1 de abril de 2015

PILARES ENTREVISTA - SISTER STUDIO - PARTE 1

13 por Maria Badulaques - SEMANA 44

Entrevista com as SistersStudio FTBD® - 1ª Parte.

Tela em branco, paro uns minutos, respiro... por onde começar? 

O caminho dessas quatro SistersStudio se comunicam na estrada da DETERMINAÇÃO e voltam a se cruzar na rotatória do amor à dança. 

Durante cinco dias estaremos publicando uma entrevista realizada com as sisters Aline Oliveira(RJ), Lilian Kawatoko(SP), Mariana Quadros(SP) e Natália Espinosa(SP).

Já falei como começou o projeto Pilares do Tribal, e agora que estamos chegando bem próximas à marca do gol, observei que ter as Sisters falando do que tantas anseiam, a certificação, sua trajetória era(é) fundamental.

Vamos juntas nesta viagem.

Em 2004, Mariana foi uma das pioneiras do Estilo Tribal no Brasil, começou a estudar o estilo e percebeu que havia muito a ser explorado, então anos mais tarde, nos idos de 2008 foi ao renomado evento Tribal Fest (Sebastopol-Ca), onde se aprofundou nos conhecimentos e apresentou sua dança àquela plateia seleta. Somente em 2010 veio a certificação!

Entre 2006 e 2009, Lilian morava no Japão, e lá teve o primeiro contato com o Estilo Tribal. A identificação foi imediata, visto que sempre teve uma estética exótica no bellydance. Após este período, retornou ao Brasil, fez parte do 1º grupo de ITS em São Paulo e estudou com Mariana, que na ocasião já era Sister Studio. Em novembro de 2012 tornou-se mais uma Sister em solo nativo.


Aline iniciava seus estudos do bellydance em 2007, o caminho com o Tribal estava traçado e em 2009 começou a ministrar aulas de ATS e Tribal Fusion. É uma das diretoras da Tribo Mozuna, primeiro grupo de ITS. E em dezembro de 2012 juntou-se a Mariana e Lilian no rol de Sisters certificadas.



A Natalia, como suas antecessoras, também veio de um início no bellydance, passou pelo Tribal Fusion e por indicação de sua professora, Paula Sampaio, foi estudar o ATS como forma de entender melhor a estrutura corporal do Estilo Tribal, não deu outra... em 2013 se certificou.





O que podemos e devemos depreender, deste breve relato, da vida dessas quatro mulheres que nos servem como Pilares, é que tudo começa com muito esforço pessoal, uma dose cavalar de dedicação e muito, muiiito estudo. 

Mas sobre o estudo e a preparação, você descobrirá ao longo desses cinco dias de leitura.


Pilares – Como e por qual motivo você se iniciou no ATS?
“Comecei a estudar ATS por necessidade, já fazia aulas de tribal fusion e dança do ventre e estava começando a me apresentar em shows da escola
com uma certa frequência, sempre precisava aprender uma nova coreografia para dançar com as colegas (eu não gostava muito de solar, não me sentia pronta). Foi um processo bem natural, comprei um DVD de ATS, comecei a pesquisar, a ler bastante sobre o assunto e de repente as peças foram encaixando. (Aline)

“Eu conheci um pouco do ATS depois de conhecer o Tribal Fusion da Rachel Brice através de vídeos, na época eu morava no Japão e dançava dança do ventre lá. Não havia nada parecido ainda por lá e achei o estilo encantador, me identifiquei mesmo porque eu sempre achei que minha dança do ventre não se encaixava muito no padrão. Quando voltei ao Brasil procurei professores do estilo em SP, então conheci a Rebeca Piñeiro e o ITS que me deixou mais interessada ainda, procurando saber mais e estudar mais sobre esse estilo tão diferente, estudei então ATS com a Mariana Quadros e aí eu já sabia que queria fazer essa dança para sempre.” (Lilian)

“Comecei no ATS por sentir a necessidade de uma base sólida para o tribal. Conforme me aprofundei no Tribal Fusion, percebi que essa base estava no ATS, e que continuar estudando qualquer outra modalidade não me traria o que eu buscava. Meu primeiro contato direto com o ATS foi num workshop com Carolena Nericcio no Tribal Fest 2008. Me apaixonei pela metodologia dela e pela estrutura tão bem fundamentada e funcional do estilo, e decidi que aquele seria o próximo passo a ser dado na minha jornada.” (Mariana)

“Eu comecei a dançar ATS inicialmente por causa do Tribal Fusion. Eu já havia feito dança do ventre por uns dez anos antes de começar a dançar tribal, e ainda tinha muita dificuldade em entender o trabalho corporal do tribal fusion. A Paula Sampaio, minha primeira professora de Tribal, disse para eu estudar o ATS para melhor entender de que forma os movimentos eram executados no tribal, e ela disse que achava o ATS "minha cara". 

Fui atrás e estudei com professoras em São Paulo; quando a escola Campo das Tribos abriu eu me inscrevi no curso com a Mariana Quadros. Ela estava certa: acabei me apaixonando pelo ATS." (Natália)





Pilares - Como você classificaria o cenário nacional de dança do estilo?

“Nosso cenário passa por um momento de crescimento e expansão de conhecimentos. Várias de nós já começaram a divulgar o ATS fora do circuito Rio-São Paulo e vários núcleos estão surgindo no interior graças à possibilidade dos cursos mensais e do próprio interesse das bailarinas que levam o ATS para as suas cidades. A visibilidade do ATS também cresceu graças a publicações como a revista Shimmie, e a participação dos grupos em eventos de dança do ventre e folclore árabe e em programas de TV. Nosso público aumenta a cada dia e isso é maravilhoso!” (Aline)


“Em crescimento e expansão. E como todo crescimento, nem sempre ordenado.” (Mariana)


“Acho que os brasileiros no geral são muito bons em tudo que se empenham em fazer. Temos muitas pessoas aqui com potencial técnico e também muitas
pessoas buscando entender melhor o ATS além do visual, shows e etc...” (Lilian)


“Não sei se há uma classificação para o cenário, mas vejo que cada vez mais pessoas estão conhecendo o estilo e isso me faz muito feliz. Percebo que existem muitas pessoas interessadas em aprender. Mas ainda há muita confusão e muita informação equivocada sobre o estilo, geralmente vinda de quem não tem muito contato com ele, e considero isso normal porque o ATS está começando a ser conhecido no Brasil só agora mesmo. Espero que com a vinda da Carolena e da Megha essas dúvidas e confusões sejam esclarecidas. ” (Natália)
Pilares - Os encontros que promovemos no Brasil seguem o padrão de conexão difundidos "lá fora"?

“Acredito que sim, dos eventos internacionais que participei o sentimento de reencontro e familiaridade entre as bailarinas (que às vezes nunca se viram pessoalmente, mas tem tanto em comum graças à dança) é o mesmo. Acredito que a comunidade tribal tem essa característica em comum em toda a parte.” (Aline)


“Muitos sim, acho que o que mais me marcou de ter dançado com pessoas que não falavam o mesmo idioma que eu, foi a generosidade, o olhar de cumplicidade, o acolhimento. E acho que a gente pode fazer isso em todos os ambientes, seja em sala de aula, em um parque, ou em um show de gala, depende de nós” (Lilian)


“Acredito que idealizamos muito os eventos que acontecem lá fora. É a mesma coisa. Tomando como exemplo o ATS Homecoming, onde a Masha Archer circulou livremente entre as participantes, talvez aqui ela não ficaria em meio ao público, simplesmente porque nós, brasileiros, sabemos que as chances de estar no mesmo lugar que ela são ínfimas, e isso aumenta muito o assédio. Em relação a grupinhos, tem em todo lugar! E acho que os eventos em geral costumam ter um clima bacana, todo mundo ali por um mesmo propósito, gosto bastante!” (Mariana)



“Não tem como eu dizer isso com precisão, pois não conheço todos os eventos. Mas tendo em vista o que eu vi lá fora e o que eu vejo aqui, em sua maioria, não. Temos alguns eventos de grande porte, e em geral o clima nos eventos de tribal é sempre de muita amizade e alegria, as pessoas ficam felizes quando se reúnem, quando se encontram. Mas acho que ainda falta um bocado para criarmos essa conexão entre os dançarinos de tribal. O que eu sinto em relação ao que eu vi lá fora é que as pessoas deixam o ego um pouco de lado e isso resulta num clima de festa, de igualdade, é a sensação de que o meio da dança é mais horizontal, no sentido de que há um reconhecimento de quem tem uma estrada mais longa na dança sem que isso transforme a cena em uma pirâmide, em "melhores no topo, piores na base". Acho que aqui no Brasil precisamos trabalhar mais para abandonarmos (ou pelo menos suavizarmos) nosso hábito de ranquear tudo.” (Natalia)




Pilares - O que acha do ATS ensinado por pessoas não certificadas, muito embora seja permitido?

“Apoio e acho válido. Eu comecei a dar aulas sem ser certificada. À medida que nos envolvemos com o formato e a comunidade ouvimos ”o chamado de casa”, essa necessidade de estar mais perto e aprender da fonte. Exemplificando pela minha própria experiência posso dizer que sou uma profissional melhor depois da certificação, mas isso não quer dizer que eu não levasse a sério antes.” (Aline)
“Eu Lilian, particularmente não aconselharia, não é porque pode ou não pode, é porque existe uma razão para se fazer o curso de professor do método FCBD, eu não gostaria de ter que repassar todas as matérias com meus alunos depois de fazer o curso porque descobri uma melhor forma de explicar ou de exemplificar, ou notei alguma coisa que não sabia antes. O método do FCBD é perfeito, sua ordem é minuciosamente pensada de forma a ajudar a evolução do aluno, então porque não repassar isso?” (Lilian)


“Acho que uma professora não certificada que estudou tempo suficiente com uma Sister pode ser uma boa professora. E certificado não é sinônimo de qualidade.” (Mariana)

“Eu não conheço o ATS ensinado por todas essas pessoas, porém não acho que pessoas que não têm a certificação são menos capazes de dar uma boa aula, de forma alguma. Acho que o professor tem que, antes de mais nada, estudar muito para dar aula. Independente de ter tido grana pra ir lá se certificar. O que importa é a qualidade da aula.” (Natália)




Pilares - Que sugestão você daria as dançarinas que sonham com a certificação?

“Exerçam a humildade sempre. Não é porque o canudo está na mão e a foto com a Carolena está na parede que se deixa de estudar. Aproveitem todas as oportunidades possíveis de interação com as professoras do FCBD e bailarinas mais experientes que surgirem antes e após os cursos. Esse é um ato de respeito e amor, porque quanto mais você souber, mais poderá compartilhar com suas alunas e com a comunidade na qual você está inserida. Lembre-se que o ATS não é sobre você , é sobre o GRUPO.” (Aline)

“Primeiro, para quem quer dar aulas: Você gosta MUITO de ser professor? Rsrs Sim, porque dançar bem ou adorar dançar não significa gostar de ensinar, e na minha opinião você tem que gostar muito de ensinar, tem que ver seus alunos como filhos. Exagero? Não, você é uma referência para seus alunos, é responsável pelo crescimento deles e evolução.

Se você é um dos nossos, seja muito bem vindo a esse mundo maravilhoso! Se você quer fazer o curso para se aprimorar, parabéns também pelo seu esforço e dedicação, tenho amigas certificadas que decidiram não dar aulas e mesmo assim não pararam de estudar!” (Lilian)




“Estudem muito. Estudem antes, e estudem depois. A certificação é só o começo. O ATS só existe depois que você pratica em um grupo, antes disso não passa de teoria.” (Mariana)







“Estude muito. Faça muitas aulas, se possível com diferentes profissionais. Compre pelo menos uma aula com Carolena ou Megha por Skype e tire dúvidas. Assista os DVDs. Acima de tudo, entenda por que você quer se certificar. Se você quer aprender a dar uma aula no formato FCBD, se quer ajudar a difundir o ATS da forma que é feita no estúdio do FCBD, a certificação certamente vai te servir muito. ” (Natália)




Pilares - Como foi sua preparação para o sister?

“Vi todos os DVDs da coleção do FCBD várias vezes e fiz anotações sobre todas as minhas dúvidas. Debati com as colegas de grupo também e fiz mais anotações. Levei o caderno para o curso e a cada dúvida que surgia e ia sendo sanada fazia um risquinho, ou mais anotações esclarecendo. Fiz aula particular de inglês para afiar a minha conversação e dei aula de ATS em inglês para a minha professora (que era uma das minhas alunas) para praticar o vocabulário. Foi ótimo, ela ganhou aula particular e eu também. Também tive oportunidade de conversar com outras professoras que já eram certificadas e tirar algumas dúvidas, foi bastante esclarecedor.” (Aline)


“Minha preparação para o curso foi a seguinte: “Não estou entendendo nada. Todas as informações que recebo me parecem muito distintas, mas preciso entender melhor essa dança, ela mudou a minha vida, vou fazer o curso”. Rs (Lilian)

“Estudei o máximo que pude pelos DVDS, o máximo de passos que consegui e de dinâmicas. Ainda assim, é muuuuuita coisa para ser absorvida em uma semana, e quanto mais você souber de antemão, mais vai aproveitar o curso." (Mariana)


“Para o General Skills estudei muito, diariamente. Eu estava obcecada de paixão pelo ATS. Estudei os DVDs, fiz todas as aulas que pude. Estudei na época com as professoras, Sister Studios ou não, que estavam a meu alcance: Mariana Quadros, Aline Muhana, Rebeca Piñeiro, Gabriela Miranda. Chegando lá, fazia as aulas e estudava depois. Foi realmente um intensivo. Para o Teacher Training, prestei muita atenção nas instruções de Carolena e Megha, li o material, estudei em casa os movimentos que me foram designados para ensinar.
Mesmo que você pague pelo curso e complete o Teacher Training, o status de Sister Studio, até onde sei, não é garantido. A Carolena avalia se vai conferir o certificado a você. Isso é o que eu lembro. Quando eu fui, eu não sabia se eu ia voltar Sister Studio. Então me esforcei e fiz por onde.” (Natália)


Ficou com gostinho de quero mais?

Tem mais...tamos só no começo! Até amanhã
Super xeros no pulsante.
Mariana Quadros & Carolena Nericcio
Mariana Quadros e a turma certificada com Carolena Nericcio

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