8 de outubro de 2014

190 - REBABA | RITA ALDERUCCI

190 por Maria Carvalho - SEMANA 19


Saia justa é para os fracos... Rita passou por uma "calcinha justa"!

Observo que muito além de nos passar técnicas de dança a biografia de Rebaba é uma lição de vida, lemos e nos vemos em algumas situações, arregalamos os olhos em outras e definitivamente nos solidarizamos.

Quando tinha 26 anos, nos idos de 1980, ela já era uma conhecida bellydancer dançando em Paris em luxuosos clubes noturnos. O estilo de Rita não se assemelhava, aquele praticado por Miss J, no que diz respeito ao figurino, via-se trajes diminutos com muito corpo exposto e lindas curvas a mostra.  Nesta ocasião surgiu a oportunidade de se apresentar em um grande clube Grego e se tornar ainda mais conhecida e apreciada, aconselhada por seus empresários, o aceite e animação foi imediato.

Recordo-me algumas histórias que colacionei vida a fora, ouvindo e vivenciando, tanto no mundo da dança quanto naqueloutro que somos obrigadas a  estar. Pois bem, chegando em Atenas com entusiasmo a mil, sem falar grego e sozinha, Rita foi conduzida a seu quarto de hotel pelo proprietário da casa noturna espetacular que havia lhe contratado e posteriormente a seu camarim. Ainda que estranhando o armário de bebidas, improvisado em camarim estelar, afinal lhe foi vendido que ela seria  a grande estrela daquele clube nababesco, a pupila de Salimpour procurava se acalmar e negar seu sexto sentido que começava a sinalizar luz vermelha. Não demorou, o contratante a convoca para um drink com os clientes, algo totalmente contrário as cláusulas contratuais, dá pra imaginar e sentir a tensão na atmosfera pesada. As tentativas de dissuadir e furtar-se a tal incomoda "calcinha justa" foram inúteis, contudo este não seria o ponto alto da noite. A tudo isto acrescentamos, tu já viu um grego irritado? Imagine de um lado um grego fulo da vida e de outro a frágil Rebaba sem falar a língua local, filme de terror no estilo Fred x Jason.

Aproximando-se a hora de sua apresentação, Rebaba entendeu que naquela casa noturna todos shows que a antecederam foram de strippers e caberia a ela o encerramento da noite. Dá pra sentir o clima? 

Neste exato momento lembro de uma narrativa da Nakish mencionando um contrato que faria no Japão para suas pupilas... lembram?! Claro que sim, afinal tamo junto diariamente na leitura :) 

Pois bem, desesperou, chorou, tentou cancelar sua aparição, sentiu o peito oprimido, os gritos que muito embora em grego, do contratante, eram totalmente compreensíveis, no melhor estilo ou vai ou tá no sal, o útero na boca, mas nada funcionou e se viu na seguinte cena; nove shows de stripers a antecedendo, muito peito e bunda, nada de palco, banda então esquece e um público de homens e stripers a sua espera, bah.... cenário perfeito, né não?! Para surpresa de Rita, as lágrimas deram lugar a um largo sorriso, o temor de que os homens gritassem "tira tudo" se dissipou, talvez já satisfeitos de peitinhos e bundinhas, e o show se sucedeu sem maiores dramas. 

Fala sério, fiquei tensa só de me imaginar...

Obviamente o aprendizado se reverteu em muitas cláusulas contratuais e um melhor gerenciamento de futuras aparições. 

Agora diz aí....quanta calcinha justa você já passou, pelos mais diversos motivos? Lembro de algumas tensas!!! Desde o contratante que só quer carne nova e linda no palco...até o palco do tamanho de uma mesa,...lendo tudo isto entendo totalmente a preservação de nossas imagens/corpos que vimos sendo introduzidas por Masha (mas dela falaremos oportunamente).

Vamo que vamo
Xeros.

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