10 de fevereiro de 2015

63 - FORMANDO O DRESS CODE

63 - por Maria Carvalho - SEMANA 37

Formando o Dress Code.

Ontem falamos dos acessórios que são a marca registrada de Masha, os tais badulaques que amamos.

Hoje, procurando fotos antigas, do início da carreira tribal de nossa pilar, vi no Gilded Serpent imagens belíssimas da troupe, nos idos de 1970 e bolinha. 

Algo que me chama atenção é o uso do choli, as calças pantalonadas, lenços cobrindo os cabelos, ainda não são aqueles turbantes mega das FatChance, mas digamos que dali deve ter saído a inspiração.

O material sobre a trajetória de Masha é bem rareado, há mais imagens do que informações sobre a didática, uma pena. 
Por isso, julgo nosso trabalho tão importante, afinal uma dançarina que não conhece a história de sua dança, por melhor que seja sua técnica será sempre uma meia-dançarina. 

Este estilo de vestimentas é o que primeiro impacta o espectador, afinal é um soco na forma convencional do bellydance e certamente teve inspiração na visão que Masha tinha (tem, acredito que isso não mudou) sobre a postura feminina na sociedade. 

Sua trupe não se apresentava em meio a jantares, era uma arte e não entretenimento, Miss Archer entendia que essa dança milenar demandava mais respeito não só pela arte, mas pelas dançarinas (algo que Jamila, outra mulher impactante já disseminava). 

Muito provavelmente o dress code foi pensado para que a dança saltasse a frente de corpos esculturais, não que isso seja um problema, seu corpo - seu templo, mas enquanto dançarina este não deve ser o foco primordial. 

Minha sensação quando me monto é de que aquilo é minha realidade e não o traje forense, é como o super-homem, quando abandona o Clark... na verdade me fantasio de advogada, aguardando com ansiedade a hora de usar minha real vestimenta, minha segunda pele.

A sensação é esta! 

Isto sou eu... este é o efeito desta dança esplêndida no sangue.

Xeros e vamo que vamo.

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