53 por Natália Espinosa - SEMANA 38
Apropriação Cultural? Masha Archer e o figurino.
O dress code do ATS como conhecemos hoje tem enorme
influência da estética proposta por Masha. Foi ela a pessoa a instituir o uso
do turbante, do choli (o “top” de modelo indiano) e a calça gênio ou pantalona
como figurino.
Antes dela, era comum o uso das roupas sensuais e reveladoras do
estilo Cabaret Bellydance ou, no caso de Jamila Salimpour e seus alunos,
indumentária tradicional de certas regiões, como o assuit, ou figurinos
utilizados em danças folclóricas do Oriente Médio e norte da África.
O figurino proposto por Masha gerou alguns questionamentos
sobre apropriação cultural ou uso indevido das peças nessa nova dança do ventre
desenvolvida no Ocidente: o turbante não é tradicionalmente utilizado por
mulheres, sendo uma indicação de casta entre os homens; os cholis são da
cultura indiana etc.
Masha respondeu a esses questionamentos com muita ousadia:
sim, ela estava utilizando essas roupas de uma forma totalmente nova e, de
certa forma, tomando para si esses elementos de outras culturas.
Os cabelos
dentro de um régio turbante, o colo menos exposto pela utilização de um choli e
as pernas cobertas por calças pantalonas realçavam o que realmente deveria ser
visto nessa forma de dança: a movimentação de quadril e ventre, ao invés de
expor atributos físicos da bailarina que poderiam ser erotizantes ou causar
distração do real propósito da arte. Os cabelos presos também ajudavam as
dançarinas a enxergar melhor a movimentação de suas companheiras para segui-las.
Ainda, na visão de Masha, ela estava tirando essa dança das
mãos de povos que não valorizavam as mulheres e sua dança (os povos Orientais) e
empoderando mulheres que se apropriavam da dança no Ocidente.
Ingrid Harper y Masha Archer |
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