7 de outubro de 2014

191 - REBABA | RITA ALDERUCCI

 191 por Carine Würch - SEMANA 19

Vou lhe contar uma história sobre uma jovem, talentosa dançarina que era uma excelente entertainer e extremamente popular no mundo da dança do ventre profissional. No palco, ela era uma princesa, sensual e doce, como Marilyn Monroe: uma estrela. A mulher forte, feliz, que ela interpretava no palco combinando graça, uma vulnerabilidade sensual e uma persona elegante que conseguiu enganar a todos. Em seu mundo fora do palco, ela era uma garotinha assustada, emocionalmente atrofiada, insegura, que se sentia solitária e sem amor a maior parte do tempo. 

Ela ansiava por um amor verdadeiro como o tipo que via no cinema. Ela queria que esse "amor verdadeiro" fosse o tipo que consome e é apaixonado, que dura a vida toda, nos bons e maus momentos, e muito mais. Que "não importa o que a vida vai jogar em você, baby, nós estaremos juntos", era o amor que ela queria durante em seus sonhos perfeitamente românticos e exatamente o tipo de romance nos é prometido através de livros, revistas e, claro, a mídia. Tudo o que precisava era a química certa, e este tipo amor hollywoodiano iria aparecer magicamente, com um homem a tiracolo, e nós dois sabíamos que instantaneamente foi perfeito e nós fomos feitos um para o outro. 
Nossa jovem bailarina acreditava que ela via essa noção romântica de amor da platéia, como um espectador, aparentemente perto, mas nunca perto o suficiente para agarrar e segurar por conta própria. Felizmente para ela, ela foi capaz de capturar esta ilusão de amor de outra forma, enquanto no palco era dado a ela incondicionalmente por seu público. 

No entanto, o problema era que ela acreditava que ela só merecia esse amor enquanto ela estava representando "Rebaba". Portanto, esse ataque fugaz do amor incondicional que ela experimentou todas as noites no palco não foi suficiente para sustentá-la por muito tempo. Fora do palco, como ela mudava de volta para sua calça jeans e camiseta, ela também se transformava novamente em uma "pessoa normal", e o poder dado a ela por seu público rapidamente se dissipava, deixando-a assustada e sozinha mais uma vez. 


CONTINUA...

Texto original:

** Tradução livre por Carine Würch **

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