Tribal Fusion (Shabbanna Dark e euzinha). Fotos de todo evento, no click de Rodrigo Carletti.

Fotos: Rodrigo Carletti
Balkanic Explosion by Imani Ateliê
Workshops: Paola Blanton
Oganização Geral: Imani Ateliê e Raisa Latorraca
Evento: Imani Tribe Fest