Depoimento de Tata Correia sobre o General Skills e Teacher Training com Carolena Nericcio e Megha Gavin, em abril de 2015 em São Paulo. 
Dois anos atrás, ouvi de uma determinada pessoal que gorda não pode dançar tribal – quem me conhece já está cansado de me ouvir falando isso, mas acho importante frisar para contextualizar.
Estudava na Escola Campo das Tribos até o começo deste ano, mas pretendo retomar meus estudos semanais para seguir limpando técnica. E sou uma orgulhosa integrante do Thelema Troupe - alô Karina, Tati, Rosana! <3 - desde sua fundação, no final de 2014.
Como é ter aulas com a criadora do Estilo? Sua percepção em relação a Carolena (mãezona? Rígida? etc) é diferente do que você imaginava anteriormente? Conte-nos. :) A experiência mais surreal que alguém apaixonada pelo ATS® pode ter! Carolena é extremamente sucinta, direta nos pontos que quer abordar, e muito preocupada em passar a técnica de forma que todas pudessem entender - afinal de contas, a turma era uma boa mistura da América Latina. E tudo isso com um sorriso no rosto. A presença dela é magnética - e bem diferente da postura mais ditatorial que nos passaram anteriormente. E a Megha Gavin é muito divertida.

Falando por mim, ser uma Sister Studio é ser um instrumento para passar a filosofia do ATS® adiante, mostrando o quanto a dança é empoderadora e inclusiva.

De 2013 para cá, estudei com muita gente, conheci muita gente e me descobri no ATS®. Me vi representada no estilo. Me vi inserida dentro de um estilo em que não importa se você é magra, gorda, alta, baixa, novinha, idosa ou qualquer coisa do gênero.
O que importa é dividir o sorriso com quem você gosta no palco. O que importa é compartilhar com o público a alegria de uma dança tão nova que tem suas raízes calcadas na ancestralidade de várias tribos.
E, pessoalmente, quero mostrar para as garotas gordas/plus size que é possível sim!
É possível dançar em cima de um palco sem sentir vergonha do corpo, é possível sorrir e estar segura entre as amigas, e é possível estar em um ambiente sem ser julgada pela sua forma física. Eu sou prova disso. E quero disseminar isso com cada vez mais força.
Acho que é isso, meninas.
Conte uma breve trajetória da sua dança. (Tata Correia)
Tive experiência com dança na infância - aquela coisa da mamãe querer que você faça ballet, rs - por pouco mais de um ano, acho. Depois disso, fiquei parada e fui fazer outras coisas. Voltei a ter contato com a dança em 2011/2012, mas a vida virou do avesso mesmo quando conheci o Tribal Fusion (via os vídeos do Indigo - eu queria ser Rachel Brice, hahahaha) e, principalmente, o American Tribal Style®. Comecei a estudar com a Rebeca Piñeiro na escola Campo das Tribos em fevereiro de 2013, e a partir daí fui aprofundando meu contato com outras professoras, outras pessoas, e me encontrei mesmo no ATS®, seja pelas amplas possibilidades que o estilo abre como pela sua filosofia feminista e inclusiva. Atualmente estou um pouco parada com as aulas regulares, mas pretendo voltar a faze-lo em breve.
O que fez você escolher fazer o curso com Carolena Nericcio?
Basicamente, a oportunidade de estudar com a responsável pelo desenvolvimento do ATS®. Não é sempre que se tem a chance de estudar direto com a fonte em seu país. Abracei a chance, fechei o olho e fui, rs
Você já fazia aulas regulares de ATS? Participa de algum grupo/ trupe que se dedica ao estilo?

Na sua opinião, qual a maior dificuldade dentro do curso? (desafios físicos, mentais, financeiros?) O desafio financeiro, em alocar uma quantidade grande de dinheiro para encarar 30 horas seguidas de aula. Pedi férias do meu trabalho regular para poder me dedicar da forma que o curso exigia. Desafios mentais sempre existem, principalmente quando você percebe que é a única mulher realmente acima do peso - e que não é profissional da dança - a estar ali, junto com tanta gente que você aprendeu a admirar ao longo da estrada. Fiz todo o curso com uma proteção no joelho e no tornozelo para driblar as dores, e não me arrependo nem um pouco. E também queria provar para mim mesma que era capaz disso.
Com esta formação, pretende dar aulas regulares de ATS? Quero seguir estudando, e eventualmente pretendo dar aulas particulares de ATS® na minha região e para garotas que não se sentem muito confortáveis com seu corpo - essa é uma bandeira que sempre pretendo defender. Tem espaço para todo mundo, e se você tem um corpo, dance!
O que mais você absorveu de toda esta experiência? Que a técnica é realmente muito importante, mas o fundamental mesmo é aliar a técnica limpa com paixão em dividir o momento com as amigas no palco e com o público que te assiste. Como disse Carolena Nericcio no curso, você É a dança quando está no palco. E espalhar essa magia por aí é algo que todas nós devemos fazer, como professoras certificadas, como Sister Studio® ou mesmo como dançarinas de ATS® em nossas trupes. E também ficou muito claro que o ego não tem espaço neste tipo de dança, o mais legal é se compartilhar o momento.

Deixe uma mensagem para nossas leitoras.
Não deixem que as convenções sociais te impeçam de fazer algo que você queira. Se você tem um corpo, dance. Sorria, compartilhe sua história e experiência com outras pessoas. E estude. MUITO. (Tata Correia)
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